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Grupo JBS terá 60% da nova holding com Matone

O presidente do Banco Matone, Alberto Matone, espera que a carteira de crédito da nova instituição financeira que será criada com a fusão junto ao Banco JBS passe de R$ 2,5 bilhões para R$ 6 bilhões em um ano e meio. "Desde 2006 estávamos procurando um sócio. E hoje, para um banco crescer, tem que se fundir com outros, não tem jeito", afirmou o executivo em entrevista à imprensa.

O presidente do Banco Matone, Alberto Matone, espera que a carteira de crédito da nova instituição financeira que será criada com a fusão junto ao Banco JBS passe de R$ 2,5 bilhões para R$ 6 bilhões em um ano e meio. “Desde 2006 estávamos procurando um sócio. E hoje, para um banco crescer, tem que se fundir com outros, não tem jeito”, afirmou o executivo em entrevista à imprensa.

A partir da fusão do Banco JBS com o gaúcho Matone será criada uma nova holding que controlará a nova instituição financeira. A J&F Participações Financeiras – holding controladora da operações de proteínas JBS, Flora Higiene e Limpeza, as companhias de papel e celulose Florestal Brasil e Eldorado Brasil – ficará com 60% e fará um aporte de R$ 200 milhões no Banco JBS. Já a Matone Holding terá participação de 40%, com um investimento de R$ 100 milhões no Banco Matone.

“Queremos colocar, no curto prazo, mais R$ 300 milhões com recursos próprios (da J&F e Matone Holding). No médio, longo prazo, queremos que esses aportes chegam a R$ 1 bilhão. A ideia é montar um patrimônio líquido de R$ 1,2 bilhão e, assim, o banco continuar com suas próprias pernas”, explicou o presidente executivo da J&F Participações e presidente do conselho do grupo JBS, Joesley Batista.

A partir de hoje, os controladores da J&F e da Matone Holding darão sequencia ao processo de celebração dos documentos definitivos relacionados à operação e, posteriormente, homologação junto ao Banco Central. A expectativa é que em até 90 dias a fusão seja completada. Os dois bancos continuarão atuando com suas estruturas independentes até que seja definido o melhor momento para integrar as suas operações.

O principal executivo do novo banco será o atual presidente do Banco JBS, Emerson Loureiro, e o novo nome da instituição financeira será escolhido quando a fusão estiver encerrada. “Ainda não temos ideia do nome, mas queremos que não fique Banco JBS, para não ser confundido com a operação de carne do grupo”, declarou Loureiro. De outra parte, Alberto Matone tem expectativa de continuar no novo banco. “Nossa experiência tem valor no negócio”, ressaltou ele.

Segundo Batista, a instituição começará com cerca de mil funcionários e deve chegar a mais de dois mil “em breve”. “Vamos trazer também pessoas do mercado financeiro para integrar o time do banco”. A meta é de gerar um retorno de 20% sobre o patrimônio líquido, que o executivo afirma acreditar ser “um retorno atrativo”.

O executivo explicou que a J&F hoje possui um patrimônio líquido de aproximadamente R$ 20 bilhões, com ativos totais de cerca de R$ 25 bilhões. “Com relação aos números do grupo, as operações financeiras ainda são muito pequenas. Mas temos tudo para crescer”, disse.

Questionado se haverá novas aquisições nesse segmento, o executivo não descartou a possibilidade. “Mas um dia de cada vez. A fusão com o Matone é um dos primeiros passos para impulsionar o crescimento da J&F no mercado financeiro. Um tijolo por dia e no final teremos um castelo”, disse o executivo, que somente em sua gestão como presidente da JBS S/A, presenciou aproximadamente 15 aquisições em cinco anos. Batista destacou ainda que após a associação o grupo entrará em crédito à pessoa física, “uma das melhores maneiras de capturar o momento de prosperidade da economia brasileira”, completou.

Aquisições em outros segmentos

O presidente executivo da J&F Participações Financeiras, Joesley Mendonça Batista, afirmou que a holding pode realizar eventuais aquisições e fusões para consolidar seus atuais segmentos de negócios. Hoje, a empresa controla o Banco JBS – que acabou de se fundir com o Banco Matone -, mais a Flora Higiene e Limpeza; a Florestal Brasil e a Eldorado Brasil, ambas do setor de papel, celulose e florestas; e a JBS S/A, de proteínas. “Como eu não tenho mais a necessidade de ficar no dia a dia da JBS, vou contribuir bem mais para o crescimento da holding”, afirmou, em coletiva de imprensa.

O executivo citou, por exemplo, o segmento de higiene e limpeza. “Bens de consumo é um mercado com um potencial de crescimento muito grande. Temos muitas oportunidades nesse setor”. Já em proteínas, Batista afirmou que o produto interno bruto (PIB) global é de cerca de US$ 3 trilhões, dos quais US$ 1 trilhão só em bovinos.

Sobre as operações de papel, celulose e florestas, Batista destacou que a fábrica da Eldorado Brasil ficará pronta até o final deste ano, com expectativa de início de produção imediata. Já para a Florestal a expectativa em 2011 é de obter um superávit. “Chegaremos a uma capacidade de plantio de 30 mil hectares/ano para um consumo de 18 mil hectares/ano. Poderemos atender a outros clientes com essa produção ou ampliarmos a Eldorado”, disse Batista.

A matéria é de Suzana Inhesta, publicada na Agência Estado, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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