Conheça os modelos de parceria para confinamento adotados no Brasil e opte pelo que melhor enquadra ao seu perfil
15 de outubro de 2013
Confira o novo sanduíche com carne Angus e molho de pimenta Tabasco, do McDonald’s
15 de outubro de 2013

Fazer um bom planejamento alimentar é o ponto mais desafiador. Devemos conhecer o potencial de produção de pastagem da fazenda – Cássio Rodrigues (Exagro)

O próximo Workshop BeefPoint será sobre Engorda a Pasto, no dia 17 de outubro, em São Paulo.

Vamos reunir quem melhor engorda boi a pasto, que é responsável por 90% do gado abatido no país. Vamos conhecer o trabalho dos melhores invernistas do Brasil, para apresentação de estudos de caso, troca de experiências e conhecimento, num ambiente de conversa e debate. Será um encontro de discussões em alto nível, para conhecer quem tem feito um excelente trabalho no Brasil. Estamos reunindo quem tem feito a pecuária do futuro.

Para conhecer melhor os palestrantes do Workshop BeefPoint – Engorda a Pasto, preparamos uma série de entrevistas com cada um deles. Além dos palestrantes, vamos conhecer também o trabalho de pessoas que trabalham com engorda a pasto e são referência no país.

Confira a entrevista com Cássio Rodrigues, consultor da Exagro e um dos palestrantes do Workshop BeefPoint – Engorda a Pasto.

Jpeg

Cássio Rodrigues é médico veterinário, graduado pela UFMG em 2001, com pós-graduação em solos e meio Ambiente pela UFLA e em manejo de pastagens pela FAZU.

Atua como consultor na Exagro desde 2002, desenvolvendo trabalhos em pecuária de corte nos estados de MG, GO, SP, MS, MT, PA, AL e PE. É diretor executivo da Exagro desde 2008.

BeefPoint: Quais os maiores desafios para o pecuarista que trabalha com engorda a pasto?

Cássio Rodrigues: Em um sistema baseado em pasto, fazer um bom planejamento alimentar é o ponto mais importante e desafiador. Para isto, é necessário conhecer o potencial de produção de pastagem da fazenda, prever com qualidade o ganho de peso das diferentes categorias do sistema de produção e ser um bom manejador de pasto e de gado, e por consequência um bom gestor de pessoas, pois quem maneja são os funcionários e não o proprietário diretamente.

É importante salientar que o acompanhamento das metas de desempenho, como ganho de peso, peso de venda e massa de forragem das pastagens é fundamental para o sistema. É possível prever o potencial de produção da forragem, mas vários fatores podem afetar a produção de forma positiva ou negativa, como o clima, ocorrência de pragas, etc, então o gestor do sistema tem que monitorar os indicadores e ser ágil na tomada de decisão para fazer os ajustes ao longo da estação de chuva, pois é neste período que tudo se define,  as decisões tomadas nesta época surtem efeito durante todo ano. Durante o período seco, só é possível administrar o estoque de forragem que sobrou das águas.

O ponto fundamental é conhecer as interações entre o manejo da pastagem e o desempenho animal. O sistema é dinâmico e não se pode controlar (ninguém define por exemplo se vai começar a chover em setembro ou outubro), é necessário ir se ajustando às mudanças que vão acontecendo ao longo do ano para explorar o máximo do potencial econômico do sistema de produção à pasto.

BeefPoint: Você poderia nos contar sobre os acertos, o que fez e deu certo no seu sistema de produção a pasto?

Cássio Rodrigues: Temos  tentado evoluir cada vez mais para colocar os animais em acabamento mais cedo, melhorando o manejo dos sistemas de pastejo e dos animais, visando ter um bom aproveitamento da forragem produzida e bom desempenho nos animais.

Neste sentido, o uso do pastejo rotacionado com lote de desponte tem sido um grande diferencial. Fazendas que conseguem implantar e dominar a técnica têm conseguido ganhos de peso de 0,9 a 1,2 kg/dia durante períodos longos, 150 a 200 dias, apenas com uso de sal mineral de linha branca (consumo de 50 – 60 gramas/dia), devido à qualidade da forragem que se consegue oferecer aos animais que estão em desponte, e ao mesmo tempo é possível preservar todos os benefícios do pastejo rotacionado, como uniformidade de pastejo, redução da degradação de pastos, redução da formação de malhadouros etc.

Conseguimos combinar um excelente desempenho animal com um bom aproveitamento da pastagem. Temos colocado animais em desponte com peso próximo a 300 kg no início das chuvas e temos levado estes animais para o abate no fim das águas sem alterar o padrão de suplementação da fazenda. Isto tem proporcionado melhoria de resultados nas fazendas de engorda.

cassio2

cassio1

BeefPoint: E o que deu errado, você poderia nos contar? O que você considera os erros mais comuns num projeto de engorda a pasto? 

