Mercado Físico da Vaca – 21/10/10
21 de outubro de 2010
Mercados Futuros – 22/10/10
25 de outubro de 2010

Frialto muda proposta e remarca assembleia

A Assembleia Geral de Credores (AGC) do grupo Frialto, marcada para ontem (21), acabou sendo adiada. Já no início da reunião, que foi realizada em Sinop/MT, no Amazon Centro de Eventos, representantes do Frialto pediram o adiamento da Assembleia, dizendo que o plano de recuperação não contemplava as necessidades da classe.

A Assembleia Geral de Credores (AGC) do grupo Frialto, marcada para ontem (21), acabou sendo adiada. Já no início da reunião, que foi realizada em Sinop/MT, no Amazon Centro de Eventos, representantes do Frialto pediram o adiamento da Assembleia, dizendo que o plano de recuperação não contemplava as necessidades da classe.

A alegação do Frialto é de que o plano de recuperação não teve um consenso para garantia real. O advogado do grupo, Joel Luiz Bastos, deu a explicação para o adiamento. “Pedimos o adiamento por que o plano de recuperação não recebeu um consenso. Até o dia cinco de novembro vamos apresentar um novo plano, para que tenha tempo de analisar para a próxima Assembleia”, disse Bastos.

A Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) apresentou uma proposta durante a assembleia, que foi elaborada em reunião com os pecuaristas da região Norte de Mato Grosso. A proposta é de pagamento à vista de R$ 100 mil e o saldo devedor dividido em 24 parcelas de no mínimo R$ 5 mil cada uma. “Essa é a proposta que o pecuarista e a Acrimat defendem e esperamos que o Frialto use esse tempo até a próxima assembleia, para refletir na construção de um Plano que atenda os anseios dos produtores”, ponderou Luciano Vacari, superintendente da Acrimat. Ele ressaltou que “a Acrimat quer contribuir e ajudar nesse processo e está à disposição para encontrar a melhor solução para os pecuaristas”. Ele disse ainda, que o pecuarista deve continuar mobilizado “para poder ter força na hora da tomada de decisão”.

A Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte) também busca entendimento com a classe. O representante da Acrinorte na Assembleia, Invaldo Weiss, disse que os produtores farão o possível para que a situação do Frialto seja resolvida da melhor forma. “Satisfeito nós não ficamos. É melhor adiar do que piorar. O caso é complicado. Se o plano de recuperação apresentado não contemplar as necessidades dos produtores, de acordo com a disponibilidade do Frialto, pode haver falência. E nesse caso fica pior”, disse o pecuarista.

Weis citou a importância da continuidade das atividades do Frialto e salientou que o encerramento dos abates pode gerar um mercado monopolista para a região. “A pior solução é o Frialto fechar. Haverá um monopólio na compra de gado, criando uma cadeia de desgaste na produção, além de desemprego. A Acrinorte busca solucionar o impasse da melhor forma possível”, finalizou.

Os credores, em sua maioria pecuaristas, revelaram descontentamento com a situação. Porém, também buscam um entendimento com o grupo.

A primeira chamada da Assembleia Geral de Credores (AGC) contou com mais de 50% das três classes, numero necessário para a realização da assembleia. A classe I que são dos trabalhadores compareceu com 73,03% dos credores; a classe II denominada Garantia Real, formada pelas instituições financeiras, esteve com 100% dos representantes; e classe III (Quirografários) onde estão os pecuaristas, com 71,57%. “Houve quórum necessário para a assembleia, mas não existia um plano para ser votado e assim ela foi suspensa para o dia 10 de novembro, no mesmo local e horário. É bom frisar que só poderão participar dessa próxima assembleia os que participaram dessa primeira, mas qualquer decisão que for tomada terá validade para todos os credores, independente se votaram ou não”, explicou o assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardini Candia, que acompanhou a assembleia.

A reportagem é da Acrimat e do Diário de Cuiabá, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Frederico Prado Martins disse:

    Prezados;

    Concordo parcialmente com o Sr. Invaldo Weiss, quando afirma que o monopólio é extremamente prejudicial a classe. Entretanto, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
    Acho que esta conclusão dá aos frigoríficos em recuperação judicial, em particular o Frialto, a arma que o mesmo precisa para propor planos ridículos e de má fé como o que foi apresentado até agora. Aliás, considerando outros planos de recuperação – também estou na berlinda com o Independência – este do Frialto é um verdadeiro estelionado.
    Com efeito, tenho notícias que o Frialto tem prejudicado seus credores e violado a própria Lei de Recuperação Judicial, com procedimentos que duvido, sejam do conhecimento da administradora judicial e do próprio MM Juiz de Direito que comanda o processo.
    Nós, pecuaristas estamos subjugados e de joelhos, e é esta situação que não podemos aceitar.
    As entidades de classe a meu ver devem ser mais proativas na defesa dos seus associados propondo inclusive a mudança da Lei de Recuperação Judicial neste particular.
    Da mesma forma, acredito que seja atribuição ou ao menos uma das razões de existir das associações de classe, a vigilância da regularidade dos procedimentos levados a cabo durante o curso do processo de recuperação judicial. Até agora, a este respeito, não vi nenhuma manifestação.
    Isso de dizer que o menos mal é isso ou aquilo, só dá aos devedores, a certeza da impunidade financeira e penal, além de lhes dar a força que os mesmos precisam para concluir de que estão com a faca e o queijo na mão.
    Repito, os frigoríficos estão particularmente confortáveis, pois quem paga as contas resultante de sua má administração, de sua leviandade e mesmo da sua má fé, somos nós, os pobres pecuaristas.
    Precisamos refletir sobre a nossa importância e nos unirmos para fazer valer a nossa real importância neste ramo de atividade, qual seja, o de mais importante desta cadeia produtiva.

plugins premium WordPress