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Graziano prevê que preços dos alimentos devem continuar altos

O recém-eleito diretor-geral da FAO (órgão da ONU para a alimentação e agricultura), José Graziano da Silva, disse na segunda-feira que os alimentos provavelmente continuarão caros nos próximos anos, e que isso pode causar problemas para países importadores.

O recém-eleito diretor-geral da FAO (órgão da ONU para a alimentação e agricultura), José Graziano da Silva, disse na segunda-feira que os alimentos provavelmente continuarão caros nos próximos anos, e que isso pode causar problemas para países importadores.

“Os preços altos vão continuar não só por alguns poucos anos. Não se trata de um desequilíbrio temporário”, disse o brasileiro em entrevista coletiva. “Isso tem relação com os mercados financeiros, e até alcançarmos uma situação financeira mundial mais estável os preços das commodities vão refletir isso.”

Os países pobres que precisam importar alimentos serão os mais afetados, e Graziano disse desejar que a FAO se empenhe mais em ajudá-los. “Para os próximos anos, esta será uma área mais relevante na qual a FAO pode desempenhar um papel importante em assistir esses países a respeito de como lidar com essa volatilidade.” A volatilidade, acrescentou ele, pode ser ainda pior para agricultores e consumidores do que uma alta permanente dos preços, por causa da incerteza que gera.

Graziano foi eleito no domingo para o comando da Organização de Alimentação e Agricultura (FAO na sigla em inglês), no lugar do senegalês Jacques Diouf. Ele comandou o programa Fome Zero, no começo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e atualmente dirige o escritório da FAO para a América Latina e o Caribe. O brasileiro teve 92 dos 180 votos, contra 88 do ex-chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos. Ele tomará posse em janeiro para um mandato de três anos e meio, renovável por mais quatro anos.

A FAO é a maior agência da ONU, com 3.600 funcionários e um orçamento anual em torno de 1 bilhão de dólares. Criada há 66 anos, a entidade adotou recentemente um pacote de reformas em resposta a uma dura avaliação externa, feita em 2007, que apontou o risco de um “declínio terminal” por causa da sua instabilidade gerencial e falta de transparência.

Os preços alimentícios globais bateram novos recordes neste ano, principalmente por causa de incidentes climáticos, reavivando as lembranças da onda inflacionária de 2007/08, que gerou distúrbios em países como Egito, Haiti e Camarões.

Graziano disse que uma reunião do G20 (grupo de países desenvolvidos e emergentes) neste mês começou a tratar corretamente de maneiras para controlar a volatilidade de preços, e que a implementação das decisões tomadas naquele evento deve contribuir para melhorar a situação.

O plano de ação adotado na semana passada pelo G20 inclui medidas para ampliar a produção agrícola, a transparência dos mercados alimentícios e a coordenação política, mas ficou de fora um apelo da França por repressão a especuladores.

Graziano, que é agrônomo e economista, disse que o apoio dos países membros será crucial para que a FAO lide de forma eficaz com o combate à fome e a preservação da segurança alimentar no mundo. Ele defendeu também mais monitoramento e preparação contra desastres naturais em regiões cruciais para a segurança alimentar, como o Caribe e a América Central.

A matéria é de Catherine Hornby, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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