Abate de bovinos
No 1° trimestre de 2012 foram abatidas 7,219 milhões de cabeças de bovinos, representando queda de 2,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior e aumento de 1,6% frente ao mesmo período de 2011. O Gráfico 1 mostra a série do abate trimestral de bovinos dos últimos cinco anos.
Gráfico 1 – Evolução do abate de bovinos por trimestre – Brasil – trimestres de 2007-2012
O peso acumulado de carcaças no 1º trimestre de 2012 (1,681 milhão de toneladas) foi 3,9% menor que o registrado no 4º trimestre de 2011 e 2,4% superior ao registrado no mesmo período de 2011. O peso médio das carcaças no 1° trimestre de 2012 (232,9 kg/carcaça) foi 4,5 kg menor que no trimestre anterior e 1,7 kg maior do que no 1º trimestre de 2011.
Geralmente, é no primeiro trimestre de cada ano que ocorre o menor peso médio de carcaça, pois nesse período ocorre uma maior participação da categoria vacas, que são mais leves que a de bois e novilhos, no abate total de bovinos (Gráfico 2).
A partir deste trimestre, a pesquisa sofreu pequenas modificações conceituais. Animais a partir de dois anos de idade foram registrados nas categorias bois ou vacas, e os inferiores a dois anos nas categorias novilhos ou novilhas.
Gráfico 2 – Evolução da participação de bois e vacas no abate total de bovinos por trimestre – Brasil – trimestres de 2007-2012
Na comparação dos primeiros trimestres 2012/2011, as Regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram aumentos no número de cabeças abatidas da ordem de 7,2% e 4,4%, respectivamente, puxados, sobretudo, pelos expressivos incrementos ocorridos no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia (Gráfico 3).
Todas as demais regiões apresentaram decréscimo no número de cabeças abatidas. Na Região Sul (-3,8%), ocorreu decréscimo em todos os três Estados. Na Região Sudeste (-5,2%), apenas Minas Gerais apresentou aumento na quantidade de cabeças abatidas. Na Região Nordeste (-3,5%), Pernambuco foi a UF apresentou o maior decréscimo percentual (-26,1%) e absoluto (-25.422 cabeças) da Região.
Gráfico 3 – Ranking e variação anual do abate de bovinos – Unidades da Federação – primeiros trimestres de 2011 e 2012
A Região Centro-Oeste respondeu por 38,5% do abate de bovinos, no 1º trimestre de 2012, ficando à frente das Regiões Norte (20,8%), Sudeste (19,2%), Sul (11,4%) e Nordeste (10,2%). Este é o segundo trimestre consecutivo que a Região Norte supera a Região Sudeste no abate de bovinos, sobretudo pelas sucessivas quedas do abate em São Paulo e da ascensão do abate em Rondônia.
No 1° trimestre de 2012, participaram da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais 1.365 informantes do abate de bovinos. Dentre eles, 203 possuíam o Serviço de Inspeção Federal (SIF), 427, o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 735, o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 77,7%; 15,7% e 6,6% do peso acumulado das carcaças produzidas no trimestre. Todas as Unidades da Federação apresentaram abate de bovinos sob algum tipo de inspeção sanitária.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) a exportação brasileira de carne bovina in natura no 1º trimestre de 2012 ficou abaixo das ocorridas no 1º e 4º trimestre de 2011, tanto em faturamento como em volume (Tabela 1). A diminuição das importações pelo Irã, o segundo maior comprador da carne bovina in natura do Brasil em 2011 e 2010, foi a principal razão para as quedas reportadas no trimestre. O preço médio internacional da carne bovina exportada seguiu em baixa no 1º trimestre de 2012.
Tabela 1– Abate de bovinos e exportação de carne bovina in natura – Brasil – trimestres selecionados de 2011 e 2012
De janeiro a março de 2012, o IPCA/IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou deflação acumulada para todos os subitens avaliados da carne bovina, variando de -13,95%, para o filé-mignon, a -1,49%, para a pá. Segundo o indicador ESALQ/BM&FBovespa do Cepea o preço da arroba bovina entre janeiro e março de 2012 flutuou entre R$ 93,30 a R$ 99,81, sendo a média dos preços da arroba praticados no 1º trimestre de 2012 (R$ 96,65) 7,32% menor que a média obtida no mesmo período do ano anterior (R$ 104,28).
Aquisição de couro bovino
A aquisição de couro inteiro de bovino no 1º trimestre de 2012 foi de 8,444 milhões de unidades, indicativo de queda de 3,9% com relação ao mesmo período de 2011 e aumento de 0,5% com relação ao 4º trimestre de 2011. A diferença entre o total de couro inteiro de bovinos adquirido no 1º trimestre de 2012 e o total de animais abatidos foi de 16,9% no período
A aquisição de couro manteve-se crescente em todos os meses do 1º trimestre de 2012. Verifica-se que 26,9% de todo o produto adquirido foi recebido para a prestação de serviços de curtimento a terceiros. A grande maioria do couro teve origem de matadouros frigoríficos (63,0%) e apenas 7,2%, de intermediários ou salgadores. O residual teve origem de matadouros municipais, outros curtumes e outras origens – Gráfico 4.
Gráfico 04 – Origens do couro de bovino adquirido – Brasil – primeiro trimestre de 2012
Em termos estaduais tem-se que as maiores aquisições de couro inteiro de bovino ocorreram no Mato Grosso (18,4%), em São Paulo (12,7%) e no Rio Grande do Sul (10,3%) no 1º trimestre de 2012. No comparativo estadual com o mesmo período de 2011 registrou-se significativa queda da aquisição total no Rio Grande do Sul (-25,0%) ou cerca de 289,510 mil unidades a menos.
Algumas empresas reportaram a queda de comercialização do couro e para 18 compensar a ociosidade o aumento da prestação de serviço, além do aumento da formação de estoques em outros casos.
Gráfico 05 – Aquisição de peças inteiras de couro de bovino – Unidades da Federação – primeiro trimestre de 2012
Pelo Gráfico 5 verifica-se que a aquisição de couro pelas Unidades da Federação que mais efetuaram compras no 1º trimestre de 2012. Verifica-se ainda importância da prestação de serviços de curtimento no Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo. Participaram da Pesquisa Trimestral do Couro 130 informantes no 1º trimestre de 2012. Alguns estados não têm informantes cadastrados, sendo eles o Amazonas, o Amapá, o Rio Grande do Norte, a Paraíba, o Rio de Janeiro e o Distrito Federal.
Fonte: IBGE, adaptada pela Equipe BeefPoint.