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Importações globais de alimentos deverão bater recorde em 2021

A fatura mundial das importações de alimentos poderá atingir um novo recorde neste ano e alcançar US$ 1,715 trilhão, US$ 185 bilhões a mais do que em 2020. Essa alta de 12% mostra que as repercussões econômicas da pandemia não estão freando a demanda mundial nessa frente em 2021. 

A estimativa é da FAO, a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, e foi apresentada no Comitê de Agricultura da Organização Mundial do Comércio (OMC), que está reunido até esta sexta-feira. A tendência confirma que o Brasil, um grande exportador de produtos agropecuários, continuará se beneficiando no comércio global. 

A FAO também aponta mudança no perfil das importações. No ano passado, o aumento da fatura foi atribuído principalmente ao avanço constante dos volumes comprados, sobretudo de produtos básicos. Para 2021 tanto os volumes importados continuam elevados como há uma alta nos custos unitários (preços internacionais e fretes).

O índice de preços de alimentos da FAO chegou a 127,1 pontos em maio, 36,1 pontos (39,7%) mais que no mesmo mês do ano passado. A alta foi puxada por fortes valorizações das cotações de óleos, açúcar e cereais, além dos preços garantidos tanto de carnes quanto de produtos lácteos. 

Preços em alta 

Com a previsão de cotações internacionais “muito maiores” em 2021 e uma retomada significativa do crescimento da economia mundial, a expectativa é que a fatura de quase todos os produtos alimentares aumentará neste ano. Os maiores incrementos absolutos são previstos para os cereais, com mais US$ 37 bilhões, seguidos dos óleos vegetais (US$ 33 bilhões), oleaginosas (US$ US$ 31 bilhões) e frutas e hortaliças (US$ 24 bilhões). 

Somente esses produtos representarão quase US$ 126 bilhões dos US$ 185 bilhões adicionais previstos para a conta das importações de alimentos. Em 2020, esses grupos de produtos já tinham registrado alta de US$ 48 bilhões ante 2019 na fatura mundial dos importadores. 

Aumento não será uniforme 

O aumento não será uniforme entre regiões econômicas e geográficas. Os países desenvolvidos, que dominam a importação de alimentos no mundo, vão comprar menos em 2021, mas a um custo maior que em 2020. É que os preços e os custos de frete vão elevar a fatura de suas importações em US$ 58 bilhões.

Já no caso dos países em desenvolvimento — e apesar do aumento dos preços mundiais —, a previsão é que as compras de alimentos vão crescer em todas as categorias de produtos em 2021. A FAO constata crescente demanda por cereais, óleos vegetais, oleaginosas e frutas e hortaliças. Os maiores volumes vão trazer uma despesa adicional de US$ 127 bilhões, ou 60%. 

A agência da ONU nota, ainda, que em 2020, em plena pandemia, as importações de alimentos pelos países em desenvolvimento já tinham apresentado um “impressionante” aumento anual de 83% (US$ 39,4 bilhões). A única baixa foram nas compras de produtos pesqueiros e bebidas. Também houve estagnação da importação de café, chá, cacau.

Fonte: Valor Econômico.

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