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Fortalecimento da carne bovina nacional

Como envolver produção, indústria e governo para buscar melhorias e desenvolvimento da cadeia de produção nacional de carne bovina? Regulamentação, auditorias, integração, certificação e adoção de tecnologias para aumentar a produtividade, permitir a entrega de um produto seguro, padronizado e de qualidade ao consumidor final.

Nesta quinta-feira durante a Expointer (01/09) aconteceu o VIII Worshop Carne Angus – A Estrutura da Cadeia para Agregação de Valor com realização da Associação Brasileira de Angus (ABA) e do Canal Rural. O Fórum sobre o Marketing da Carne Angus, contou com cinco painéis representando entidades de associativismo, indústria e governamentais.

Participaram do evento o coordenador de sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Fernando Sampaio, o gerente nacional de Fomento do grupo Marfrig, Luciano Andrade, o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, a coordenadora da câmara setorial da carne, Ana Suñe, e o diretor do marketing da ABA, Luiz Felipe Moura.

Inicialmente Fernando Sampaio (ABIEC) apresentou as estratégias do Brasil para promover a carne brasileira através de campanhas para a divulgação nacional e internacional da carne bovina brasileira.

Fernando citou países que já têm uma marca de sua carne bovina ou que a população conhece sua produção, como nos EUA, Argentina, Uruguai, Canadá e Irlanda. O contrário acontece no Brasil, a divulgação da carne bovina está sendo trabalhada recentemente pela campanha “Pecuária do Brasil: O Brasil evolui com a pecuária. A pecuária evolui com o Brasil.” A campanha tem o objetivo de informar e esclarecer a sociedade brasileira sobre a cadeia de produção da carne bovina.

A ABIEC também possui uma campanha internacional para promover a carne bovina. Novamente Fernando comentou que os demais países produtores formaram a imagem de sua carne bovina e que o Brasil está construindo a sua, mostrando o retrato da pecuária na economia brasileira e combatendo a imagem irreal divulgada pela mídia internacional de que a carne brasileira vem de áreas de desmatamento ilegal. As campanhas são divulgadas por agências especializadas, pela imprensa, promoção online e contando também com as diversas associações do setor pecuário de indústrias e produtores.

Fernando afirma que a oportunidade atual é histórica para o país. A demanda mundial por alimentos está em crescimento e é através do uso de tecnologia, do aumento da produtividade e da integração da cadeia da produção que o Brasil pode e está aproveitando esta oportunidade.

Em seguida, Luciano Andrade (Marfrig) aproveita o gancho deixado por Fernando sobre o aumento de produtividade para apresentar o Programa Fomento Angus Marfrig, com o objetivo de diminuir o risco de produção para o produtor e ao mesmo tempo construir uma marca de carne bovina. O programa envolve a produção, a indústria e empresa técnica, contando com auditoria de todo o processo.

O programa permite à indústria garantir seu abastecimento e ao produtor garantir a venda de sua produção: a indústria financia a produção e acompanha o processo através de assistência técnica garantindo animais para abate e o produtor garante a venda de seus animais em qualquer era/idade (bezerro, garrote, boi magro ou boi gordo), contando com remunerações variadas dependendo da qualidade da carcaça. Permitindo assim a construção de uma marca de carne bovina padronizada e com qualidade, agregando valor e garantindo ao consumidor um produto seguro.

Francisco Jardim iniciou contando o histórico do setor pecuário nacional, enfatizando que nos anos 70 o país era importador de carnes e graças ao trabalho governamental e privado hoje o país se tornou um grande exportador. Parabenizou a indústria nacional por assumir o papel de difusora de tecnologia e quebrar paradigmas, como as ações em busca da qualidade da carne demonstradas anteriormente.

Já Ana Suñe explicou o Programa de Valorização da Carne Gaúcha, envolvendo sanidade, produção e mercado. A rastreabilidade obrigatória de todo o rebanho do estado é maior objetivo para controlar a sanidade; para a produção o objetivo é aproveitar a sustentabilidade e responsabilidade ambiental do estado (pastagens nativas) e assistência técnica estadual; em relação ao mercado o programa visa construir uma matriz de informações para atuantes do setor com dados produtivos e industriais e também construir um selo de qualidade estadual para promoção e aumento de renda para os produtores.

Finalizando o painel, Luiz Felipe destacou o sucesso do Programa Carne Angus Certificada, fruto do estabelecimento de um protocolo de certificação auditado. Considerou também a capacidade dos produtores gaúchos e brasileiros que permitem aos consumidores finais comprarem uma carne embalada na gôndola do supermercado, padronizada e com qualidade.

A mensagem transmitida pelo fórum em geral foi a importância da união dos diversos setores (reunidos no evento) para discutir e encontrar caminhos para melhoria e desenvolvimento da cadeia de produção de carne bovina.

Fonte: Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Fábio Schuler Medeiros disse:

    Prezados, Parabéns pela reportagem sobre o evento. O Workshop da Carne Angus, já na sua VIII edição é o principal fórum de debates da Cadeia da Carne na Expointer. Desde sua primeira edição, buscamos fomenta o diálogo entre os distintos atores da cadeia da carne e o alinhamento entre Produtor, Industria, Setores de Insumo, Governo e Varejo, o que foi sem dúvida a tônica mostrada pelas palestras apresentadas neste ano. Hoje, podemos visualizar que este trabalho já teve frutos reais pois o PROGRAMA CARNE ANGUS é um verdadeiro case de integração e sinergia entre os distintos elos da cadeia produtiva.

