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Fazenda americana lança vídeo criticando rotulagem ‘livre de gaiolas’ para ovos

Por Dan Nosowitz, para o Modern Farmer

Nós temos aqui para você um vídeo exclusivo: um anúncio da Vital Farms, uma fazenda de produção ovos e lácteos com sede em Austin, Texas, que é uma dos líderes no tratamento humano de animais e nas questões trabalhistas.

No anúncio, Stuart Dill, produtor de ovos para a Vital Farms, fala sobre algumas rotulagens falsas e sem sentido que existem na indústria de alimentos. A frase “livre de gaiolas” – cage-free – aparece comumente em ovos, mas, como diz Dill (e, por extensão, a Vital Farms), isso é, bem, besteira.

“Há uma parcela significativa da base de consumidores, cerca de 92%, que tem uma compreensão muito ruim sobre realidades da produção livre de gaiolas”, diz Dan Brooks, diretor criativo da Vital Farms. Ele tem razão; várias pesquisas mostraram que os consumidores realmente não entendem o que “livre de gaiola” significa, o que é compreensível, porque na verdade não significa nada.

Besteira total?

Livre de gaiola é um panteão de termos, como “natural” e “free-range”, que, por si só, não tem definição legal e nenhuma agência certificando-se de que aqueles que o utilizam realmente cumprem qualquer padrão específico. Não tem sentido; literalmente, qualquer empresa pode simplesmente escrever “livre de gaiolas” em sua caixa de ovos.

Outra coisa: “criado a pasto” também é um termo igualmente vago. E este anúncio – que é muito divertido – declara repetidamente que as galinhas de Vital Farms são “criadas a pasto”, o que significa que suas vidas realmente estão de acordo com a compreensão geral do que você imagina como é uma vida sem gaiola: andando pela grama, bicando insetos, batendo asas ao ar livre.

Sim, isso é verdade no caso da Vital Farms, mas assim como “livre de gaiolas”, a rotulagem “criado a pasto” não é regulamentada; por si só, o termo não tem qualquer significado.

Então, quando esses termos são significativos?

O essencial para entender aqui é a presença de uma agência de auditoria. Essas agências incluem o Programa Orgânico Nacional apoiado pelo governo, bem como agências privadas como Humane Farm Animal Care e Rainforest Alliance.

Essas agências privadas cobram uma pequena taxa para entrar e inspecionar fazendas para ver se as coisas estão de acordo com seus padrões. Em termos de ovos, eles avaliam o acesso dos animais ao ar livre, luz solar, espaço para se mover, entre outras coisas. Se a fazenda passar por sua inspeção, podem usar o emblema da agência em suas embalagens.

Os padrões mínimos da agência Humane Farm Animal Care – se você seguir esses padrões, pode usar o emblema – não são animadores, de acordo com a pesquisa do Consumer Reports. Mas esse não é o fim da história; esta agência em particular tem diferentes níveis de rigor, que são indicados por outras frases na embalagem. O rótulo Certified Humane define uma linha de base, mas não o teto.

Para obter o emblema e ter permissão para escrever “criado a pasto” em seu rótulo, uma empresa deve atender a padrões bastante intensos – mais intenso que a certificação orgânica. Eles estão entre os melhores padrões de ovos no mercado. A presença do distintivo e da frase significa, basicamente, que esta fazenda atendeu aos mais altos padrões desta agência. E a Vital Farms tem isso.

Voltando ao anúncio…

Há uma questão aqui, que, para ser honesto, não é culpa da Vital Farms; é um problema essencial com o mundo da rotulagem de alimentos.

Este vídeo não menciona a certificação. Se um consumidor vê este anúncio, existe a possibilidade de que a mensagem passada seja “criado a pasto é bom, livre de gaiolas é ruim”, o que não é o caso.

A verdade é que “livre de gaiolas é ruim, mas criadas a pasto junto com um pequeno emblema que escrito ‘Certified Humane Raised and Handled’é bom.” Isso é complicado, nós sabemos. E a Vital também sabe disso.

“Esse é um ponto muito válido”, disse Brooks. “De uma perspectiva de comunicação simples, no contexto do que estamos tentando transmitir através do vídeo, queríamos manter o consumidor focado em quem somos e o que fazemos”. Basicamente, o trabalho de sua empresa não é fazer filmes educacionais ativistas; é vender ovos.

A situação de rotulagem é brutalmente confusa para um anúncio curto – ou mesmo para uma postagem de blog mais longa – e a Vital Farms explica bem em seu site. “Este é o primeiro vídeo de uma série que aborda esta questão, por isso pode ser que um futuro vídeo introduza o conceito de auditoria e o que isso significa”, disse Brooks.

Nós aplaudimos a Vital Farms por terem divulgado sobre as falsas rotulagens. Mas é importante contar a história completa da rotulagem real também, mesmo quando seja irritantemente confusa. Os consumidores não devem ser obrigados a conhecer todo o cenário de uma dezena de emblemas e se a presença de outras frases ao lado desses emblemas indica qualquer coisa, e o que exatamente isso significa. Tudo é insano e horrível. E sim: “livre de gaiolas” é uma besteira.

Por Dan Nosowitz, para o Modern Farmer, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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