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31 de março de 2011

Fatores agronômicos envolvidos com a formação de micotoxinas em plantas destinadas a produção de silagem

Os fungos podem se desenvolver em vários tipos de ambiente, sendo que em condições de campo o gênero Fusarium tem predominância de crescimento. Esse gênero é responsável por ampla gama de doenças de gramíneas e cereais. Em lavouras de milho esses têm capacidade de causar podridões em partes distintas da planta, tais como: caule, espiga e grão. Em trigo e outros cereais de inverno, o Fusarium causa uma doença chamada de ferrugem do trigo (head scab), considerada bem importante para essas culturas.

Os fungos podem se desenvolver em vários tipos de ambiente, sendo que em condições de campo o gênero Fusarium tem predominância de crescimento. A exigência mínima para o desenvolvimento de fungos do gênero Fusarium é elevada umidade (>70%), oxigênio e temperaturas flutuantes (dias quentes e noites frias). Esse gênero é responsável por ampla gama de doenças de gramíneas e cereais. Em lavouras de milho esses têm capacidade de causar podridões em partes distintas da planta, tais como: caule, espiga e grão. Em trigo e outros cereais de inverno, o Fusarium causa uma doença chamada de ferrugem do trigo (head scab), considerada bem importante para essas culturas.

A eliminação de esporos de Fusarium do ambiente é impraticável, uma vez que esses hibernam durante o inverno no solo, em detritos de plantas ou nas sementes. Sendo assim, o contato do esporo com a planta será inevitável e o grau de infecção será determinado em função das condições de ambiente e de estresse da planta. Segundo Rankin e Grau (2002), a competição por nutrientes na planta se estabelece entre a própria planta e outros microrganismos, e nesta ocasião, os fungos presentes produzem micotoxinas como forma de obter vantagens na competição por alimento.

Segungo Jouany (2007), existem mais de 500 micotoxinas conhecidas, entretanto as espécies de fungos e as toxinas mais conhecidas, pertencentes ao gênero são: Dioxinivalenol (DON), produzida por F. molinoforme e F. graminearum; Toxina T2, produzida por F. sporotrichioides; Zearalenona, produzida por F. graminearum e; Fumonisina, produzida por F. moliniforme.

De maneira geral, a cultura implantada deve ter um programa balanceado para ajustes na fertilidade do solo com vistas à redução do estresse da planta e, consequentemente, incidência de doenças. Segundo Rankin e Grau (2002), o nitrogênio (N) e o potássio (K) estão diretamente associados com o aumento na podridão dos colmos em milho. Tanto o excesso como baixas concentrações desses nutrientes conduzem para aumento da incidência dessa doença, o que gera grande probabilidade de produção de micotoxinas.

A escolha do híbrido poderá influir na susceptibilidade ao ataque fúngico, com consequente produção de toxinas. Segundo Jouany (2007), o melhoramento de plantas pode ser uma solução para controle de Fusarium, entretanto, com a melhoria na resistência ao seu ataque, a qualidade de híbridos é afetada. Miedaner et al. (2006) verificaram que o gene associado a resistência aos fungos do gênero Fusarium em trigo são coincidentes com genes que controlam as características morfológicas da planta, havendo conflitos de interesses.

O momento da colheita da planta também é caráter decisório para produção de micotoxinas. Oldenburg e Höppner (2003) verificaram aumento de amostras positivas para deoxinivalenol à medida que o milho foi colhido mais tardiamente. Em plantas de milho colhidas com 30% de MS, os autores obtiveram 34% de amostras positivas (n=82), ao passo que quando a planta foi colhida com 40% de MS, 86% das amostras (n=50) se apresentaram contaminadas pela micotoxina.

A textura do grão é uma característica dos híbridos que vem sendo discutida com relação à qualidade nutricional e a susceptibilidade ao ataque fúngico. Apesar de híbridos de milho com grãos dentados (textura macia) apresentarem maior qualidade nutricional, (maior facilidade ao ataque enzimático para digestão), estes também apresentam maior suscetibilidade a incidências de doenças e ataques de insetos, o que gera porta de entrada para colonização de fungos (Rankin e Grau, 2002).

Atualmente, grande foco tem sido dado aos híbridos de milho transgênicos (híbridos Bt), aos quais foram inseridos genes de Bacillus thuringiensis que levam à produção de proteínas tóxicas a determinadas ordens de insetos considerados pragas na cultura. A premissa para redução de fungos e, consequentemente, micotoxinas nesses híbridos é de que a integridade da planta será preservada por menor quantidade de ataques de insetos, fazendo com que a planta apresente menor quantidade de portas de entrada para esporos de fungos e sua posterior colonização nos tecidos da planta (Hammond et al., 2004).

Adicionalmente, práticas agronômicas como a rotação de culturas, controle de pragas e doenças devem ser consideradas para redução da infestação fúngica.

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