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Governo descarta redução de juros no próximo Plano Safra

Em linha com o pensamento de auxiliares da ministra Tereza Cristina – e a contragosto de grande parte do setor produtivo -, a equipe econômica não vai apoiar a redução das taxas de juros do próximo Plano Safra. Além do aumento na taxa Selic, que saiu de 2% para 2,75% ao ano, o governo diz que houve um descolamento grande entre as taxas do crédito rural e o custo efetivo do recurso do Tesouro.

Na prática, reduzir juros no atual cenário significaria menos dinheiro aplicado na ponta aos produtores, já que a diferença que o governo gasta com a subvenção aumentaria. “Não vamos apoiar uma queda na taxa de juros”, afirmou o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Economia, Rogério Boueri, em audiência virtual da Câmara.

Mesmo assim, as entidades da agricultura familiar mantêm o pedido por mais recursos e juros menores. “Não podemos continuar pagando juros iguais ou superiores à taxa Selic. No mundo inteiro a agricultura familiar tem subsídio”, disse ao Valor o secretário de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Antoninho Rovaris.

Economistas dizem que as chances são nulas de haver redução nas taxas para a agropecuária. Até julho, quando o novo plano entrará em vigor, a expectativa é que a Selic aumente ainda mais, para entre 4% e 5%. “Não faz sentido os juros caírem. Se isso acontecer, vai ter menos recurso”, disse uma fonte.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de São Paulo (Faesp), Fábio de Salles Meirelles, avalia que a elevação da Selic vai encarecer o crédito rural nas instituições financeiras e dificultar a contratação pelos produtores. “Na edição 2020/21, ocorreram avanços importantes, mas os juros ficaram acima da expectativa”, afirmou, em nota.

“Se reduzirmos os juros, provavelmente vamos diminuir o volume de recursos efetivamente emprestados. É uma equação complexa que não deve ser resolvida observando apenas os resultados políticos”, afirmou o economista chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz.

Fonte: Valor Econômico.

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