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Fazendas implementam programas de alfabetização

O diretor-executivo do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, comentou na rádio CBN o trabalho de algumas fazendas em responsabilidade social, ressaltando que o crescimento econômico e o atendimento as exigências de compradores de commodities podem ter um obstáculo sério a vencer: a falta de mão de obra capacitada.

O diretor-executivo do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, comentou na rádio CBN o trabalho de algumas fazendas em responsabilidade social, ressaltando que o crescimento econômico e o atendimento as exigências de compradores de commodities podem ter um obstáculo sério a vencer: a falta de mão de obra capacitada.

Segundo Itacarambi, “temos ainda um grande número de pessoas que não conseguem trabalho por falta de habilidades básicas em leitura, escrita, matemática e ciências. É o chamado analfabetismo funcional que atinge 75% da população brasileira. São pessoas que têm baixa escolaridade (até 3 anos de estudo) e não entendem signos, não dominam as quatro operações matemáticas e nem fazem idéia das mínimas noções de ciência que fazem parte do nosso cotidiano”.

Ele comentou dados da ong Ação Educativa e o Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, que em 2007, data da última pesquisa, revelou que quase 50% dos analfabetos funcionais no Brasil encontram-se na zona rural, trabalhando em atividades agrícolas – justamente o setor que mais vem crescendo nos últimos anos e também o que mais vem sendo alvo de inspeções internacionais de qualidade de produto e de denúncias de desrespeito aos direitos básicos da pessoa.

As empresas agrícolas de qualquer porte podem contribuir muito para uma “virada” no setor, começando, justamente, pela educação. Este é o exemplo que nos dão quatro fazendas localizadas no centro-oeste brasileiro:Fazenda Bang Bang, Fazenda Mauroanas, Fazenda Santa Vitória e Asa Alimentos.

Nessas fazenda professores foram contratados e organizaram classes de alfabetização nos próprios locais de trabalho, em horários adequados aos funcionários.

Marcelo Pimenta, sócio-proprietário da Fazenda Santa Vitória, conta que o mais complicado de tudo foi convencer o funcionário a freqüentar o curso. “Como não há ainda no meio rural uma forte demanda por funcionários alfabetizados, não é muito fácil convencer os funcionários a se dirigirem toda noite à cidade mais próxima para ter 4 ou 5 horas de aula, principalmente depois de um dia de trabalho cansativo. Por isso a decisão de dar aula exclusivamente de alfabetização, durante meio dia por semana durante o período de trabalho é um fator que pode determinar o sucesso dessa empreitada”.

Para quem quiser replicar essa prática, as fazendas recomendam:

– Invista na capacitação de seu colaborador
– Envolva-o no processo de reflexão da empresa e faça – o “sentir pertencer”
– Elogie o colaborador nas suas pequenas conquistas e faça-o sentir orgulho de si mesmo e da empresa
– Ajude-o a ficar independente na busca do conhecimento, prestigie suas questões e o incentive a pensar.

“Estas quatro fazendas “acordaram” para o desafio de mudar a maneira de fazer negócio a partir do Programa Tear, o consórcio do Ethos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento para disseminar a gestão socialmente responsável na cadeia de valor de sete grandes empresas âncoras. No caso, estas fazendas são fornecedoras de carne do Grupo Pão de Açúcar”, comento do diretor do Instituto Ethos.

As informações são do Instituto Ethos.

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