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“Frigoríficos precisam buscar soluções técnicas para problemas”

xonerado na última sexta-feira do cargo de diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, o fiscal José Luís Vargas disse em uma carta de despedida entregue hoje a colegas que o setor privado precisa “parar de buscar soluções políticas para temas técnicos”. Ele permaneceu no posto por pouco mais de três anos.

Vargas foi exonerado pela cúpula do Ministério após pressão de frigoríficos que vinham se queixando de que o ex-diretor era “inflexível” a demandas do setor e não havia sido eficaz na reação a fechamentos de mercados internacionais às carnes brasileiras depois de deflagrada a Operação Carne Fraca.

“Eu acredito que o nosso país passa por uma crise muito grande, mas tenho a certeza que sairemos dela. A solução para este tipo de problema passa principalmente por um esforço do setor privado em melhorar seus sistemas de autocontrole e parar de buscar soluções políticas para temas técnicos”, disse Vargas na carta. “Estou certo que o caminho é sermos “inflexíveis” quando se trata de cumprimento das regras”, acrescentou.

O ex-diretor, que segue como fiscal de carreira do Dipoa, ainda se disse orgulhoso à frente do departamento, onde pôde implementar uma “Reforma do SIF [Serviço de Inspeção Federal]”, com apoio da ex-ministra Kátia Abreu e do atual ministro Blairo Maggi, afirmou.
“Reorganizamos toda a estrutura onde regionalizamos o país, verticalizamos o comando e aprimoramos os controles internos. Desta forma teremos um sistema mais enxuto, menos burocrático, com maior harmonia e com menos erros, além de mais independência da área técnica e menor interferência política nas ações de fiscalização”, explicou.

Por fim, Vargas reconhece que a credibilidade do Brasil como grande exportador de alimentos ficou “abalada” e precisa ser recuperada. “E sempre acreditei que as exportações seriam uma consequência da credibilidade que as autoridades dos países importadores teriam no nosso Serviço de Inspeção Federal.”

Fonte: Valor Econômico.

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