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Filipinas aparece como principal surpresa no ranking dos compradores da carne bovina brasileira

Difícil esquecer o papel da China nos embarques de carne bovina do Brasil – só em fevereiro último, o país asiático comprou 56,41 mil toneladas do produto in natura, representando 55% do total exportado no período. No entanto, o olhar mais atento da consultoria Agrifatto detectou um novo importante comprador da carne vermelha brasileira – a Filipinas.

“Esse país, que tem uma população de mais de 100 milhões de pessoas, está se solidificando como um dos cinco maiores compradores da proteína bovina brasileira”, destaca a Agrifatto em relatório sobre o mercado externo enviado exclusivamente ao portal DBO.

Em fevereiro/21, diz a consultoria, foram exportadas 3,92 mil toneladas de carne bovina in natura ao mercado da Filipinas, um aumento de 27% sobre o resultado de janeiro/21, e o maior volume dessa relação comercial (entre os dois países) para um mês de fevereiro. “O país tem substituído o Egito, que tem travado as negociações (com o Brasil) por conta dos preços em ascensão”, relata a Agrifatto. No mês passado, os embarques para o Egito caíram 21% ante janeiro.

Outro destaque positivo em fevereiro mencionado pela Agrifatto foi o Israel. O país do Oriente Médio comprou 3,18 mil toneladas de carne bovina no mês passado, avanço de 8,85% sobre o mês anterior. No entanto, afirma a consultoria, “o maior ponto positivo de vender aos israelenses é o preço – entre os principais compradores da proteína brasileira, esse país paga o terceiro maior valor, em torno de US$ 5,15/tonelada.

China compra menos, mas continua forte

Em fevereiro, a China reduziu em 8,87% as compras de carne bovina brasileira in natura em relação ao mês anterior. Dessa maneira, as exportações totais do Brasil caíram 4,85% no comparativo mensal, atingindo um total de 102,12 mil toneladas. Apesar do recuo, o gigante asiático comprou 56,41 mil toneladas de proteína bovina brasileira em fevereiro, o maior volume da história para esse mês, informa a Agrifatto.

Câmbio favorável

O câmbio tem papel fundamental no desempenho dos embarques de carne bovina, observa a consultoria. A moeda norte-americana voltou a superar os R$ 5,40 e fez com que, no primeiro bimestre de ano, a receita obtida em reais com a venda de proteína bovina no Brasil superasse em 14,56% o resultado do primeiro bimestre de 2020.

Foram R$ 5,11 bilhões obtidos com a venda de carne bovina nos dois primeiros meses de 2021, “um ótimo resultado tendo em vista que o preço em dólar caiu 2,03% e o volume exportado recuou 7,95% no comparativo anual”, destaca.

Evolução dos preços

A “passos de tartaruga” o preço da carne bovina brasileira exportada segue evoluindo. Em fevereiro/21, a alta observada chegou a 0,65%, estabelecendo-se a US$ 4,54 mil/tonelada. Apesar da lentidão, diz a Agrifatto, este é o sexto mês consecutivo em que a proteína brasileira enviada para fora do país tem uma elevação no seu preço em dólar, atingindo o maior nível desde janeiro/20.

“Quando convertida para reais, a evolução é mais intensa por conta da variação positiva do dólar”, observa a consultoria. No entanto, nos últimos meses, essa alta dos preços em reais da carne bovina brasileira exportada não tem acompanhado os outros elos da cadeia pecuária, pondera a consultoria. Desde janeiro de 2020, informa a Agrifatto, o preço, em reais, da proteína exportada pelo Brasil avançou 21%, sendo o pior desempenho dentre todos os elos da cadeia pecuária.

“O boi gordo valorizou 56% no período, enquanto isso, a carcaça casada no mercado atacadista subiu 44% e, por fim, o varejo, que registra uma grande dificuldade na aceitação do consumidor, conseguiu imprimir uma valorização de apenas 30%”, compara. Esse desempenho faz as os preços para exportação terem uma das menores diferença da história no mês fev/21, acrescenta a Agrifatto.

Fonte: Portal DBO.

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