O Projeto Raças é uma série de artigos do BeefPoint, cada um dedicado a uma raça, que visa reunir opiniões e conhecimento de profissionais que trabalham diretamente com cada uma dessas raças. Elaboramos uma série de entrevistas com esses especialistas. O resultado dessas entrevistas para a raça Indubrasil está compilado aqui, com a opinião desses especialistas sobre a raça.
Essa série de artigos não representa um endosso especial do BeefPoint em nenhuma das raças que vamos apresentar nesse projeto, mas a opinião e comentários de quem trabalha com cada uma dessas raças. Estamos em contato com as principais raças de corte do Brasil e iremos publicar aqui uma por uma, nas próximas semanas.
Conheça mais a raça Indubrasil
Histórico da raça
Há relatos de que o Indubrasil possa ter surgido ocasionalmente, com a curiosidade de criadores e estudiosos da época que queriam unificar em uma raça as principais qualidades do gado zebu.
Assim sendo, a ideia da formação de uma raça nacional, zebuína e por mestiçagem, nasceu da imperfeição das raças importadas e do desejo de reunir, em uma única, as boas qualidades de cada uma. É possível que os primeiros cruzamentos tenham sido feitos por mera curiosidade.
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O Coronel José Caetano Borges desempenhou um importante papel na formação da raça, que ele chamava Induberaba, assim como noutras regiões se chamou Induaraxá , Indubahia, Induporã, etc., mas a Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, reunida em 1938, para estabelecer o padrão da raça, resolveu adotar para este tipo de bovino o nome de Indubrasil.
Houve alguns entraves em volta da identificação do Indubrasil como raça. De fato, não se pode considerar qualquer mestiço de raça zebuínas como da raça Indubrasil, embora tenha os seus caracteres, mas sim os animais que tendo os seus caracteres, sobretudo os registrados, os transmitam à sua descendência. Concorreram na formação da raça, a princípio, o Guzerá e o Nelore e mais tarde o Gir. A contribuição do Nelore no rebanho atual é muito pequena, notando-se no Indubrasil a fusão dos caracteres do Guzerá e do Gir, havendo ligeira predominância dos atributos desta última raça.
Já é a segunda raça zebuína mais criada no México. Na Costa Rica existem criadores que individualmente possuem 500 matrizes.
No Brasil, excelentes plantéis estão sendo melhorados buscando morfologia funcional e direcionados para ganhos de produtividade. Os acasalamentos dos melhores selecionadores já são baseados nas avaliações genéticas do moderno melhoramento animal. A raça se orienta em bloco para ganhos de produtividade.
O principal centro de criação é o Triângulo Mineiro, mas encontram-se criações em Goiás, Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, sendo que atualmente, seu habitat está restrito ao Nordeste brasileiro e à região de Minas Gerais.
Associação Brasileira de Criadores de Indubrasil – ABCI
A ABCI foi fundada em maio de 1962, em Uberaba, Minas Gerais, pelos selecionadores de Indubrasil com o objetivo de:
Para Elair Bachi, criador da raça, os principais desafios para criar Indubrasil é romper com velhos preconceitos que ainda existem acerca da raça. E para tal, a ABCI, realiza diversos trabalhos para que os criadores estejam na vitrine dos grandes eventos, além de aprender muito durante feiras e eventos.
Estágio atual da raça
Características zootécnicas da raça
Animais com orelhas grandes (a maior entre os bovinos), grande porte, com as fêmeas podendo atingir 750 kg na fase adulta (casos de 900 kg) e os machos adultos com peso máximo de 1000 quilos (recordes acima de 1200 kg). Seus chifres são médios, olhos aparentemente sonolentos, pelagem uniforme, branca ou cinza.
Apresentam:
Vale ressaltar que é uma raça de dupla aptidão e grande heterose nos cruzamentos (vigor híbrido dos cruzados, quando comparado às raças sintéticas).
Elair Bachi, complementa: “Raça com grande rusticidade e heterose nos cruzamentos, bem como fácil manejo. Sendo que devemos melhorar apenas algumas características, tais como: tamanho dos tetos e vivacidade dos bezerros ao nascer”.
Quais os principais cruzamentos que podem ser realizados com base nesta raça?
O Indubrasil tem tudo para crescer muito nos próximos anos levando sua genética para incrementar os resultados nos cruzamentos industriais.
Podem ser utilizados em cruzamentos com animais tanto de sangue zebu como de sangue europeu. Já há inclusive cruzamento do Indubrasil com o gado Holandês.
Nos Estados Unidos utiliza-se o cruzamento com Brahman com raças europeias de corte. Enquanto que na Ásia, onde há o maior rebanho desta raça no mundo, trabalha-se para alcançar o puro por cruza, absorvendo as raças nativas.
Índice Asbia 2012 – Evolução raça Indubrasil – 3 anos
Fonte: Asbia.
Veja abaixo o recado do profissional entrevistado
Elair Bachi: “Estou no Indubrasil por amar a raça. Ela é linda e dócil. Minha propriedade é muito acidentada e o Indubrasil vive muito feliz por aqui! Talvez nenhuma outra raça se adaptaria a estas condições”.
Veja abaixo algumas fotos de animais da raça Indubrasil
Agradecimentos
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Artigo elaborado por Gustavo Freitas, membro da Equipe Conteúdo BeefPoint, com base nas entrevistas feitas com os profissionais acima listados, que trabalham com a raça Indubrasil. Essa série de artigos não representa um endosso especial do BeefPoint em nenhuma das raças que vamos apresentar nesse projeto, mas a opinião e comentários de quem trabalha com cada uma dessas raças.
2 Comments
Excelente artigo.
Olá!
Em nome de toda a Equipe BeefPoint, agradeço a todos que aprovaram a iniciativa do Projeto Raças.
Tentamos proporcionar um material de qualidade para os nossos leitores, com base em diversas opiniões de profissionais que trabalham com as respectivas raças.
Publicamos 22 artigos e/ou raças no mês de outubro, isto é uma grande satisfação :-)
Um abraço,
Gustavo Freitas – Conteúdo BeefPoint.