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Governo quer nova “base social no campo”

As mudanças avaliadas pelo governo no Imposto Territorial Rural (ITR) são parte de uma estratégia de construção de uma nova "base social no campo". A meta do governo é formar uma "classe média rural empreendedora, predominante e moderna".

As mudanças avaliadas pelo governo no Imposto Territorial Rural (ITR) são parte de uma estratégia de construção de uma nova “base social no campo”. A meta do governo é formar uma “classe média rural empreendedora, predominante e moderna”.

O secretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Ariel Pares, informa já ter avançado com outros ministérios para reformar a política agrícola e constituir a nova base a partir de um modelo renovado de garantia de preços, seguro agrícola e crédito rural. Engenheiro agrônomo e economista, Pares entende que o país precisa deslocar a “discussão isolada” de crédito, seguro e preços mínimos para avançar em instrumentos de garantia de renda que levem em conta problemas de riscos climáticos, liquidez e volatilidade do setor rural. “Política agrícola não pode só regular mercados. Tem que constituir uma base social forte, organizada e cooperante, capaz de gerar renda e que não sinta estímulo para migrar”, argumenta ele.

Nos planos do governo, estão a formação de um fundo anticíclico para épocas de bonança e uma política de subsídios em tempos de dificuldades no setor rural. “É preciso assumir riscos, mas dentro de uma determinada margem”, afirma o secretário. Para ele, o desenvolvimento rural e a modernização socioeconômica do campo deve incluir a ampliação de serviços (como estradas, luz e banda larga) nos núcleos urbanos próximos de áreas rurais. “É preciso oferecer novas atividades que não sejam apenas do campo, com indústria, serviços, residências e adensamento dos sistemas urbanos, saindo do litoral e do Centro-Sul”, diz.

O governo quer ampliar ao máximo essa base. “Queremos uma agricultura líder e com base social moderna”, diz Ariel Pares. O desafio, segundo ele, é operar mudanças na concentração da terra no longo prazo. “A agricultura é para todos, e não para 20 mil ou 30 mil”, afirma. “Temos que garantir a agricultura familiar no futuro, de forma pactada e negociada, é claro”.

A SAE já tem metas fixadas para transformar a “base” do campo até 2022, quando o Brasil completa seu bicentenário. Primeiro, estabeleceu como objetivo a duplicação da atual produção agropecuária – isso implicaria chegar próximo de 300 milhões de toneladas de grãos, fibras e cereais. Depois, quer dobrar as exportações do setor, mantendo o crescimento média de 6% ao ano. Além disso, a elevação da produtividade em 50% faria o país crescer de forma “horizontal” no campo. Isso resultaria na expansão média de 3,4% ao ano ao longo de 12 anos – a média anual das últimas duas décadas foi de 3,3%.

O governo também quer triplicar o orçamento da rede nacional de pesquisa agropecuária, incluindo Embrapa e empresas estaduais. Hoje, o país aplica 1,2% do Produto Interno Bruto em pesquisa, desenvolvimento e inovação – ou R$ 3 bilhões por ano. A meta é elevar o índice entre 2% ou 2,5% do PIB até 2022. “Isso daria chance de sairmos da base exportadora de commodities para a produção de alto valor agregado”, afirma Ariel Pares.

A reportagem é do jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Ministro cassel semana passada fala no planalto em limitar propriedades em 1000/ha,secretario de “assuntos estrategicos” esta semana, fala em “nova base social no campo”.vamos juntando as pedrinhas e ver o fim do jogo neste governo.

  2. Antonio Juvenal Marques disse:

    PARA PENSAR ATÉ DIA 3 de outubro….
    O Brasil precisa de estabilidade no campo, e não ameaças de socialização como se vê…Sou Neto de Imigrantes e vejo esta tendencia como uma afronta aos que colocaram o Brasil no alto com a produção rural. O que falta é acreditar no noso produtor pois tecnologia e vontade de trabalhar temos de sobra. O que temos hoje é uma concorrencia dos programas sociais do governo que atrai para os centros urbanos os trabalhadores com benesses como estamos vendo; Bolsas de cunho eleitoreiro e pouco se imoportam se este cidadão vai ter qualificação para produzir, trabalhar e ganhar o seu sustento sem precisar mendigar migalhas ao governo. Eu penso que a dignidade esta acima de tudo. Ajudar sim os impossibilitados de se manter, não saudaveis pessoas que estão abandonando a áera rural deste rico Brasil para criar seus filhos em aglomerados pombais (casas de pequeno espaço). Quero saber para onde vai esta geração de dependentes dos programas sociais. Não saberão lidar com a produção rural e tampouco terão chance nas cidades pequenas sem industrias ou emprego. O campo está lá fertil pronto esperando ser semeado, mas onde estarão estes semeadores?….

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