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Greenpeace acusa soja por devastação na Amazônia

O Greenpeace publicou estudo, entitulado “Comendo a Amazônia”, sobre a produção de soja na região amazônica, relacionando-a à devastação das florestas, grilagem de terras e emprego de mão-de-obra escrava na região. Segundo o relatório, o consumo de carne de frango e bovina nas cadeia de fast-food na UE são responsáveis pelo avanço da cultura nas florestas, já que a alimentação em granjas e confinamentos de gado bovino são os principais destinos da produção.

A entidade acusa as traders multinacionais, como Cargill, ADM e Bunge, por fomentarem o avanço da fronteira agrícola para a região, através da criação de infra-estrutura e incentivos, como fornecimento para os produtores de soja de crédito fácil e mercado garantido.

O estudo aponta que um terminal portuário construído pela Cargill em Santarém/PA, que não teria o EIA (Estudos de Impacto Ambiental), sendo portanto ilegal, tem sido utilizado para escoar a soja produzida na Amazônia. “De lá, a soja vai até a produtora de alimentos Sun Valley, também de propriedade da Cargill que, por sua vez, utiliza a soja para alimentar frangos para produzir McNuggets, distribuídos para as lanchonetes do McDonald’s em toda a Europa”, afirma a notícia veiculada no site do Greenpeace.

Ainda segundo a notícia, como manifestação, dezenas de “frangos de dois metros de altura invadiram várias lanchonetes do McDonald’s na Inglaterra e se acorrentaram às cadeiras. Durante a noite, centenas de voluntários do Greenpeace panfletaram as ruas do país, distribuindo folhetos com uma ilustração do Ronald McDonald segurando uma motosserra. Na Alemanha, ativistas também se reuniram em frente à sede européia do departamento de assuntos ambientais do McDonald’s e exigiram que a rede de fast foods pare de destruir a Amazônia”.

Otavio Negrelli, Equipe BeefPoint, com informações do site do Greenpeace.

0 Comments

  1. Felipe Cordeiro disse:

    Isso é uma pouca vergonha.

    Se eles exploram é porque eles tem a permissão para explorar, qual o problema? Já não basta ter que seguir as leis impostas pelas autoridades de ar condicionado?

    Bom, isso é só o começo, podem acreditar que o Norte daqui uns anos não produzirá mais nada, somente iremos ficar presos, amarrados e subordinados aos projetos de manejo sustentável de exploração de madeira…. que é isso? Não falo mais nada.

  2. Omar Kenji Banks Mushá disse:

    Ridículo.

    Sou completamente defensor das idéias de desenvolvimento sustentável e ecológico adaptado ao contexto sócio-econômico local. Mas ao mesmo tempo anti-greenpeace.

    Trabalhei um bom tempo nas fronteiras agrícolas e tenho minhas dúvidas (não sujeitas à alteração) em relação aos métodos de captação de recursos, seus motivos e seus verdadeiros interessados. Penso no Greenpeace como uma organização quase tão ilegítima quanto o MST, mas que tem a projeção atual por ter pessoas mais capacitadas e qualificadas para tal em seu comando, juntando-se às tendências nobres de conscientização ambiental. Pessoas realmente inteligentes, as quais o MST felizmente não tem.

    Eles realizam críticas sem entregar uma solução viável, o que é medíocre. Não apenas uma solução alternativa para a ração de frango do McDonald’s. Mas como seria tratada toda a cadeia à montante??? Que culpa tem o McDonald’s se os produtores do Amazonas e Pará precisam tocar o seu negócio e tentam dar um pouco mais de desenvolvimento àquela região que é escassa em investimentos? E a produção de soja lá é, em grande parte, uma conseqüência dos fatores fundamentais atuais como preço (já não mais, mas os contratos e comprometimento ainda existem) e logística (porto de Santarém). As fazendas por lá tiveram o gado como atrativo para a abertura.

    A soja é uma alternativa para diversificação das áreas. E se fosse montada uma grande usina em Santarém? Com os fatores de hoje, seria tudo cana. Seguindo o raciocínio do Greenpeace, eles começariam a botar fogo nos carros da Ford e Chevrolet movidos à álcool e ainda iriam incomodar o McDonald’s porque o McFruit de uva usaria açúcar produzido na Amazônia. Ou seja, o negócio dos caras é aproveitar a onda de anti-americanismo que o mundo vive hoje e ter projeção em cima disto, metendo o pau nas empresas americanas. Assim aparece mais fácil na mídia e tem menor rejeição na opinião pública. Que existe muita coisa errada na amazônia existe, mas o Greenpeace é ridículo.

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