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Futura ministra da Agricultura diz que mercado externo será prioridade

A futura ministra da Agricultura, deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), disse nesta quinta-feira que as questões de mercado externo serão tratadas como prioridade em sua gestão, com atenção especial aos países que ainda mantêm embargos às exportações de carnes brasileiras. Ela teve um primeiro encontro com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), em Brasília.

Tereza disse que a conversa de hoje foi muito rápida e que na próxima terça-feira (13), voltará a se reunir com o presidente eleito no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, onde está funcionando o governo de transição. A ideia é que na próxima semana Bolsonaro detalhe “a cara que o governo quer dar para a agricultura” e aconteçam as primeiras discussões sobre política agrícola.

“Temos pontos muito importantes como mercado exterior, os convênios, os acordos bilaterais que precisamos ter, precisa ver o posicionamento desse problema do mercado de carnes que é importantíssimo para o país, mas outros problemas estão melhorando, tivemos abertura do mercado da Rússia para a carne suína”, afirmou a futura ministra, que admitiu que ainda precisa se inteirar do ministério e receber a equipe do atual ministro, Blairo Maggi.

Ela enfatizou que o novo governo ainda precisa indicar qual será o ministro das Relações Exteriores, que terá papel central na definição de uma política externa também voltada para agenda internacional do agronegócio.

E pediu paciência para aguardar os nomes que ainda faltam e as competências que cada ministério terá, inclusive o da Agricultura. “A pressa é inimiga da perfeição. Vou conhecer o ministério melhor e ao longo de dois meses vou compondo o que vai ser esse ministério. Ficamos de conversar se a pesca e a agricultura familiar também vão para Agricultura. Aparentemente sim, mas nada ainda está definido”, afirmou.

Tereza também comentou sobre temas que precisam ser encarados no próximo governo, como a questão da demarcação de terras indígenas – “muito judicializada hoje”, disse – e a nova lei em tramitação no Congresso que flexibiliza e agiliza o registro de agrotóxicos no país. Em relação à reforma agrária, caso o tema migre para a Agricultura, a futura ministra ponderou que é preciso saber o real orçamento disponível para novos assentamentos e defendeu que eles sejam mais produtivos e que seus moradores tenham “dignidade”.

Meio Ambiente

Sobre o Ministério do Meio Ambiente, Tereza Cristina afirmou que está disposta a opinar sobre nomes para a pasta, “caso tenha oportunidade”. “O perfil do ministro do Meio Ambiente vai ser discutido na transição. Se eu  tiver essa oportunidade [de indicar] e for chamada para opinar, vou estar junto com certeza”, disse já na tarde de hoje.

O governo Bolsonaro tende a manter separadas as pastas da Agricultura e Meio Ambiente, ao contrário do que foi cogitado inicialmente. A ideia da fusão gerou reação contrária de parte do setor de agronegócios, que temia uma repercussão internacional negativa com a possível medida. Alas do segmento e alguns ruralistas, no entanto, eram favoráveis à fusão.

Ontem, após reunião com outros 27 parlamentares da bancada ruralista com Bolsonaro, o primeiro vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MD-RS), disse que o presidente eleito afirmou que os ruralistas poderiam “homologar” um nome para o meio Ambiente.

“Não temos nomes ainda. Não sei se ele já tem nomes ou se quer que a gente ofereça nomes”, disse Tereza.

Ainda presidente da FPA até o fim deste ano, Tereza reforçou que o projeto que revisa a lei sobre licenciamento ambiental no país é a principal prioridade da bancada do agronegócio, que pretende vê-lo votado ainda neste ano.

O assunto, porém, ainda vai ser tratado pelos ruralistas em reunião futura com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O texto atual da proposta de lei prevê dispensa de licenças ambientais anuais para todas as atividades agropecuárias, um anseio antigo do setor.

Fonte: Valor Econômico.

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