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FGV: pesquisa revela que pequenos e grandes produtores rurais são complementares

A classe C tem 15,4% dos estabelecimentos rurais, as classes rurais A/B correspondem a 5,8% do total de estabelecimentos e as classes D/E representam 70,4% dos estabelecimentos rurais no Brasil. A renda desses estabelecimentos é inferior a R$ 947.

Não há antagonismo entre pequenos e grandes produtores rurais, cujas atividades são complementares. Esta é uma das conclusões mais importantes da pesquisa “Os perfis das classes de renda rural no Brasil”, apresentada pelo pesquisador Mauro Lopes, da Fundação Getúlio Vargas, no seminário Os Desafios do Brasil como 5ª Potência Mundial e o Papel do Agronegócio.

“As classes rurais D e E são grandes consumidoras de milho e soja na alimentação de aves e suínos e, para isso, dependem dos grandes produtores, que produzem com escala, forçando os preços desses produtos para baixo”, explicou o pesquisador.

A pesquisa também revelou que o uso de tecnologia é o principal fator de mobilidade entre as classes de renda do campo.

De acordo com a pesquisa, foram identificadas três classes no meio rural pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo Agropecuário de 2006.

A classe C tem 15,4% dos estabelecimentos rurais, com renda líquida entre R$ 947 e R$ 4.083. As classes rurais A/B pertencem ao estrato que obtém renda líquida acima de R$ 4.083 e correspondem a 5,8% do total de estabelecimentos.

A pesquisa identificou um grupo numeroso em pobreza extrema, que forma as classes D/E e representa 70,4% dos estabelecimentos rurais no Brasil. A renda desses estabelecimentos é inferior a R$ 947.

Nas classes A/B e C, as atividades agropecuárias representam 94% e 73%, respectivamente, da renda dos estabelecimentos. Já nas classes D/E a composição da renda é diferente. Aposentadorias, pensões e programas governamentais de transferência de renda representam 52% da remuneração total e as atividades agropecuárias, 30%.

Ou seja, são outras fontes que mantêm essas classes no campo e “evitam a migração dessa população para as já saturadas metrópoles brasileiras”, observou Mauro Lopes. Outra importante observação da pesquisa é que a composição da renda da classe média se assemelha mais à das classes A/B do que nas classes D/E. A participação das classes A/B e C na geração do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária é de 92,4%, enquanto nas classes D/E é de 7,6%.

Fonte: CNA, adaptada pela Equipe BeefPoint

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