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Guerra comercial entre EUA e China piora cenário econômico para Brasil

Em novo ataque à China, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou mais tarifas ao país asiático, desta vez em produtos de tecnologia. Ele disse nesta sexta-feira (15) que está protegendo “as joias da coroa” com a medida – que foi retaliada horas depois por Pequim e inflamou a guerra comercial entre os dois países.

“Nós temos os melhores cérebros no Vale do Silício. São as joias da coroa para esse país. E nós vamos protegê-los”, afirmou, durante entrevista à emissora Fox News.

Os EUA acusam a China de roubo de propriedade intelectual, por meio de acordos com empresas de tecnologia americanas que exigem a transferência de conhecimento para estatais do país.

Por isso, o governo estabeleceu sobretaxas de 25% a 818 produtos chineses como telas do tipo touchscreen, baterias, aeronaves, navios, motores de carros, radares, equipamentos de diagnóstico médico e máquinas agrícolas, entre outros.

A lista deixou de fora, porém, produtos comprados diretamente por consumidores americanos, como celulares, TVs e medicamentos além de armas, que estavam no primeiro rol de punições, anunciado em abril.

As sobretaxas começam a valer no dia 6 de julho.

Em troca, Pequim anunciou, horas depois, tarifas retaliatórias de 25% a outros 659 produtos americanos, acusando os EUA de adotarem um “comportamento míope”.

“A China não quer uma guerra comercial, mas não temos outra opção a não ser nos opormos fortemente a isso”, informou o Ministério do Comércio chinês.

Para analistas, o Brasil sairá perdendo com a guerra comercial, em particular porque deve deprimir preços das matérias primas (commodities).

Embora as exportações de soja e carne suína brasileiras possam ter ganhos, já que Pequim passa a taxar em 25% esses produtos americanos, o resultado global será negativo.

Segundo José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a escalada protecionista vai ter um impacto sobre o crescimento mundial, o que, por sua vez, reduzirá a demanda por commodities.

Para o Brasil, que depende majoritariamente da exportação de commodities e produtos básicos, o cenário que se forma é má notícia.

Castro previa para 2018 exportações de US$ 219 bilhões, importações de US$ 168 bilhões, gerando superávit de US$ 50,4 bilhões, mas vai revisar os números para baixo.

Exportações foram prejudicadas pela greve dos caminhoneiros e barreiras como as medidas antidumping impostas pela China ao frango, e as importações serão mais baixas do que estimava porque o crescimento do PIB brasileiro desacelerou.

A isso tudo, Castro acrescenta a tendência de queda do preços das commodities, exacerbada pelas medidas protecionistas.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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