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Frigol vai à bolsa para diversificar operações

A intenção da Frigol Foods é investir em alimentos processados. Depois que a capitalização for concluída, poderá escolher entre dois caminhos: comprar uma companhia do setor e ter o frigorífico como fornecedor ou assumir o controle da empresa em recuperação e que, nesse caso, se beneficiará da capitalização.

Em recuperação judicial há dois anos, o frigorífico paulista Frigol quer diversificar sua operações e ingressar em segmentos mais rentáveis. No fim do ano passado, os mesmos acionistas do frigorífico criaram a Frigol Foods, holding pré-operacional que administra participações em outras empresas e que solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registro de companhia aberta.

Além de dividirem os sócios, as duas empresas, hoje, não possuem nenhuma relação. No entanto, quando a autarquia conceder o registro à Frigol Foods, um passo seguinte dessa empresa poderá ser assumir o controle do frigorífico em recuperação. A listagem em bolsa – no caso o Bovespa Mais, mercado de acesso da bolsa paulista – é uma exigência de um fundo de participações americano que está prestes a aportar recursos nessa holding.

A intenção da Frigol Foods é investir em alimentos processados. Depois que a capitalização for concluída, poderá escolher entre dois caminhos: comprar uma companhia do setor e ter o frigorífico como fornecedor ou assumir o controle da empresa em recuperação e que, nesse caso, se beneficiará da capitalização.

Nesse caso, não há necessidade de aprovação de uma assembleia de credores, explica Luciano Pascon, que acumula os cargos de diretor de relações com investidores da Frigol Foods e de gerente administrativo e financeiro da Frigol SA, em recuperação. A gestora de recursos de origem portuguesa ASK está assessorando a operação de investimento do fundo na holding.

“Nos Estados Unidos, os fundos têm um entendimento melhor desse processo de recuperação e maior disposição para investir nessas companhias”, afirma Valério Marega Jr, principal executivo da ASK no Brasil. Ele destaca, entretanto, a exigência de que as empresas estejam em um mercado regulado.

Uma dívida de R$ 147 milhões levou a empresa à recuperação. O plano firmado com os credores, com prazo de dez anos, tem sido cumprido e hoje, após a incorporação de uma companhia credora, a dívida é de R$ 102 milhões.

Com 20 anos de vida, os problemas do frigorífico começaram a partir de 2007, quando os grandes do setor se capitalizaram tanto em ofertas de ações quanto com recursos do BNDES. Em 2008, com o agravamento da crise financeira global, faltou crédito para os grandes e também para os pequenos, que sofreram ainda mais. Em julho de 2010, a empresa, sem recursos para capital de giro, não suportava mas a sua operação. A única forma de preservá-la, conta Pascon, foi abrir a negociação com os credores.

Antes da recuperação, a Frigol possuía três unidades de abate. A operação em Rondônia foi encerrada. As atividades no Paraná e em Lençóis Paulista, interior do Estado de São Paulo foram mantidas. À época da recuperação, 6 mil animais eram abatidos ao mês no Paraná, hoje são 14 mil. Em São Paulo, o abate saiu de 8 mil animais ao mês para 14,5 mil. A opção do Frigol foi diminuir a operação e focar na melhora da produção e rentabilidade, depois de aprimorar o controle do seu negócio.

Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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