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Guia alimentar dos EUA: qual deve ser a postura da indústria de carne bovina?

Por Suzanne B.Bopp

Está novamente na hora de novas orientações dietéticas oficiais, que são atualizadas a cada cinco anos pelo Departamento de Agricultura e Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. A versão preliminar desse guia foi divulgada recentemente.

A principal informação a ser considerada dentro das sugestões feitas pelo painel de aconselhamento é que os americanos de forma geral mirem mais em uma dieta baseada em plantas, com menos carnes vermelhas e açúcares adicionados. Nesse ano, as recomendações foram baseadas em parte em considerações ambientais; comer frutos do mar cujos estoques não estão ameaçados foi outra sugestão. Com a produção global de alimentos responsável por 80% do desmatamento e 70% do uso de água fresca, de acordo com o relatório, um foco em dietas sustentáveis é necessário se não houver alimentos suficientes para futuras gerações.

A indústria de carne bovina reagiu fortemente, resultando em algumas manchetes como “Menos carnes, mais vegetais: grandes alimentos estão pirando com as novas orientações dietéticas ‘sem sentido’”, que apareceram na revista online Salon. Algumas pessoas, como a professora adjunta de ciência animal do Estado de Washington, Jude Capper, sugeriram que a indústria tome cuidado para não ser muito defensiva em sua resposta. Em um post de blog perguntando “É hora de pararmos de gritar sobre as orientações dietéticas?”, ela questiona se os consumidores não ficarão com a impressão de que a indústria está mais preocupada com ela mesma.

“O subtexto da mídia é que os grandes produtores de alimentos ruins estão horrorizados pela divulgação dessa má ciência do governo que está evitando que eles mantenham você viciado de forma não saudável em cheeseburgers triplos, regados a refrigerantes de 500 calorias, e que farão de tudo para evitar isso”, diz Capper.

“Ao invés de postar no Facebook ou Twitter que o relatório não tem sentido, porque o comitê de nutricionistas aventurou-se no poço sem fundo que é a sustentabilidade, por que nós, ao invés disso, não exaltamos as virtudes de produzir carne magra de alta qualidade, nutritiva, segura e acessível e buscamos alcançar as pessoas que não tenham visto as hiperbólicas manchetes ou lido as orientações simplesmente porque viram muita coisa sobre elas no Twitter?”.

As orientações direcionam as decisões de compras para programas federais de alimentação, como os das escolas e o militar, mas se a história – e a pesquisa – são algum guia, os consumidores prestarão atenção a elas. Há alguns anos, um estudo do NDP Group mostrou que menos de 2% dos americanos consistentemente seguem as orientações do USDA.

Isso pode ser, em parte, porque as atuais recomendações são difíceis para a maioria das pessoas aplicar em sua alimentação. Pegue, por exemplo, a recomendação de “substituir alimentos proteicos que são mais ricos em gorduras sólidas com opções que têm menos gorduras sólidas e calorias e/ou são fontes de óleo” ou “consuma menos de 300 mg de colesterol dietético por dia”.

Muitas pessoas nos círculos políticos de alimentos comparam nossas opacas orientações desfavoravelmente com as orientações divulgadas recentemente pelo Brasil, consistindo de sugestões simples de seguir que focam na saúde geral e no prazer do alimento (ao invés de limitar nutrientes individuais), como: preparar refeições a partir de alimentos frescos; comer refeições regulares e prestar atenção no que está comendo; planeje com antecedência o preparo da refeição e coma em sua hora e espaço apropriados; seja crítico com a publicidade comercial de produtos alimentícios.

Aqui, nos Estados Unidos, após um período de comentários públicos, as orientações finais serão divulgadas no final do ano.

Por Por Suzanne B.Bopp, para a Drovers.

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