Ainda que tenha trabalhado com margens pressionadas pela alta dos grãos e pelos custos adicionais derivados das medidas implantadas para o controle da covid-19 entre os trabalhadores, a indústria de aves e suínos do país vai encerrar 2020 com aumentos de produção e exportações, e esses avanços deverão ter continuidade no ano que vem.
Segundo projeções divulgadas ontem pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), no segmento de carne de frango a produção deverá alcançar cerca de 13,8 milhões de toneladas, 4,2% mais que em 2019, enquanto as exportações poderão novamente superar a barreira de 4,2 milhões de toneladas e, no mínimo, “empatar” com o resultado do ano passado – um pequeno incremento de 0,5% também é considerado.
Na área de carne suína, o cenário mais negativo traçado pela entidade indica crescimentos de 6,7% na produção, para 4,25 milhões de toneladas, e de 33% das exportações, para 1 milhão de toneladas. “Mesmo com a forte alta de soja e milho e con o ‘custo covid’, este será um ano de crescimento e há novos investimentos previstos”, afirmou o ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, presidente do conselho da ABPA.
Segundo o presidente executivo da entidade, Ricardo Santin, no mercado de carne de frango o destaque foram as vendas domésticas. Com as exportações relativamente estáveis e a boa disponibilidade, a proteína encontrou na alta da carne bovina uma aliada e o consumo per capita deverá encerrar 2020 com alta de 5% em relação a 2019, em 45 quilos.
Essa demanda doméstica forte, contudo, foi amparada pelo auxílio emergencial do governo, cujo valor já diminuiu e que poderá acabar em 2021. Mas, ao mesmo tempo, a ABPA espera um cenário melhor para as exportações, entre outros motivos pela força da demanda da China, principal destino dos embarques, pela perspectiva de boas vendas ao México e da melhora nos negócios em polos como Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no pós-pandemia.
Assim, a expectativa da ABPA é que a produção brasileira de carne de frango aumente até 5,5% em 2021, embalada, na melhor das hipóteses, por um incremento de 3,6% das exportações e de uma disponibilidade doméstica 6,5% maior, que poderá abrir espaço para mais um ano de crescimento no consumo per capita.
Na carne suína, as exportações deverão continuar a puxar a produção, mesmo que o avanço previsto para 2021 não seja tão grande como o estimado para este ano. Mas, mesmo assim – e ainda graças aos danos provocados pela peste suína africana à oferta chinesa – o crescimento previsto pela ABPA é de entre 4,9% e 10%.
Santin lembrou que antes de 2018, quando a peste suína começou a destruir sua produção, a China importava cerca de 1,8 milhão de toneladas de carne suína por ano. Mesmo com a reconstrução em curso da indústria naquele país, marcada por gigantescas granjas modernas, o volume previsto para 2025 chega a 2,5 milhões de toneladas.
Apesar do cenário positivo traçado, a ABPA entende que terá pela frente mais um ano de grãos – e, portanto, rações – caros, e ainda teme o fim da desoneração da folha de pagamentos, uma ameça que ainda existe por causa do aperto das contas públicas.
Fonte: Valor Econômico.
This post was published on 10 de dezembro de 2020
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