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SP registra alta dos custos de produção de bovinos confinados, enquanto Goiás registra queda

Bois em fazenda de confinamento de gado bovino Vera Cruz Agropecuária, na cidade de Goianésia, Goiás. Imagem produzida para a matéria sobre fazendas de confinamento de gado bovino. Goianésia - Brasil - 12/06/2008. Foto: Ernesto de Souza / Editora Globo.

Os custos da diária-boi (CDB) calculados na vigésima edição do informativo do Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) foram de R$ 9,58, R$ 9,45 e R$ 8,10 para os confinamentos de São Paulo médio (CSPm), grande (CSPg) e de Goiás (CGO), nesta ordem. Em janeiro houve aumento no CDB para as propriedades do estado de São Paulo e houve redução no CDB na região de Goiás. Confira as variações na Tabela 1, abaixo.

Tabela 1. Comparativo de custos da diária-boi (CDB) entre os meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019

Os preços dos insumos alimentares estiveram em alta, de modo geral, no estado de São Paulo. Os principais ingredientes energéticos como milho e sorgo aumentaram 6,5% e 4,0%, respectivamente. No estado de Goiás foi identificada estabilização desses itens no levantamento de preços realizado. Desta forma, os custos das dietas alimentares em São Paulo aumentaram, enquanto houve redução desses custos no estado de Goiás.

O ICBC Mensal (Gráfico 1) demonstra que para os confinadores de Goiás, o primeiro mês do ano de 2019 iniciou com índice de custos em queda. No entanto, aqueles localizados em São Paulo tiveram maiores altas no mês de janeiro de 2019 quando comparado com o mês anterior, dezembro de 2018. A partir desse mesmo gráfico foi possível observar que o índice de custo do mês atual (janeiro) é inferior desde aquele que foi registrado em agosto de 2018 para todas as propriedades.

O Custo Total se manteve estável no estado de Goiás, enquanto houve aumento para as propriedades representativas de São Paulo (Tabela 2). O boi magro,principal insumo produtivo, aumentou 0,5% em Goiás e 1,0% em São Paulo.

A taxa de juros Selic reduziu em janeiro e foi cotada a 6,36% ao ano (a.a.). A Taxa de Juros de Longo Prazo (TLP), utilizada para remunerar o capital imobilizado aumentou e foi para 6,96% a.a.

Os confinadores continuam sendo desafiados quanto à estratégia da gestão de custos. A comparação dos custos de produção com os preços de venda que são praticados no mercado possibilita ao confinador calcular as margens de lucro da sua atividade. Somente diante de tal controle gerencial é que o confinador pode conhecer a lucratividade efetiva da sua atividade produtiva e tomar as melhores decisões de produção.

Caso você queira calcular os custos do seu sistema de produção faça o download da planilha disponibilizada em nosso site. Confira as edições anteriores deste informativo clicando aqui.

Considerações da análise de custos:

O método de alocação dos custos contempla quatro categorias: i) custos variáveis (aquisição de animais e despesas relacionadas); ii) custos semifixos (energia elétrica, telefonia e combustíveis); iii) custos fixos (mão de obra, depreciações e manutenções); e iv) renda dos fatores (juros sobre o capital de giro e sobre o capital próprio). Desta forma todos os itens de custos foram inclusos conforme a Teoria Econômica. A análise de todos os custos se faz necessário para evitar a descapitalização do produtor na atividade. Entretanto, é comum analisar os resultados por meio de outros indicadores. A Tabela 2 demonstra os custos resumidos com os principais indicadores da atividade.

Considerações Metodológicas do Estudo:
Para calcular os custos de produção apresentados acima, foram utilizados procedimentos metodológicos descritos na literatura científica. Primeiro foi feito estudo de caso em um confinamento de bovinos no estado de São Paulo do qual os dados foram coletados e descritos em planilha eletrônica, Microsoft Excel®. Os dados foram alocados, organizados e as equações matemáticas foram revisadas e validadas com profissionais do setor. Na segunda etapa do estudo foi feito levantamento – survey – com dez confinadores do estado de São Paulo e nove em Goiás. No levantamento os confinadores foram entrevistados pelo pesquisador sobre as características do seu sistema produtivo por meio de um questionário. Essas informações serviram de subsídios para delinear as propriedades representativas, ou seja, os custos apresentados neste informativo representam o confinamento com as características mais comuns da amostra e não uma propriedade em específico. Os coeficientes técnicos levantados foram descritos na Tabela 3, os quais serão atualizados regularmente para acompanhar a evolução tecnológica da atividade.

Fonte: Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal (LAE), da FMVZ/USP, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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