    Breve, disponibilizaremos as palestras na integra no MYPOINT do Programa Carne Angus!

    Abraço!

  2. Odilson L. Ribeiro e Silva disse:

    Prezad@s, fico contente em ver finalmente campanha em prol da especialização e sofisticação da carne brasileira. O caminho, aliado a sanidade, é esse para conquista dos mercados mais exigentes. Temos muito a percorrer nesse novo desafio e o Brasil pode aliar lições dos europeus quanto a sofisticação de produtos, como propriedade intelectual aplicada ao agro, como novas tendências relacionadas à sustentabilidade e características próprias do rebanho nacional. Espero ver em breve essa campanha aqui na Europa.

    Abraços.

  3. PONDEROSA ANGUS RANCH disse:

    Pessoal. Foi muito importante o Workshop primeiro pelas pessoas envolvidas no evento, a organização da Associação Brasileira de Angus e acima de tudo, pelo momento em que o nosso mercado de Angus esta passando.
    Fico muito satisfeito com as evoluções de nosso programa de carne certificada e convido a todos a acompanhar mais de perto o que estamos fazendo para definitivamente conquistar o mercado de carne de qualidade no Brasil.
    http://www.angus.org.br
    Abraço…Felipe Moura

  4. Paulo Cesar Bastos disse:

    Embora o mercado externo seja importante e fundamental para o agronegócio brasileiro é importante saber: o que é aqui produzido aqui será consumido.

    A carne bovina cujo fator elasticidade renda é próximo de 1 tem um enorme mercado potencial. O nosso consumo em torno de 36 kg/ha/ano permite um crescimento, vez que outros países, alguns bem próximos, chegam até aos 67 kg/ha/ano.

    O mapa dessa nova estrada da boiada começará a ser desenhado por uma melhoria contínua da renda média do povo brasileiro. Aí está o caminho para sempre avançar.

    Precisamos fazer a coisa certa da forma certa. Tecnologias adequadas e/ou adaptadas serão as ferramentas para o sucesso.Interagir e integrar o saber acadêmico com uma extensão rural e tecnológica para levar a pesquisa à produção.Desenvolvimento pelo conhecimento.

    Precisamos compreender e entender o nosso Brasil como um todo, desenvolvendo estratégias compartilhadas e incentivando a cooperação entre os estados e as regiões.

    Nos países desenvolvidos e inovadores cresce, a cada dia, o conceito da soma não zero e do resultado final do ganha-ganha. É a compreensão de que não se constrói nada sozinho. Acelerando o crescimento e levando o desenvolvimento às regiões mais carentes do nosso Brasil estaremos gerando trabalho e renda e , dessa forma, ampliando o mercado interno de forma sustentável para a produção agropecuária brasileira, além de melhorar a qualidade de vida da nossa população.

    Paulo Cesar Bastos é engenheiro civil e produtor rural

  5. Nagato Nakashima disse:

    Senhor Paulo Cesar Bastos: , maneira inteligente e eficiente de melhorar a renda da produção pecuária; vejamos Uruguai tem o maior consumo per capita de carne do mundo 58,2 kg, seguida de Argentina 56,7 kg, em 3º USA com 43,8 kg e o Brasil em 4º com 37,7 kg, Austrália com 37,5 kg outros estão abaixo disto. Para equilibrar a produção e consumo interno precisamos aumentar em 29,29% ou 11,13kg assim começa a faltar boi mesmo na safra que é ruim para as indústria de carne exportadora em contrapartida melhora o preço para o produtor, isto porque tecnicamente estão sobrando 10.133.601 cabeças ano mais os animais de descartes. Assim como dar uma destinação mais racional aos animais de descartes ou vacas velhas, touros velhos como matéria prima industrial incentivando as industrializações artesanais de aproximadamente 2.000.000 cabeças ano.

  6. Nagato Nakashima disse:

    Senhor Paulo Cesar Bastos: nas palestras que realizo sempre sito a sua frase: " não se trata de profissionalismo técnico, mas, sim comercial." Que encontrei na expo feira de Salvador BA.

  7. Paulo Cesar Bastos disse:

    Prezado Sr.Nagato Nakashima

    Oportunos, importantes e relevantes os seus dados estatísticos, bem como suas reflexões sobre oferta e consumo  da carne bovina.

    Grato, recebo sua informação sobre o uso da minha frase "não se trata de profissionalismo técnico, mas, sim, comercial".Valeu, continue.

    Vale,também,  lembrar , que para o fortalecimento da cadeia produtiva da carne nacional precisamos fomentar e implementar o que poderemos chamar de Caracteres da Competitividade, os 5C:

    Capacitação – Cooperação – Comunicação – Compromisso – Confiança

    Vamos continuar avançando.

    Cordiais saudações sertanejas

    Paulo Cesar Bastos

  8. Nagato Nakashima disse:

    Senhor Paulo Cesar Bastos: conheço bem o drama dos pecuaristas no Brasil, e se continuarmos seguindo o modelo da cadeia produtiva, implantado nas décadas 60/70, hoje falido, os produtores vão sofrer por muito tempo. O momento é oportuno para discutir mudança.

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