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Grupo Arantes: credores reprovam escolha do nome

A Assembleia dos Credores do Arantes Alimentos nomeou a chapa encabeçada por Aderbal Luiz Arantes Junior como administradora judicial do grupo mesmo depois do empresário ser destituído judicialmente, junto com o irmão Danilo Arantes, da direção do grupo descumprimento, no que diz respeito à prestação de informações sobre o plano de recuperação.

A Assembleia dos Credores do Arantes Alimentos nomeou a chapa encabeçada por Aderbal Luiz Arantes Junior como administradora judicial do grupo mesmo depois do empresário ser destituído judicialmente, junto com o irmão Danilo Arantes, da direção do grupo descumprimento, no que diz respeito à prestação de informações sobre o plano de recuperação.

Aderbal Arantes disse que vai ser proposto novo plano de recuperação a ser aprovado em assembleia para substituir o atual. “Nós estamos estudando fazer um novo plano e, na verdade, vamos conversar com os bancos para propor o novo plano que permite a venda dos ativos e de ações e reduz o valor da dívida.” Segundo Arantes, vão ser negociadas unidades frigoríficas de abate de gado e possivelmente o Frango Sertanejo, no município de Guapiaçu. Apesar de Aderbal Arantes negar, pessoas ligadas ao grupo acreditam que será necessário vender uma das unidades de embutidos Eder Santo Amaro ou o Frigor Hans, em Jundiaí, para obtenção de capital para a retomada de operações.

O advogado da Felsberg e Associados, Joel Tomas Bastos, lembrou que existem diversas plantas desativadas ou funcionando abaixo da capacidade no Brasil e poucas empresas em condições de adquirir ativos. Por isso, ele acredita que a Arantes Alimentos vai ter que disponibilizar plantas que despertem interesse nos compradores. A primeira unidade a ser reativada deve ser no Estado de Mato Grosso. “Estamos pensando em reativar uma das plantas: de Pontes de Lacerda ou Nova Monte Verde”, afirmou Aderbal. A venda de unidades que integram o grupo teria a finalidade de obter capital de giro para a ativação das outras plantas industriais que estão paralisadas e, dessa forma colocar em prática a recuperação judicial.

Credores reprovam escolha do nome

Os credores trabalhistas e quirografários mais uma vez manifestaram indignação diante a impossibilidade de modificar o modelo dos grandes credores com garantias reais para o processo de recuperação judicial do Arantes Alimentos. O advogado Sérgio Di Chiacchio, representante de um credor quirografário de Goiás e autor da proposta de formação de um comitê de credores, afirmou que a vitória da chapa de Aderbal demonstra impropriedade da lei.

O advogado disse vai ficar difícil receber o pagamento das dívidas após reconduzir à direção do grupo um dos proprietários responsáveis por levar a Arantes Alimentos à recuperação judicial e que, recentemente foi destituído judicialmente. O advogado Luiz Carlos Bortoleto, representante do Frigorífico Rainha da Paz, afirmou que o resultado da assembleia já era conhecido. “Nós só não sabíamos como seria a composição da chapa.”

Bortoleto disse que a própria lei de Recuperação de Empresas e Falências prevê que pessoas destituídas da direção da empresa em recuperação judicial, como ocorreu com Aderbal Arantes, são consideradas inabilitadas e não podem reassumir a gestão. Ele afirmou que vai levar a questão ao Ministério Público para que este opine sobre o processo.

Aderbal Arantes disse que um conjunto de fatores, como a questão dos derivativos e a crise financeira internacional, contribuíram para que o grupo e outras empresas entrassem em dificuldades. Ele afirmou que as dívidas trabalhistas estão sendo pagas.

O representante de pecuaristas do Mato Grosso, Marcos da Rosa, afirmou que houve tempo suficiente desde a homologação do Plano de Recuperação Judicial para que, se tivesse capacidade os administradores, as empresas do grupo retornassem às atividades. “Vai voltar à
mesmice. Perdemos tempo, dinheiro do bolso e mais uma vez nós viemos aqui manipulados
pelo poder do dinheiro dos bancos, que deram 90% de aprovação da maneira que eles julgam ser a melhor para recuperar o dinheiro deles.”

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Barra do Garça e Região, João Batista de Oliveira, também condenou a volta de Aderbal à frente do grupo. “Se ele tivesse competência para administrar, a empresa não estaria assim.” Ele também criticou a Lei de Recuperação das Empresas, classificando- a como mal feita e de dar poderes em excesso aos bancos em detrimento aos trabalhadores e fornecedores.

O administrador judicial Luiz Augusto Winther Rebello Junior concordou que a lei 11.1021/2005 é nova e precisa ser aperfeiçoada.

A reportagem é do Diário da Região, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Marcelo Alexandre de Oliveira disse:

    Há uma mentira no texto acima (na verdade deve haver mais, mas essa eu posso provar).
    Trabalhei cerca de 2 anos nesta empresa e ate agora eles nao pagaram nenhuma divida trabalhista.
    Sai do grupo a 8 meses e ate agora nenhuma previsão.

  2. Wagner Alexandre Gava disse:

    Independente de Frigo esse, Frigo aquele,a lei deveria contemplar aquele que da condições de funcionamento as empresas do Agronegócios. Poderia, por exemplo, definir que a empresa compraria sua matéria prima sómente a vista, criaria uma aliquota sobre o lucro liquido que deveria ser depositada em uma conta de investimentos segura, onde os administradores, sob hipótese alguma poderia dispor da mesma, e a partir de determinado valor começasse a pagar seus credores proporcionalmente. Mas, como sabemos, no Brasil, primeiro se paga o governo, depois as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, trabalhadores, custos e etc, etc, etc… e dai os produtores, que são proprietários de PROPRIEDADES rurais, que sem recursos, ficam improdutivas, afinal, se devem as instituições financeiras, estas cobram, se o produtor não tem dinheiro, negativa seu nome e penhora seus bens, quando não, a propriedade é invadida. Porque a lei não permite que as instituições financeiras, ou melhor, obrigue as mesmas a receber parteda divida em participação societária da empresa em recuperação?Assim elas não poderiam ficar ao lado do causador dos estragos no mercado, e sentiriam como é ficar com parte do propblema para administrar. Falta a CNA e a bancada ruralista pensar em como transferir uma parte do problema a quem só se beneficia com a recuperação destas empresas, que geralmente não é o produtor. Não conheço um produtor que recebeu seus bois a preço do dia, mas sei que as instituições recebem seus juros durante o periodo de recuperação, sem perdão de centavo algum, isso é que é bom negócio. Tenho aqui uma i´deia maluca neste instante: Porque os credores não transformam sua cota de valor a receber destas empresas em um fundo de investimento, capitalizados com esses direitos (cotas) e obrigam os proprietários a darem parte da empresa como pagamento e passam a administrar o seu quinhão da empresa?

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