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Gaúchos pedem ajuda ao governo federalpara amenizar impactos de nova estiagem

Representantes do setor produtivo gaúcho e do governo do Rio Grande do Sul apresentaram uma lista de pedidos de ajuda à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para amenizar impactos de uma nova estiagem que já afeta a produção no Estado.

Estimativas preliminares dão conta de que ao menos 100 mil hectares de milho estão prejudicados pela falta de chuvas, principalmente na região noroeste, e que os prejuízos acumulados já chegam a R$ 260 milhões apenas no caso de agricultores familiares financiados pelo Pronaf.

Um dos pedidos das entidades é para que os produtores que plantaram milho em agosto, setembro e outubro, para silagem ou grão, e tiveram perdas graves (acima de 60%) possam semear outra cultura, com novo financiamento e cobertura do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária).

No entanto, a medida depende de uma atualização do Manual do Crédito Rural (MCR), que precisa ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A janela para plantio da soja vai até 20 de dezembro, e para o milho dura até 10 de janeiro.

“Pedimos uma atenção muito grande para a ministra. Vamos colher alguns dados que ela nos pediu, para saber o número de produtores, propriedades, junto à Emater e cooperativas, e passar os dados para os técnicos do ministério. Em cima disso, vamos marcar nova agenda semana que vem”, disse ao Valor o secretário de Agricultura do Riuo Grande do Sul, Covatti Filho. As propostas foram apresentadas em reunião por videoconferência na tarde desta segunda-feira.

Os produtores pedem pressa, principalmente por causa do acúmulo de perdas sofridas no início do ano e agora. A seca no verão do ciclo 2019/20 reduziu a produção de milho em grão em 31%, a de soja em 46% e a de milho silagem em 32%.

“No começo do ano, tivemos muitas promessas e o que teve mais foi só prorrogação. Agora precisamos de resoluções rápidas”, disse Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS).

preocupação maior é com os criadores de gado leiteiro. Sem silagem e com grãos caros para a ração, o pleito é para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ofereça a opção de venda de 100 mil toneladas de milho balcão aos produtores do Estado.

Ainda nessa linha, outra proposta é para dobrar o limite de consumo para os bovinos de leite, de 60 para 120 quilos por mês, no programa de milho balcão.

Os produtores pedem ações para enxugar a oferta de leite por meio das compras institucionais do governo, como AGF e PAA, e outras que contenham o aumento dos custos de produção, com maior oferta de soja e milho nas regiões produtoras do Estado, com Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO).

Nenhum documento apresentado à ministra pediu a interrupção das importações de lácteos, como pediram recentemente a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite) e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

A Fetag-RS ainda insistiu na criação de um auxílio emergencial para os agricultores atingidos pela estiagem no verão e agora novamente.

Fonte: Valor Econômico.

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