Cássio Rodrigues: De forma geral, os maiores erros estão associados ao planejamento alimentar, à não ajustar a taxa de lotação à capacidade de suporte da fazenda. Se faltar pasto, o desempenho dos animais é prejudicado, e se sobrar pasto, a produtividade fica prejudicada.

A infraestrutura para o pastejo é outro ponto que tem que ser acompanhado, é necessário ter divisões, pastos compatíveis com a formação de lotes de cada fazenda. Uma fazenda de 5.000 cabeças tem uma necessidade de tamanho de pasto e uma de 500 cabeças tem outra, isto tem que ser considerado, não há uma receita padrão que sirva para todas as situações. A qualidade das cercas é um ponto importante, evitar misturas de lotes de animais é um ponto fundamental para a engorda.

BeefPoint: Quais as maiores dificuldades enfrentadas com a mão-de-obra nesse setor em específico? O que tem sido feito para solucionar esses problemas? 

Cássio Rodrigues: A dificuldade com a mão de obra é a mesma para outros sistemas de produção pecuários. Ter um pessoal treinado, que entende o que está fazendo e porque está fazendo, com boas condições de trabalho (moradia, acesso à escola para filhos, pessoas tratadas com respeito) e ter boa remuneração são passos importantes para se reduzir problemas.

Ou seja, ter uma boa gestão de pessoas é fundamental para qualquer sistema de produção, e na engorda não é diferente.

OLYMPUS DIGITAL CAMERA

cassio4

BeefPoint: O que você fez em 2012/2013 que te trouxe mais resultados?

Cássio Rodrigues: Desde muito tempo, não só em 2012, a Exagro vem trabalhando com treinamento das pessoas envolvidas nos sistemas de produção onde atua.

O processo educacional começa pelo proprietário ou administrador, que é quem contrata, e tem que chegar em quem executa o serviço no campo. Os gestores têm que aprender a olhar planejamentos, pensar o negócio, tomar decisões baseadas em indicadores levantados, dados históricos e previsões. Os vaqueiros têm que aprender a manejar o pasto e o rebanho, cada um na sua função.

Quando todos entendem sua parte do trabalho, a importância do que faz e faz bem feito, os sistemas evoluem para resultados econômicos superiores.

BeefPoint: Quais são seus planos para 2014?

Cássio Rodrigues: Além do ponto da pergunta anterior, como empresa de consultoria, temos que ter alternativas técnicas para as mais diferentes situações, tentado levar o resultado econômico do cliente para o melhor possível.

O aumento da produtividade é uma necessidade, entender as possibilidades para diferentes realidades é um dos grandes desafios, depois de superado o processo inicial de melhorar o resultado através da melhoria dos processos produtivos, que é conseguido com planejamento e treinamento. Analisar e implementar alternativas técnicas como suplementação de animais a pasto em diferentes níveis, aumentar a produção de forragem através de correção / adubação, e a integração lavoura pecuária são desafios que tecnicamente estão consolidados, mas sua implantação depende de um estudo de cada caso.

Se o fluxo de caixa da pecuária não suportar a intensificação no curto prazo, apesar de ter resultados promissores no longo prazo, muitos projetos são abandonados por problemas nos primeiros anos.

OLYMPUS DIGITAL CAMERA

BeefPoint: Você gostaria de participar de um programa de carne de qualidade, de gado criado a pasto, com certificação?

Cássio Rodrigues: Depende. Se for melhorar o resultado do cliente, a resposta é sim.

Temos que lembrar que produzir carne de qualidade de forma geral passa por processos que reduzem a produtividade e podem aumentar o custeio do sistema, como a castração e alguma suplementação para melhorar o acabamento. Além disso, a certificação vai ter algum custo, pois processos gerenciais novos serão implantados na fazenda, o diferencial de preço proposto pelo programa tem que cobrir estes pontos para efetivamente melhorar o resultado da fazenda. Se isto não acontecer, não faz sentido.

Depois que mostramos ao cliente a importância de deixar a paixão de lado e olhar para a fazenda como uma empresa, para a pecuária como um negócio, ele não vai querer produzir carne de melhor qualidade e ganhar menos dinheiro no final do ano.

BeefPoint: Que recado você deixaria para produtores de gado a pasto?

Cássio Rodrigues: Seja profissional!

Gerencie sua atividade como todo negócio deve ser gerido: colete dados produtivos e econômicos, analise as informações geradas, faça um planejamento técnico e econômico do sistema de produção, compare com outras alternativas. Se isto for bem feito, os bons resultados virão.

Clique e inscreva-se no Workshop BeefPoint – Engorda a Pasto:

CAMPANHA-WORKSHOP-ENGORDA-A-PASTO-850x315

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress