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Independência: pecuaristas cogitam pedido de falência

Após o cancelamento da Assembleia Geral que seria realizada ontem em Cajamar para discutir o processo de recuperação judicial do frigorífico Independência, os pecuarista - que compareceram em peso à reunião - seguem firmes na decisão de só aprovar o processo caso a empresa quite suas dívidas com fornecedores à vista. A categoria, já perdeu a paciência e diz que vai pedir a falência da empresa se não receber, à vista, 100% do que lhe é devido.

Após o cancelamento da Assembleia Geral que seria realizada ontem em Cajamar para discutir o processo de recuperação judicial do frigorífico Independência, os pecuarista – que compareceram em peso à reunião – seguem firmes na decisão de só aprovar o processo caso a empresa quite suas dívidas com fornecedores à vista.

O plano, que voltará à pauta dia 5 de outubro – provavelmente com modificações -, prevê a criação de uma nova empresa, a Nova Independência S.A. , para a qual seriam transferidos os ativos do Independência e um terço das dívidas de R$ 3,1 bilhões. O restante seria transformado em dívida perpétua e ficaria na empresa antiga.

A categoria, já perdeu a paciência e diz que vai pedir a falência da empresa se não receber, à vista, 100% do que lhe é devido. Os débitos do Independência com os fornecedores de bovinos somam R$ 181 milhões, segundo dados do administrador judicial.

O pecuarista Sílvio Flores, ex-executivo do Credit Suisse que há cinco anos fornecia bois para o Independência, tem R$ 218 mil a receber do frigorífico. “A proposta é receber à vista, com os valores corrigidos desde o vencimento”, afirmou.

Ricardo Merola, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), informou ter R$ 1,6 milhão a receber do Independência. “Foram mil bois”, disse. “Vou levar quatro a cinco anos para recuperar [o valor]”, lamentou.

Pela proposta do Independência, créditos de até R$ 80.000 por pecuarista seriam pagos em uma parcela e o saldo em 36 mensais. No decorrer das negociações, a empresa propôs pagar R$ 100 mil, mas os pecuaristas que aderissem teriam de dar procuração para advogados do próprio frigorífico.

Para Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), a situação dos pecuaristas precisa de solução diferente da dos outros credores. “O pecuarista viabiliza o abate, é quem dá capital de giro para empresa”, disse. “Se não contemplar [o pagamento de 100% da dívida], pediremos a falência do grupo”.

“Não vamos aceitar proposta indecorosa, vamos pedir a falência”, fez coro Marcos da Rosa, presidente do comitê de credores de frigoríficos em recuperação judicial em Mato Grosso.

No próximo domingo, as federações agropecuárias se reunirão em São Paulo, na Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo), para decidir sobre a nova assembleia de credores do Independência, que ocorrerá na segunda-feira. Geraldo Perri Morais, presidente da Abrapec (Associação Brasileira Agropecuária), diz que “as federações vão decidir em bloco pela rejeição do plano”.

As informações são do Valor Econômico e da Folha de S. Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Anaurus Vinicius Vieira de Oliveira disse:

    Em todas as relações humanas a confiança têm sido a base para o sucesso ou o fracasso, e infelizmente nós pecuaristas não podemos confiar em uma empresa que age de forma fraudulenta e ilegal, para conseguir, a todo custo, seus objetivos. Assim é a questão, por exemplo, das procurações enviadas pelo Independência a alguns pecuaristas, onde estes estariam constituindo advogados que sequer conhecem, para representá-los na assembléia geral de credores e, desta forma, aprovarem o tal plano de recuperação judicial da forma como eles querem.
    Da mesma forma, o comparecimento de apenas 17,18% de credores e ou representantes da classe trabalhista, e os 45,06% dos credores e ou representantes da classe dos bancos e dos com garantia real, comparecentes à assembléia geral designada no processo de recuperação judicial do frigorífico independência, frustraram a realização da mesma por falta de quorum.
    Penso que em relação aos credores trabalhistas, vários foram os fatores que contribuíram para o comparecimento em reduzido numero, estes que vão desde a total desorganização de quem representa os interesses da classe, os Sindicatos (que cobram taxas e etc…) sem nada fazer pelos sindicalizados, passando por total falta de condições financeiras para arcar com despesas de viagem (demitidos e sem receber os seus direitos), até mesmo uma ausência orientada pelo próprio Independência. E porque não? Afinal, se é uma empresa que distribuiu aos quatro cantos as procurações de advogados desconhecidos para representarem pecuarístas, imaginem o que podem fazer com simples empregados assalariados e demitidos?
    A falta de quorum da classe dos credores com garantia real e bancos, demonstra o desinteresse de quem se julga superior aos outros, nada mais.
    Mas, enfim, a assempléia geral designada para a última segunda-feira, na qual estivemos presente, serviu pelo menos para mostrar ao Independência e a seus astutos diretores, que a classe dos pecuarístas está unida, forte e resoluta, quanto a seus objetivos, principalmente de rejeitar qualquer proposta diferente da do pagamento integral de seu crédito, devidamente corrigido.
    Convoco todas as federações: FAEG; FAMATO e FAMASUL, assim como as associações ASFAX e ACRIMAT, para um esforço final no sentido de que não haja um esvaziamento na presença dos pecuarístas no próximo dia 05/10, segunda-feira que vem, data em que se realizará a assembléia geral de credores, independentemente de quorum. Muito ao contrário, vamos comparecer em número ainda maior, para acabarmos de uma vez por todas com esta malandragem, e se persistirem na idéia da enganação e da chicana, a FALÊNCIA desta empresa será decretada.

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