O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deixou o mercado desorientado nesta quarta-feira (12). Enquanto todos esperavam uma forte queda nas áreas de milho, na produtividade e, consequentemente, na produção total de grãos do país, o USDA foi na contramão do que o mercado esperava. A área caiu, mas não como se esperava, e a produtividade da soja e do milho subiu neste mês, em relação à de julho.
Esses números bastante positivos derrubaram os preços externos e internos, segundo Fernando Muraro, da AgRural. Os novos números mantêm as safras de soja e de milho próximas das dos recordes anteriores para os dois produtos.
A produtividade de soja, apesar de todos os alagamentos e problemas de clima antes e durante o plantio, deverá atingir 52,6 sacas por hectare. Com isso, é o segundo ano na história em que os norte-americanos conseguem uma produtividade média acima de 50 sacas, segundo Muraro. A da safra anterior havia sido de 53,6 sacas.
A safra de soja em 2015/16, com base na área e na produtividade, está estimada em 106,6 milhões de toneladas, ante o recorde de 108 milhões na anterior. A área plantada com soja fica em 34,1 milhões de hectares em 2015/16, 1% acima da de 2014/15 e 1% inferior à que estava prevista em julho.
Uma boa notícia para o Brasil é que os Estados Unidos vão exportar menos na próxima safra, o que abre ainda mais espaço para os produto nacional.
A estimativa de safra de milho é de 348 milhões de toneladas em 2015/16. Em julho, esperava-se 344 milhões.
Os novos dados do USDA tiveram forte influência no mercado. Em Chicago, o primeiro contrato de soja caiu 6,2%, para US$ 9,51 por bushel (27,2 quilos). Já o do milho, ao recuar para US$ 3,57 por bushel (25,4 quilos), caiu 5,1%.
Muraro diz que a queda afetou também o mercado interno. Pesquisa da AgRural indicou a saca de soja a R$ 58 nesta quarta-feira, em Sorriso. No dia anterior, estava a R$ 61,5.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.