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Inflação da carne deve perder força, diz Faemg

Os preços da carne no varejo devem ceder no começo de 2020, mas não vão retornar ao período anterior à súbita alta dos últimos meses. A avaliação foi feita na manhã de ontem pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões. “Teremos uma acomodação, mas os preços ainda ficam um pouco maiores do que se praticou até o início do ano”, disse Roberto Simões. Ele argumenta, como tem dito a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que o setor enfrentou os últimos três anos com preços baixos, enquanto os custos de produção seguem elevados.

Fugir dos aumentos dos preços dos cortes de boi com a troca pelo frango e a carne de porco também não deve ser solução para o consumidor. Essa substituição dependerá do alcance dos reajustes que já chegaram a esses produtos nos açougues e supermercados. O grande avanço das exportações brasileiras de carne e a demanda crescente da China e do resto da Ásia, diante da peste suína que dizimou rebanhos na região, têm explicado a onda dos reajustes no varejo e devem se repetir no ano que vem, segundo o balanço do agronegócio de Minas divulgado pela Faemg.

O freio que pode funcionar como regulador dos preços ao consumidor, agora, de acordo com Roberto Simões, será o poder de compra da população. “Se mantivermos os preços nessa altura, não haverá consumo”, disse. O presidente da Faemg lembrou que de 80% a 85% da produção da pecuária brasileira é destinado ao mercado consumidor interno, portanto, necessita de estabilidade monetária e de uma população em condições de gastar. “É fato que a economia começa a melhorar, mas a renda das famílias ainda não acompanha e preocupa.”

A arroba do boi gordo chegou a ser negociada a R$ 230 em novembro, representando recorde, e baixou a R$ 205 no começo deste mês, depois de ter sido cotada a R$ 140 no início de 2019. Nos últimos três anos em que predominaram preços baixos, segundo os produtores, o valor médio foi a RS 180. “Grandes altas de preços significam que, mais à frente grandes baixas virão, por isso não gostamos dessas elevações súbitas. Os picos de preços não são bons para ninguém, nem para o produtor, nem para o consumidor”, afirmou Simões, referindo-se também aos preços altos de reposição dos animais nos pastos.

“Elevações muitas altas não se sustentam. Agora, os preços de reposição estão caríssimos”, observou. Os pecuaristas, de acordo com Simões, são também afetados pela pressão dos grandes frigoríficos exportadores, que têm suas estruturas de confinamento de animais usadas como reguladores de preços. Há momentos em que interessa a eles abater a produção própria, jogando os preços para baixo, como ocorreu nos últimos três anos.

No Brasil, o IBGE apurou alta de 8,09% nas carnes, na média nacional, em novembro, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, foi de 0,51%. Os gastos com as carnes na Região Metropolitana de BH encareceram 10,03%, só perdendo para o pulo do feijão-carioca, que encareceu 11,83%, também na média.

A chã de dentro comandou os reajustes de preços das carnes na Grande BH, com variação de 13,38%, enquanto a média nacional foi de 12,49%. O IBGE destacou, ainda, os reajustes, em novembro, nos preços da alcatra (12,96%), patinho (11,65%), contrafilé (11,54%) e da carne de porco, cujos preços subiram, em média, 5,90%. Todos os cortes de boi e porco exibiram alta superior à média nacional.

Exportações

O balanço do agronegócio de Minas em 2019, com dados apurados até novembro pela Faemg, mostrou exportações significativas do chamado complexo das carnes, com elevação de 18,8%, totalizando fatura de US$ 815,11 milhões. A carne bovina liderou os negócios com o exterior, com receita de US$ 617,12 milhões, representando 75% das vendas de proteína animal do estado.

Com sua voraz demanda, a China ultrapassou tradicionais parceiros do comércio de carnes de Minas com o exterior. Os bons resultados das exportações da pecuária perderam para o café, grande astro da pauta de vendas externas , com receita de US$ 2,8 bilhões e o embarque de 21,7 milhões de sacas de 60 quilos.

A segunda posição no ranking mineiro das exportações ficou com o complexo soja, responsável pelo ingresso de US$ 1,2 bilhão e 3,2 milhões de toneladas. As exportações co complexo sucroalcooleiro somaram US$ 593,33 milhões.

Fonte: Estado de Minas.

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