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Gastos com “Bois piratas” não param de crescer

O governo já gastou quase R$ 1 milhão para manter os "bois piratas" sob a guarda do Ibama desde o dia 7 de junho, 65% do valor que pretende arrecadar com a venda dos animais. Além disso, desde a primeira contagem feita, o rebanho diminuiu. O primeiro edital para a venda do gado listava 3.500 bovinos, agora são 3.046.

O governo já gastou quase R$ 1 milhão para manter os “bois piratas” sob a guarda do Ibama desde o dia 7 de junho, 65% do valor que pretende arrecadar com a venda dos animais. Além disso, desde a primeira contagem feita, o rebanho diminuiu. O primeiro edital para a venda do gado listava 3.500 bovinos, agora são 3.046.

Três leilões foram realizados para a comercialização do gado, mas em dois não houve interessados em comprar os animais e um acabou suspenso devido à decisão da Justiça Federal.

O governo vê sinais de “boicote” à operação “Boi Pirata”, anunciada em junho pelo ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) como resposta ao ritmo acelerado de desmatamento na Amazônia, que seria motivado sobretudo pelo avanço da pecuária.

Em relação à redução do número de animais, há a suspeita de que estejam morrendo ou sendo roubados, segundo pecuaristas ouvidos pela Folha, mas o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) argumenta que houve apenas uma recontagem. O órgão diz que alguns animais, que constavam da lista anterior, estão fora de alcance de seus servidores.

O projeto de Minc é vender gado e destinar o dinheiro ao programa Fome Zero. Porém, decisão judicial e falta de compradores levaram ao fracasso três leilões.

Documento do Ibama anexado a processo judicial aponta que, até o dia 18 de julho, os gastos com a guarda dos bois era de R$ 721.733,92, entre despesas com diárias de policiais e servidores, combustível e vôos de helicóptero. A estação ecológica está a um dia e meio de barco e a duas horas de helicóptero de Altamira (PA).

As despesas são diárias e, como se passaram mais 14 dias desde o último relatório sobre gastos, o custo já está em R$ 928 mil até hoje. O Ibama estima ainda que, para retirar os bois da estação ecológica, gastaria mais R$ 400 mil, só com o transporte do gado.

Além dos mais de 3.000 bois apreendidos existem mais 30 mil animais na Estação Ecológica da Terra do Meio que também podem ser confiscados, se os fazendeiros não os retirarem da área.

Na tentativa de vender 3.046 animais, o governo abaixou o preço do gado de R$ 3,9 milhões para R$ 1,4 milhão, mas a Justiça mandou manter o preço em R$ 3,1 milhões.

A Justiça ainda decidiu que o valor, se arrecadado, deverá ficar depositado até o fim da briga judicial. Ou seja, não há garantia de que o dinheiro do leilão fique com o Fome Zero.

As informações são Folha de S.Paulo.

0 Comments

  1. Flávio Vicente disse:

    Hoje, estão confiscando o rebanho de um produtor paraense (é como o estoque de qualquer empresa).

    Se virar moda, pode ter certeza, amanhã será do produtor mineiro, paulista, goiano, paranaense, baiano, etc.

    É como desapropriar uma propriedade rural, que hoje é comum, mas, desapropriar uma propriedade urbana (empresa) não existe. Por enquanto!

    Se todos permanecerem calados, o confisco do estoque de qualquer produtor se tornará uma prática comum no Brasil, independentemente do produto: boi, soja, milho, uva, maçã, trator, etc.

    Portanto, o problema não é deste produtor em questão, mas sim de todos os produtores.

  2. Antonio Pereira Lima disse:

    Gastar R$1 milhão, quase R$290,00 por cabeça em menos de 60 dias, para deixar morrer e serem roubadas é realmente uma vergonha, cansei de ver 2 peões tomarem conta de 5000 rêses sem molhar a camisa.

    Assim como os lucros obtidos pelo Sr Renam Calheiros, e os gastos do Ibama com estes animais tem que ser denúnciado pela CNA, porque nós temos os números para provar que o resultados destas operações são impossíveis.

  3. Estêvão Domingos de Oliveira disse:

    Assim está demonstrada a “eficiência” da gestão de nossos atuais administradores em relação ao setor de produção. Um milhão de reais gastos para vigiar um rebanho desses que deveria ser retirado da área e mantido em pastagens adequadas. Com essa seca é bem provável que parte desses animais já estejam apresentando subnutrição e muitos já tenham sucumbido devido à falta de alimento e à falta de bom senso de nossos gestores públicos.

