O tradicional gosto dos norte-americanos por hambúrgueres pode se reverter em um grande negócio para a indústria brasileira de carne bovina, após o acordo sanitário assinado entre os dois países, disse o diretor técnico da consultoria IEG FNP, José Vicente Ferraz.
O consultor da FNP citou ainda uma complementariedade muito grande para a oferta do Brasil, já que o hambúrguer normalmente é feito de “carne de segunda”, da parte dianteira dos bovinos, que tem preços bastante competitivos no Brasil, onde a preferência dos consumidores é pela picanha e outros cortes, produzidos com a parte traseira.
O analista comentou que o Brasil poderia exportar a parte dianteira do boi para produzir o hambúrguer nos EUA ou poderia exportar o hambúrguer pronto.
A presença da companhia brasileira JBS nos EUA, que tem um faturamento muito maior em território norte-americano do que no Brasil, também seria um facilitador de negócios.
O Brasil também teria competitividade para avançar no mercado de cortes nos Estados Unidos, principalmente na cota sem tarifa, disse o diretor da FNP.
Nesse segmento, na opinião de Ferraz, o Brasil entraria em um mercado que não é nem o da carne premium, concorrido por Uruguai, Austrália e Argentina, nem aquele de preços muitos baixos, dominado pela carne de Índia.
Segundo ele, o embarque de carne in natura para o mercado de cortes começaria de forma mais lenta, até porque alguns exportadores ainda precisariam criar canais de distribuição. Já a exportação para hambúrgueres poderia avançar mais rapidamente.
Fonte: Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.