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Frigoríficos do Brasil mostram que regras podem proteger florestas

O compromisso assumido pelos processadores de carne do Brasil de só comprar gado de fazendas que pararam de desmatar a floresta amazônica no Pará levou a uma queda acentuada na derrubada de árvores, disseram pesquisadores.

Historicamente, a expansão do pasto para o gado acelerou o desmatamento na Amazônia brasileira, onde os rebanhos ocupam cerca de dois terços das terras devastadas.Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison revelou que, antes dos acordos feitos em 2009, quase quatro dos dez fornecedores diretos da JBS, a maior empresa do setor no mundo, eram responsáveis pelo desmatamento recente. Até 2013 esse número havia caído para quatro em cem.

“O agronegócio pode levar a grandes mudanças nos locais em questão”, disse Holly Gibbs, professora de geografia e estudos ambientais da Universidade de Wisconsin-Madison e co-autora do estudo publicado nesta terça-feira no periódico Conservation Letters.

O compromisso assumido em 2009 pela indústria de carne bovina do Brasil produziu resultados em questão de meses, muito mais rápido que políticas nacionais como o Código Florestal, acrescentou Holly.

Depois que os acordos foram fechados, os abatedouros passaram a boicotar o gado de alguns pecuaristas onde se praticava o desmatamento, contribuindo com a queda rápida no número de fornecedores atuando em terras desmatadas.

O pacto com os abatedouros, resultado da pressão de grupos ambientalistas e da Procuradoria-Geral do Pará, estipulou também que os pecuaristas precisam registrar suas propriedades no Cadastro Ambiental Rural.

Antes dos acordos, só 2% dos fornecedores da JBS o haviam feito, mas cinco meses mais tarde quase 60% já haviam registrado suas propriedades, e até 2013 a cifra já era de 96%, segundo o estudo. Entre os 56 pecuaristas pesquisados, 85% disseram tê-lo feito para poder vender à JBS.

Os resultados do estudo dão a entender que isso pode ter um grande impacto, mas a pesquisa teve uma abrangência limitada, cobrindo só 30 por cento do gado abatido no Pará.

Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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