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IBGE: inflação alta afeta vendas do comércio, principalmente no setor alimentício

O impacto da inflação foi mais forte no segmento de hipermercados e supermercados, que inclui produtos alimentícios e bebidas, com queda de 2,1% em volume ante fevereiro de 2012, a maior nesse tipo de comparação desde novembro de 2003. Por outro lado, a receita do segmento cresceu 9,3% no mesmo período. Na prática, isso significa que os consumidores desembolsaram mais, mas levaram menos produtos para casa.

Com preços em alta, as famílias já começam a comprar menos. É o que aponta a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada na quinta-feira (11/04). O volume de produtos vendidos em fevereiro pelo comércio restrito, que não considera cadeia automotiva e materiais de construção, caiu 0,4% em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal, e recuou de 0,2% na comparação com fevereiro de 2012. Por outro lado, a receita nominal cresceu 0,6% sobre janeiro e foi 7,6% superior a fevereiro de 2012.

Segundo Fábio Ramos, analista da Quest Investimentos, o varejo vinha crescendo mês a mês, e agora estancou. Isso acontece porque a inflação está muito alta.

O impacto da inflação foi mais forte no segmento de hipermercados e supermercados, que inclui produtos alimentícios e bebidas, com queda de 2,1% em volume ante fevereiro de 2012, a maior nesse tipo de comparação desde novembro de 2003. Por outro lado, a receita do segmento cresceu 9,3% no mesmo período. Na prática, isso significa que os consumidores desembolsaram mais, mas levaram menos produtos para casa.

No grupo alimentos, a inflação está mais alta, em 12 meses subiu 13,48% no IPCA, bem acima da inflação geral, que ficou 6,59% no período, rompendo pela primeira vez desde 2011 o limite da meta estipulada pelo governo, uma banda que tolera de 2,5% a 6,5% ao ano.

Jankiel Santos, economista-chefe do Banco Espírito Santo (BES), lembra ainda que os preços dos alimentos não são os únicos a pressionar no varejo. Segundo ele, a culpa não é somente dos alimentos, ou de um produto ou outro, como o tomate. A alta é generalizada e atinge tanto os produtos que dependem apenas de renda quanto os que dependem de crédito. Levantamento feito pelo banco mostra que, até janeiro, a inflação acumulada em 12 meses dos produtos ligados à renda, grupo majoritariamente formado pelos alimentos, é de 12,5%, enquanto daqueles que dependem mais de crédito, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos, é de 4,3%.

Para Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados, os resultados do varejo em fevereiro reforça o alerta de que o Banco Central deve aumentar a Selic, a taxa básica de juros. A questão da inflação já começou a prejudicar o volume de vendas e essa queda mostra uma atividade com dificuldade de reação. A Rosenberg prevê que o BC aumente a Selic em 0,25 ponto percentual na quarta-feira (17/abr), e, no total, eleve a taxa dos atuais 7,25% para 8,5% este ano.

Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint

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