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Fernando Penteado Cardoso fala sobre desmatamento

Desmatamento zero implica em tolher o direito atual de abrir 20% das áreas florestadas, bem como em impedir a produção de alimento dos safristas, ditos posseiros ou pequenos agricultores. Implica também na renúncia à captação da energia solar através da fotossíntese, viável onde chove e faz calor, mas que não acontece à sombra do dossel arbóreo. Devemos nos orgulhar do feito de nossos patrícios pioneiros, que abriram a mata para deixar entrar sol e assim produzir alimentos, criar riqueza e promover civilização.

O leitor do BeefPoint Fernando Penteado Cardoso, Presidente da Fundação Agrisus, enviou um comentário ao artigo “A Floresta Amazônica e a presença do Homem“. Abaixo leia a carta na íntegra.

“Desmatamento zero implica em tolher o direito atual de abrir 20% das áreas florestadas, bem como em impedir a produção de alimento dos safristas, ditos posseiros ou pequenos agricultores. Implica também na renúncia à captação da energia solar através da fotossíntese, viável onde chove e faz calor, mas que não acontece à sombra do dossel arbóreo.

Imagine-se nosso país coberto de mata até hoje. Onde o progresso e desenvolvimento que viabiliza a vida, o conforto e a segurança dos que amam a floresta sem que a conheçam na intimidade?

A Amazônia tem 4,4 milhões de km2 dos quais 3/4 ou 4/5 são terras inundáveis, ou pedregosas ou inacessíveis, em que neste milênio ninguém vai tocar por ser economicamente inviável. Pode-se estimar que 3 milhões de km2 de floresta são permanentes por força da natureza: um ônus para o país. Não seriam suficientes para satisfazer todas as repetidas virtudes climáticas e botânicas da floresta?

Agora, querer desperdiçar aquele milhão de km2 aproveitável e dotado de transporte fluvial, é o mesmo que optar pela pobreza, pelo atraso, pelo subdesenvolvimento permanente. Valerá a pena? Qual o fundamento ético de cercear a produção de alimentos em benefício da humanidade?

Vejamos: o Estado de MT, nos últimos 27 anos, mostrou que a área com cereais aumentou 6,6 milhões de ha; a produção de cereais cresceu 21 milhões de toneladas; o bovino proliferou mais 12 milhões de cabeças; apresenta um honroso Índice de Desenvolvimento Humano- IDH de 0,800 para a média de 6 cidades novas (Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Alta Floresta e Matupá).

Estaríamos arrependidos do que foi feito? Foi um erro substituir a flora natural pela agropecuária? Seria justo condenarmos o trabalho dos realizadores desse estupendo feito econômico, dessa notável conquista social?

Entendemos as campanhas internacionais temerosas de nossa concorrência. Urge reagir contra o repeteco de seus argumentos falaciosos e demagógicos.

Devemos nos orgulhar do feito de nossos patrícios pioneiros, que abriram a mata para deixar entrar sol e assim produzir alimentos, criar riqueza e promover civilização.”

Fernando Penteado Cardoso; Eng.Agr.Sênior, ESALQ-USP,1936, Presidente da Fundação Agrisus

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0 Comments

  1. José A. Belotto disse:

    Parabéns pela matéria. Enquanto proprietários da MANAH, um grande homem que merece sempre ser escutado por todos.

    Portanto, não devemos nunca nos curvar para aqueles que a séculos destruiram suas florestas e hoje querem nos fazer refém desta situação.

    Abraços de Belotto – Ex funcionário da Manah (1.977-1980)

  2. fernando ribeiro sichieri disse:

    Prezado Dr. Cardoso,

    Mais uma vez venho parabenizá-lo pela coragem de tornar publico a sua visão pratica do assunto.
    E uma de suas sabias frases , de que não existe paz de estomago vazio, me fez reflitir através da leitura deste seu importante artigo.

    Um grande abraço
    Fernando Sichieri

  3. Rainer Francis Hoffmann disse:

    Será que antes de avançarmos sobre esse milhão de quilômetros quadrados, não seria mais inteligente de nossa parte recuperarmos outro milhão de quilômetros quadrados em pastagens degradadas, terrenos comprometidos pela erosão e pela desertificação.
    O assoreamento dos rios tem causado enchentes, as quais vemos diariamente na TV e o combate a essa situação também colaboraria para a área econômica e social, gerando empregos e bem estar à população.
    O problema é que desmatar é mais barato do que recuperar e não precisa de muito conhecimento, basta ter dois tratores de esteira e um correntão!
    Mas depois que desmatarmos, para onde vamos avançar? Para a Lua? Ou seria para Marte?
    Acredito que a recuperação de terrenos degradados geraria bem mais empregos que o desmatamento, ainda com a vantagem de gerar tecnologias e conhecimento científico.

  4. Walter Magalhaes Junior disse:

    Sim Dr. Fernando, os críticos deveria ler o livro “BRASIL” de um escritor Sul-africano, de quem agora não me recordo o nome. Deveriam ver que para abrir uma quarta de alqueire nos vales de Pernambuco, da Bahia tinham que pelear com os tupiniquins que cultivavam o hábito do canibalisbo. Quantos não perderam a vida para podermos ter hoje o descortinamento produtivo que temos?
    Estes defensores inocentes das teses ambientalistas, não sabem e não valorizam, apesar da história divulgar em escolas que muitas vezes eles nem frequentaram, a importância dos Bandeirantes em promover a expansão dos limites estabelecidos pelo tratado de Tordezilhas, desenhando, com isso, esse mapa do Brasil que hoje temos.
    A defesa dessas teses preservacionistas, afinal, Dr. Fernando, não é somente uma questão de ignorância opu ingenuidade, mas, também, um profundo desrespeito com a história e para com alqueles que deram a vida para escrevê-la.

  5. celso de almeida gaudencio disse:

    Parabéns pela abalizada matéria toca no miolo da questão, com conhecimento da Amazônia, como deve ser explorada, para que não se desperdice produtos vegetais renováveis.
    O homem faz parte da ecologia e precisa de alimento. A profusão populacional mostra que não podemos viver do extrativismo sustentável.
    Os ecossistemas rurais foram construídos pelas instituições de pesquisa estaduais, universidades. Na esfera federal, tomou impulso com a criação do fundo de pesquisa, na estruturação do Ministério da Agricultura em 1934. Lançaram bases, e na década de setenta, se instituiu o sistema de pesquisa nacional, construindo juntos com os ruralistas a grande Nação Brasileira.
    Sobre o grito de fome mundial a pesquisa se erigiu no enfoque sistêmico, gerando os ecossistemas rurais da produção. Pesquisa, cooperativa e produtor alicerçarão a produção de alimentos. Voltar ao extrativismo sustentável é descrer no avanço da pesquisa e no homem do campo.

  6. elio micheloni jr disse:

    Sr. Fernando, obrigado por suas palavras muito bem colocadas que mostram “o outro lado” que os verdes não conseguem ou, não querem ver.
    Saudações.
    Elio Micheloni Jr.

  7. joao jacintho disse:

    sou a favor do desmatamento,sim , sou a favor da fartura, abaixo a miseria, eu sou capaz de plantar e produzir,quero produzir,manda esse partido verde , viver de brisa ate quando.

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