    Parabéns aos nossos colegas produtores que resistiram e não adquiriram um animal sequer desse leilão fajuto. Esse ministro verá que não é tão fácil produzir, escoar a produção e colocar o produto no mercado.

    Abraços a todos e boicote total a esse leilão fajuto.

  4. Jorge Humberto Toldo disse:

    Desculpem mas eu vou rir, ou melhor chorar, o que mais nos resta? Até quando esse país será comandado por tamanha incompatência?

    Sabe o que fico mais chateado é que, para um profissional conseguir um emprego numa empresa, deve passar por vários testes avaliativos, ter bom CV, etc, e se tomar uma decisão errada em sua gestão é demitido. Por quê isso não acontece com as patacuadas do governo? E não estou falando só desse não, dos outros também, a gente vê cada uma.

    Isso é bom para esse povo ver e sentir na pele como é a vida dos mortais, pena que quem sempre paga a conta somos nós.

    Aí é que eu choro, não dá para rir.

  5. Carlos Sant´Ana disse:

    Ã% lamentável que a Justiça Brasileira tenha desnvolvio uma tradição de interferência nos atos dos demais poderes a ponto de qurer tomar decisões administrativas em nome do executivo.

  6. Dr. Vinicius Paro disse:

    E pensar que antigamente nossos antepassados tocavam boi a cavalo em comitivas! E hoje o governo gasta porque tem que manter o gado! Façam uma licitação em frigorificos da região, abatam o gado que você vai ver se não arruma comprador para este gado!

  7. Jucelino dos Reis disse:

    O Ministro Carlos Minc deveria designar o pessoal do SISBOV para cuidar do “rebanho pirata”. Esta situação deveria levar os burocratas do SISBOV a tirar algumas conclusões.

    O governo com todo seu aparato não é consegue apenas guardar um rebanho de 3.500 cabeças. Como que o SISBOV tenta obrigar a todos nós pecuaristas a colocar brinquinhos, botonzinhos, fazer fichinhas, inserir dados numa base (que não funciona), baixar dados dessa mesma base, sem nenhum erro, senão desclassifica todo o lote.

    Agora eles estão sentindo na pele o que é cuidar de um rebanho. E não estamos falando de um grande rebanho. Estamos falando de apenas 3.500 cabeças , e que já sumiram quase 500.

    Com a palavra o pessoal do SISBOV.

  8. Margaret Arlington disse:

    O problema neste caso é o mesmo de sempre: nunca se resolve nada.

    O gado encontrado em área desmatada deveria ser confiscado sem direito a reclamação e enviado para regiões do Brasil onde há pequenos agricultores que precisam dele ou entregue a fazendeiros que trabalham dentro da legalidade. Seria uma forma instantânea de punir os safados e premiar as pessoas que vivem e trabalham dentro da lei.

    Gastar milhões para cuidar de 3 mil cabeças de gado mantido em terras da floresta amazônica é brincar com o dinheiro público que não está sobrando embora muitas pessoas achem que sim e que dinheiro público é para qualquer um usar como bem entender.

    A idéia do Ministro Carlos Minc é boa porém, mais uma vez, o circo está montado. O que é isso de briga judicial? O “dono” do gado teve a cara de pau de ir à Justiça? Reclamar o que? Ele deveria ter sido preso sem qualquer explicação.

    Quando o assunto é proteger o meio ambiente não deveria haver nenhum tipo de “brecha”, desculpa ou explicação que permita discutir sobre o que deveria ser feito.

    O que deveria se fazer é pegar o gado e gastar só o dinheiro do transporte para levá-lo onde poderá produzir leite e se reproduzir aumentando assim o rebanho que depois poderia ser distribuido entre as populações carentes, nos assentamentos rurais que deram certo, em pequenas comunidades, etc.

    E é melhor fazer algo desse tipo antes que todas as cabeças morram ou sejam “roubadas”. Ai, sim, os milhões de reais gastos para manter os animais vivos, terão ido por água abaixo.

    Por que somos o país da ilógica? O país da contramão permanente? E o pior é que parece que há outras 30 mil cabeças em áreas de desmatamento que poderão se somar às 3 mil anteriores! Os leilões falharam pelo motivo que for? Vamos partir para outra. Por que continuar batendo na mesma tecla? Ação com lógica é a solução. Chega de palhaçada!

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