Farsul critica ingresso de carne uruguaia

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou a entrada de carne bovina e animais uruguaios para abate no Brasil. A instrução normativa (IN) 52, de 30 de junho, que autoriza o ingresso de animais suscetíveis à febre aftosa, seus produtos e subprodutos, indignou pecuaristas gaúchos, que, além da concorrência do Brasil Central, terão de disputar espaço com produtos uruguaios.

O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Fernando Adauto, disse que a medida pode inibir a alta do preço do boi prevista para a entressafra e necessária à sobrevivência do setor. “O Mapa deveria ter nos consultado sobre os reflexos, pois a relação do Uruguai é com SC e RS. Estou indignado”. Nos EUA, lembrou, o governo faz consultas públicas antes de autorizar importações.

O delegado federal da Agricultura no RS, Francisco Signor, afirmou que a decisão foi técnica, justificando que o Uruguai tem o mesmo status sanitário do Brasil, exceto SC. “O setor precisa de entrosamento para enfrentar o mercado. Sem isso não adianta CPI”. Já o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs), Zilmar Moussalle, calcula que em dez dias haverá costela uruguaia no RS, pois há indústrias cotando preços.

A medida mantém proibido o ingresso em SC, devido à IN nº 5, de janeiro, o que Adauto considera inócuo. “O produto uruguaio vai entrar ilegalmente em SC, assim como nunca deixou de entrar gado em pé do RS. O lógico seria liberar para o resto do país, exceto ao Circuito Pecuário Sul”.

Para Signor, a manutenção da proibição do ingresso de animais uruguaios em SC sinaliza que não haverá liberação de carne com osso ou gado em pé do RS para o estado vizinho.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint