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IBGE: abate de bovinos aumentou em 4,0% no 2º trimestre [RELATÓRIO COMPLETO]

I – PRODUÇÃO ANIMAL NO 2o TRIMESTRE DE 2018

1. Abate de animais

1.1 – Bovinos

No 2o trimestre de 2018, foram abatidas 7,72 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 0,2% menor que a registrada no trimestre imediatamente anterior e 4,0% maior que a do 2° trimestre de 2017, período afetado pela operação “carne fraca” (Gráfico I.1).

Apesar da redução no número de cabeças abatidas, a produção de 1,90 milhões de toneladas de carcaças (Gráfico I.2) representa um acréscimo de 0,7% em comparação com o trimestre imediatamente anterior e um aumento de 3,5% em relação ao 2° trimestre de 2017 (Gráfico I.2).

No 2o trimestre de 2018 o peso médio foi de 245,7 kg/carcaça, variação negativa de 0,5% em comparação com o 2° trimestre do ano passado. Por outro lado, houve aumento de 0,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A elevação da proporção de animais machos abatidos, cujo peso de carcaça tende a ser maior do que o das fêmeas, contribuiu para esse incremento (Gráfico I.3). No período desta pesquisa, o peso médio das carcaças de bois foi de 282,5 kg, enquanto o das vacas foi de 205,4 kg.

O abate de 296,51 mil cabeças de bovinos a mais no 2o trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionada por aumentos em 15 das 27 Unidades da Federação (UFs). Entre aquelas com participação acima de 1,0%, ocorreram aumentos em: Mato Grosso (+95,20 mil cabeças), Rio Grande do Sul (+54,25 mil cabeças), Rondônia (+48,74 mil cabeças), Paraná (+40,10 mil cabeças), São Paulo (+39,13 mil cabeças), Minas Gerais (+31,61 mil cabeças), Goiás (+21,10 mil cabeças), Santa Catarina (+11,47 mil cabeças), Maranhão (+6,50 mil cabeças) e Acre (+1,33 mil cabeças). Em contrapartida, as maiores reduções ocorreram em: Pará (-28,34 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (-17,10 mil cabeças), Tocantins (-5,21 mil cabeças) e Bahia (-2,26 mil cabeças). No ranking das UFs, Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 15,1% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (10,5%) e Goiás (10,4%) (Gráfico I.4).

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, no 2o trimestre de 2018, as exportações brasileiras de carne bovina in natura apresentaram decréscimos no volume (- 17,2%) e no faturamento (-18,8%) em comparação com o 2o trimestre de 2017. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, as reduções foram mais pronunciadas, com quedas de 37,9% no volume de carne e 31,7% no faturamento, influenciadas em grande parte pela paralisação dos caminhoneiros que inviabilizou o transporte de produtos aos portos. (Tabela I.1). O preço médio da carne exportada foi de US$ 4 129, variação positiva de 9,9% em relação ao 1° trimestre de 2018.

No 2° trimestre de 2018, as exportações brasileiras de carne bovina tiveram a China como o seu principal destino, com 24,6% de participação. As 52,84 mil toneladas destinadas ao país representam um aumento de 27,3% em relação ao mesmo período de 2017. As exportações para Hong Kong foram reduzidas em 24,7% na comparação entre os dois trimestres, passando da primeira para a segunda posição na relação dos países importadores.

A terceira posição foi assumida pelo Chile, com aumento de 91,4% nas suas importações, ocupando o lugar da Rússia que manteve o embargo ao produto brasileiro no trimestre. Outros parceiros comerciais sul-americanos, como Paraguai, Uruguai e Argentina também tiveram aumentos expressivos no trimestre, entrando na lista de destinos com mais de 1,0% de participação nas exportações brasileiras. Os três primeiros colocados do ranking responderam por 56,7% do comércio de carne bovina do Brasil com o exterior (Tabela I.2).

Em nível estadual, na comparação entre os 2os trimestres de 2017 e 2018, Mato Grosso registrou um decréscimo de 27,0% no volume exportado e deixou a liderança do ranking para São Paulo, que respondeu por 20,2% da carne destinada ao exterior. Goiás e Rondônia também registraram baixas de 9,6% e 13,4%, respectivamente. Entre os estados responsáveis por mais de 1,0% das exportações brasileiras, apenas Paraná e Rio Grande do Sul tiveram altas de respectivos 54,7% e 39,7%. (Tabela I.3).

Segundo o indicador Esalq/BM&F Bovespa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea, o preço médio da arroba bovina de abril a junho de 2018 foi de R$ 140,76/@, variando de R$ 136,80/@ a R$ 145,30/@. O valor médio foi 5,3% superior ao praticado no mesmo período do ano anterior, quando a média alcançou R$133,73/@.

De acordo com o IPCA/IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado entre janeiro e junho de 2018, 12 dos 13 cortes bovinos avaliados apresentaram aumento do preço, sendo que 8 deles ficaram acima do Índice Geral (2,60%) (Gráfico I.5). Apenas o filé- mignon apresentou redução de preço (-1,01%). O encarecimento da maioria dos cortes pode ser atribuído a fatores como o início da fase de entressafra no Centro-Oeste e à dificuldade de abastecimento de produtos durante a paralisação que envolveu o setor de transportes.

Os estabelecimentos de menor porte, que abateram até 100 cabeças diárias no 2° trimestre de 2018, representaram 79,1% do total de abatedouros do País, sendo responsáveis por 17,2% dos bovinos abatidos. Por outro lado, os estabelecimentos de maior porte, que abateram mais de 100 cabeças por dia, foram responsáveis por 82,8% dos abates, apesar de constituírem apenas 20,9% do total de estabelecimentos (Tabela I.4).

Participaram da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, no 2o trimestre de 2018, 1.102 informantes de abate de bovinos. Dentre eles, 193 possuíam o Serviço de Inspeção Federal (SIF), 372 o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 537 o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 76,4%, 17,9% e 5,7% do peso acumulado das carcaças produzidas. Todas as UFs apresentaram abate de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária.

1. Aquisição de Couro

No 2o trimestre de 2018, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que efetuam curtimento de pelo menos 5.000 unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 8,23 milhões de peças inteiras de couro cru de bovinos. Esse total representa redução de 4,1% em relação ao adquirido no trimestre imediatamente anterior e estabilidade frente ao 2° trimestre de 2017. Quanto à origem do couro, a maior parte teve procedência de matadouros frigoríficos, seguida pela prestação de serviços, que responderam juntas por 90,3% do total captado no período (Tabela I.14).

O comparativo entre os 2os trimestres de 2017 e 2018 indicam uma variação positiva de 727 peças no total adquirido pelos estabelecimentos abrangidos pela Pesquisa. Os destaques positivos em números absolutos ficaram com Rio Grande do Sul (+163,18 mil peças), Mato Grosso do Sul (+70,75 mil peças), Pará (+49,55 mil peças), Goiás (+49,21 mil peças) e Rondônia (44,92 mil peças). As maiores reduções absolutas ocorreram em São Paulo (-86,26 mil peças) e Minas Gerais (-26,48 mil peças). No ranking das UFs, Mato Grosso continua liderando a recepção de peles bovinas pelos curtumes, com 15,9% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (13,1%) e São Paulo (12,1%) (Gráfico I.16).

O método de curtimento “ao cromo” continua a ser o mais utilizado, responsável por 96,7% do total nacional de peles curtidas, seguido pelo “tanino” (3,0%) e por “outros métodos de curtimento” (0,3%). O cromo foi utilizado em 19 das 20 UFs que participaram da Pesquisa, excluindo apenas Santa Catarina. O tanino foi utilizado em dezesseis UFs, sendo que São Paulo foi responsável por 28,6% do total nacional curtido por esse processo. Roraima, Espirito Santo, Sergipe, Pará, Mato Grosso do Sul e Goiás afirmaram ter estabelecimentos que processaram couro por métodos diferentes do cromo ou por taninos.

A diferença entre o total de peças inteiras de couro cru de bovinos, captadas pelos curtumes (Pesquisa Trimestral do Couro), e a quantidade de bovinos abatidos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária (Pesquisa Trimestral do Abate de Animais) pode ser entendida como uma proxy do abate não-fiscalizado. Contrastando as séries históricas dessas duas variáveis (Gráfico I.17), pode-se inferir que o abate não-fiscalizado no período foi de 6,2%, inferior aos 9,8% aferidos no mesmo período do ano passado. Tal proporção não alcançava patamares tão baixos desde o 1° trimestre de 2015, quando atingiu 5,9%.

Participaram da Pesquisa Trimestral do Couro, no 2o trimestre de 2018, 96 curtumes. Amapá, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Piauí não possuem curtumes elegíveis ao universo da pesquisa.

II – TABELAS DE RESULTADOS – BRASIL – TRIMESTRES DE 2017 E 2018

II.1 – Síntese dos Indicadores da Pecuária para trimestres selecionados

III- TABELAS DE RESULTADOS – UNIDADES DA FEDERAÇÃO – 2os TRIM. 2017 E 2018

III.1 – Abate de Animais – Unidades da Federação – 2os trimestres de 2017 e 2018

Fonte: IBGE.

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