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Filial da Minerva perto da Nasdaq

A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, assinou uma carta de intenções não vinculativa com uma sociedade de propósito específico (Spac) que deve levar 23,3% das ações da Athena Foods direto para a bolsa americana Nasdaq. “Mas não se trata de uma oferta pública de ações, IPO”, esclareceu o diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle, ao Valor. 

Comum nos Estados Unidos, esse tipo de veículo de investimento, chamado Spac, busca recursos no mercado para fazer aquisições com prazo definido, mas às cegas – isto é, os investidores assinam um “cheque em branco”.

Sobre esta Spac especificamente, foi revelado até agora apenas que tem experiência no mercado latino-americano de alimentos e agronegócios e que está listada na Nasdaq. Assim, diante de um aporte na Athena Foods, seus investidores passariam a deter, além de ações da Spac, ações da subsidiária da Minerva. 

Nas palavras de Ticle, o que a Minerva está fazendo é avaliar uma oportunidade de fusão. “Na combinação dos negócios, a Athena, que é uma empresa fechada, subsidiária 100% pertencente à Minerva, se uniria a um veículo já listado na Nasdaq”, diz.

Com sede no Chile e frigoríficos na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e na Colômbia, a Athena é avaliada em US$ 1,5 bilhão (equity value), ou US$ 1,354 bilhão (enterprise value) e tem dívida líquida negativa de US$ 146 milhões. 

Pelo acordo, a sociedade de propósito específico deverá investir US$ 200 milhões, que já tem disponíveis em caixa, na Athena – que serão pagos em dinheiro à Minerva -, além de outros US$ 100 milhões captados em oferta privada. 

A transação ainda tem que passar pelo crivo dos acionistas da Spac e a expectativa da Minerva é que a confirmação do negócio saia em três ou quatro semanas. 

Com o valor que deverá receber em dinheiro, a Minerva pretende reduzir seu próprio endividamento. De acordo com Edison Ticle, se consumada a operação permitirá que a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda em 12 meses) da companhia não supere 1,5 vez no curto prazo e até caia para 1 vez em três anos. 

“Esse negócio abre a oportunidade para a Athena continuar expandindo os negócios em 2023 e em 2024. Listada nos EUA, a companhia terá uma estrutura de capital mais saudável, podendo gerar resultados de médio e longo prazo e crescer mais rapidamente que a Minerva”, disse Ticle. 

Os planos para isso já estão claros. Para 2020, a expectativa é que o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) da Athena Foods some US$ 181 milhões, alta de 10% ante 2019, chegando a US$ 239 milhões em 2021. Isso graças a um contrato de prestação de serviços firmado em junho com o paraguaio Frigonorte; à aquisição, em agosto, do frigorífico colombiano Vijagual, por US$ 14 milhões; e à reabertura, prevista para a segunda metade do ano que vem, de uma planta na Argentina. Em 2022, já com Ebitda previsto em US$ 271 milhões, os investimentos da companhia devem se voltar a ativos no oeste australiano. 

As ações da Minerva subiram ontem 4,3% na B3 e seu valor de mercado atingiu R$ 6,7 bilhões. Em 2019, a Minerva faturou R$ 18,2 bilhões, e a Athena Foods respondeu por 40%. 

Fonte: Valor Econômico.

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