Um estudo publicado recentemente pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos estimou que o funcionamento de frigoríficos americanos teve ligação com algo entre 6% e 8% dos casos de covid-19 nos EUA até o dia 21 de julho deste ano, o equivalente a 236 mil a 310 mil casos da doença.
Para o mesmo período, os autores estimaram que entre 3% e 4% das mortes de infectados pela covid-19 ocorreram por causa da proximidade com as abatedouros de bovinos, frango e suínos. Em números absolutos, seriam de 4,3 mil a 5,2 mil óbitos relacionados às frigoríficos, conforme o estudo.
O trabalho, conduzido por pesquisadores da Escola de Relações Públicas e Internacionais da Universidade de Columbia e da Booth School of Business da Universidade de Chicago, apontou que o risco de morte por covid-19 foi maior em algumas regiões americanas principalmente pela proximidade de instalações de grandes frigoríficos.
Segundo os pesquisadores, a ação de fechar unidades temporariamente ajudou a reduzir a propagação do vírus.
“Encontramos uma forte relação entre a proximidade de frigoríficos e a incidência de covid-19 ao longo do tempo”, apontou o estudo.
Os autores sugeriram ainda a condução de uma investigação sobre cadeias de suprimentos, procedimentos operacionais e relações de trabalho na indústria frigorífica.
Segundo eles, garantir a saúde pública e a operação segura de cadeias de abastecimento essenciais pode exigir “um aumento na supervisão dos frigoríficos e, potencialmente, uma mudança em direção à produção de carne em menor escala e mais descentralizada”, escreveram.
Fonte: Valor Econômico.