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Fortuna de criador de porcos na China é a que mais cresce no mundo

Na China, a crise da carne suína preocupa consumidores e levou a inflação ao maior nível em anos no mês passado. Mas ela também está por trás de alguns sucessos. Qin Yinglin é o maior deles.

O patrimônio líquido do presidente do conselho da Muyuan Foodstuff mais que quadruplicou este ano para US$ 8,6 bilhões e a fortuna dele é a que mais cresce no Bloomberg Billionaires Index, um ranking das 500 pessoas mais ricas do planeta.

De acordo com dados do Ministério do Comércio da China, os preços da carne suína no atacado mais que dobraram em 2019 e estão por trás da maior taxa anual de inflação ao consumidor em sete anos. A epidemia de peste suína africana levou à morte de milhões de porcos.

Já o lucro da Muyuan aumentou 260% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, impulsionado pelo encarecimento da carne suína. A empresa e outros grandes produtores provavelmente ampliaram sua participação de mercado, enquanto companhias menores não resistiram aos prejuízos, segundo a Fitch Ratings.

“Algumas empresas estão em grandes dificuldades porque não conseguem reproduzir seu rebanho suíno”, explicou Li Chen, analista da Fitch. “Mas algumas estão tendo grande lucratividade.”

Reis da carne de porco

Qin não é o único a lucrar com a crise. Também se destacam a WH Group, maior produtora mundial de carne suína, listada em Hong Kong, e a New Hope Group, que cria porcos e produz ração animal. O presidente do conselho da New Hope, Liu Yonghao, agora tem um patrimônio líquido de US$ 11 bilhões, quase duas vezes mais do que ele tinha no final de 2018.

A maior parte da fortuna de Qin vem de uma participação de 60% na Muyuan. Ele detém as ações diretamente e com sua esposa por meio da Muyuan Industrial Group, segundo o relatório de resultados referentes ao terceiro trimestre.

Nascido na província de Henan em 1965, Qin se formou em criação animal pela Universidade Agrícola de Henan, de acordo com o website da empresa dele. Após a graduação, ele foi trabalhar em um empreendimento estatal, mas saiu três anos depois para abrir um negócio de criação de porcos em sua cidade natal, Nanyang. Ele começou com apenas 22 porcos e hoje sua empresa abate cerca de 5 milhões de animais por ano.

A companhia desinfeta caminhões, esteriliza ração com calor e filtra o ar nas fazendas para evitar a propagação da peste suína africana, afirmou Qin ao jornal “South China Morning Post” em entrevista publicada em março.

Não há vacina aprovada contra a doença, que pode ser fatal para porcos, mas não afeta a saúde humana.

“A peste suína traz benefícios e danos”, disse Qin na entrevista. “Precisamos enfrentar esse furacão violento e torná-lo uma excelente oportunidade para o nosso desenvolvimento.”

Fonte: Valor Econômico.

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