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Improvisado, serviço de delivery da Wessel garante 5%das vendas

A paralisação de restaurantes e lanchonetes poderia representar um duro golpe para a Wessel, especializada em hambúrguer. Até a crise do coronavírus, o food service (serviços de alimentação fora do lar) representava cerca de 50% do faturamento da empresa. Mas o grupo conseguiu atenuar o baque com o deslocamento das vendas aos supermercados e a criação, um tanto improvisada, de um canal de delivery.

Em entrevista ao Valor, o diretor-executivo da Wessel, Cleberson Souza, disse que as medidas adotadas preservaram 75% das vendas. O resultado é um alento, dada a magnitude da queda da demanda das lanchonetes. Em grandes redes, as vendas caíram mais de 80%, disse.

Nesse cenário, a Wessel deu férias para um terço dos funcionários da fábrica de Araçariguama, no interior de São Paulo. Na área administrativa, também deu férias para a mesma proporção de pessoas e colocou outro terço trabalhando remotamente. “Não vamos nem pensar em demissão. Eliminamos banco de horas e daremos férias para quem tiver que dar”, disse o executivo. A Wessel emprega cerca de 400 pessoas.

À reportagem, Souza afirmou que a empresa vem trabalhando com a expectativa de que o mês de abril ainda seja ruim, o que levará a uma nova rodada de férias – para os funcionários que estão trabalhando atualmente. A esperança dele é que a recuperação comece em maio, com a retomada do comércio no país.

Por enquanto, o cenário ainda é turbulento. “O food service acabou”, resumiu Souza, ressaltando que os serviços de delivery das grandes redes de lanchonetes só compensam uma pequena parcela da demanda.

Em contrapartida, o diretor da Wessel se surpreendeu positivamente com seu recém-criado serviço de entregas diretas ao consumidor. A empresa está utilizando parte da estrutura ociosa por causa da menor demanda dos restaurantes. A frota de pequenos caminhões que fazia a entrega nas lanchonetes está sendo utilizada para entregar, em até dez horas, os produtos na casa dos consumidores da Grande São Paulo.

Os pedidos são feitos por telefone. “Tenho uma estrutura forte de funcionários do food service. Coloquei essa turma como televenda para o delivery”, contou o executivo. Em menos de um mês, o serviço de delivery já responde por 5% das vendas da Wessel, que produz hambúrguer, itens como carpaccio e almôndegas e cortes de churrasco, entre outros. A Wessel não revela a receita, mas estima-se que a empresa fature cerca de R$ 200 milhões ao ano. O hambúrguer é o carro-chefe, representando 70% das vendas.

Após os resultados animadores do serviço de entrega, a Wessel deverá lançar na semana que vem um site e um aplicativo para celular.

Fonte: Valor Econômico.

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