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Frigorífico Mercosul poderá buscar consolidações

Se o frigorífico Mercosul não conseguir uma nova fonte de financiamento para se expandir nos próximos meses, deverá buscar consolidações no setor. O presidente da empresa, Douglas de Oliveira, reconhece que o momento é decisivo e o caminho será definido a partir da conclusão da planta de Tucumã, no Pará. De acordo com o executivo, ou o Mercosul obtém uma alavancagem financeira para tocar o projeto adiante ou vai partir para uma associação.

Se o frigorífico Mercosul não conseguir uma nova fonte de financiamento para se expandir nos próximos meses, deverá buscar consolidações no setor. O presidente da empresa, Douglas de Oliveira, reconhece que o momento é decisivo e o caminho será definido a partir da conclusão da planta de Tucumã, no Pará. A planta deve estar pronta em 35 a 40 dias e vai precisar de crédito adicional para capital de giro de pelo menos R$ 12 milhões mensais para iniciar os abates, considerando a utilização de um terço da capacidade instalada.

A nova unidade será a maior da empresa, com capacidade para abater 1,5 mil cabeças por dia, e exigiu investimentos entre R$ 40 milhões e R$ 45 milhões.

De acordo com o executivo, que assumiu o cargo neste ano – antes ele estava na Bertin -, ou o Mercosul obtém uma alavancagem financeira para tocar o projeto adiante ou vai partir para uma associação. “Temos que ter um plano B na mão”, afirmou o executivo.

O frigorífico está conversando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e bancos públicos e de fomento do Sul, Norte e Nordeste em busca da linha de crédito adicional necessária. “A consolidação é um fato do qual não se pode fugir”, disse Oliveira. Para ele, é “difícil pensar” em uma grande empresa do setor com faturamento abaixo de R$ 3 bilhões por ano. O frigorífico deve faturar, em 2009, perto de R$ 930 milhões brutos, igual ao ano passado, e a unidade de Tucumã, quando operar a 100% da capacidade instalada, pode levá-lo para a faixa de R$ 1,7 bilhão por ano.

O patamar ainda será inferior ao qual o executivo considera mínimo para ir além de uma operação regional. Por ter acesso ao gado mais barato do país, Tucumã também permitirá ao Mercosul atender, com melhores margens, mercados como o Oriente Médio e a Rússia, que absorvem a maior parte das exportações do frigorífico mas pagam os preços mais baixos pela carne.

As quatro plantas do Rio Grande do Sul – Bagé, Alegrete, Capão do Leão e Mato Leitão – e a de Pirenópolis (GO) somam uma capacidade de 4 mil animais por dia, mas vêm operando num ritmo de 2,5 mil por dia. De dezembro do ano passado até agora o Mercosul fechou os frigoríficos de Rondonópolis (MT), Naviraí (MS), Nova Londrina e Paiçandu (PR), mas manteve o mesmo nível de produção.

Segundo o executivo, o problema do Mercosul é “estrutural”, porque 70% do faturamento obtido no mercado interno vem do Rio Grande do Sul, onde o boi é o mais caro do Brasil, na faixa de R$ 10 a mais por arroba em comparação com o Centro-Oeste e R$ 15 em relação ao Norte. “Precisamos nos mover para onde o gado está mais barato”.

O Rio Grande do Sul também tem uma oferta reduzida de animais rastreados, disse Oliveira. O número proveniente de fazendas com certificado ERAS (Estabelecimento Rural Aprovado pelo Sisbov) não passa de 4 mil por mês, o equivalente a menos de 10% das 48 mil cabeças mensais abatidas pelo frigorífico no Estado. Isso faz com que apenas uma pequena parte das exportações, que respondem por 28% do faturamento bruto da empresa, tenham a Europa como destino.

Outra limitação do Mercosul é a concentração exclusiva em produtos in natura. Segundo o executivo, a empresa precisa diversificar a produção para ampliar os destinos das exportações.

A reportagem é de Sérgio Bueno, para o jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Igor Vaz disse:

    O boi gaucho é mais caro pois aqui é Angus, Hereford, Devon… Comer Nelore prefiro virar vegetariano. Que carne horrivel.

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