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Indústria veterinária brasileira tenta reverter veto a vermífugo

Diante de uma perda estimada de R$ 500 milhões por ano com a proibição das vendas da avermectinas de longa ação – vermífugos largamente utilizados na criação de bovinos no Brasil -, representantes da indústria veterinária brasileira se reúnem hoje com o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Rodrigo Figueiredo, para tentar reverter o veto.

A indústria já cogita entrar com uma ação na Justiça para anular a instrução normativa que proibiu na semana retrasada as avermectinas de longa ação, caso não haja evolução no diálogo.

De acordo com a Associação Brasileira dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), a proibição das avermectinas da longa ação – que têm “atividade antiparasitária” superior a 42 dias – levará a um prejuízo de R$ 500 milhões por ano para o setor veterinário. Desse total, R$ 275 milhões se referem às vendas do vermífugo por empresas brasileiras, de acordo com a Alanac. Esse montante representa 30% do faturamento de R$ 950 milhões das empresas nacionais. Incluindo as multinacionais, o setor veterinário fatura mais de R$ 3 bilhões por ano no Brasil.

De acordo com a Alanac, a medida vai encarecer a produção pecuária, uma vez que os produtores de gado bovino terão de fazer mais aplicações de avermectina por ano. Os produtos de longa ação são aplicados, em média, duas vezes por ano, de acordo com Henrique Tada, presidente da Alanac.

A proibição das avermectinas de longa ação atendeu a um pleito dos frigoríficos brasileiros. O uso de avermectinas era um dos motivos de preocupação nas exportações de carne bovina enlatada para os Estados Unidos, país que chegou a embargar temporariamente em 2010 a carne bovina industrializada do Brasil devido à presença de traços de avermectina no produto.

Em março, os EUA voltaram a detectar traços do vermífugo em um lote de carne enlatada da JBS. Os EUA estão em processo de abertura de seu mercado de carne bovina in natura do Brasil.

Segundo o presidente da Alanac, o uso de avermectina na criação do gado bovino exige maior fiscalização e instrução do produtor rural, e não a proibição. “Foi adotada a forma mais radical para resolver uma situação que o governo alega. Isso não é um problema do produto. É preciso fazer um treinamento dos pecuaristas e uma fiscalização da aplicação desses produtos”, disse.

Fonte: Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Jose Ricardo Rezende disse:

    Dadas as características da pecuária nacional o controle de resíduos de produtos químicos na carne é delicado. Nem sempre temos lotes fechados de animais em terminação, onde todos recebem medicamentos e saem para abate juntos. Falta padronização, o que implica que alguns animais fiquem prontos antes ou depois de outros. E leva a pratica que chamamos de descascar os lotes. Isto para não mencionar eventuais entreveros de animais de lotes diferentes. A única maneira segura de operar é com identificação e controle individual dos animais. Mas pouca gente adota este padrão e é disto que precisamos para poder usar com segurança produtos de longa duração.

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