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FAO defende ampliação do uso de selos de sustentabilidade

A FAO, agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, recomendou que seja ampliado o uso de certificações voluntárias que atestam a sustentabilidade da produção agropecuária, em resposta à demandas dos consumidores.

A sugestão coincide com o aumento da pressão na Europa por novas certificações e “due diligence” nas importações de commodities do Brasil para evitar a entrada de produtos com suspeita de terem saído de áreas desmatadas ilegalmente.

A FAO nota, porém, que a proliferação de certificações é parte de uma conscientização sobre a questão ambiental não só nos países desenvolvidos, e que também há avanços nos emergentes e em desenvolvimento.

A harmonização de padrões e certificados de sustentabilidade entre os países pode facilitar sua aplicação nas cadeias globais de valor do setor agro-alimentar, diz a agência da ONU. E tudo isso pode encorajar investimentos.

Em relatório sobre os mercados de commodities agrícolas, a FAO também destacou que o comércio internacional agro-alimentar mais que dobrou de 1995 a 2018, chegando a US$ 1,5 trilhão. As exportações de países emergentes e em desenvolvimento representam mais de um terço do total, e para avançarem vão se apoiar também em certificações.

Desde 1995, o Brasil quase quadruplicou suas exportações em termos reais, com forte aumento de vendas de grãos, carnes e pescado, açúcar e cacau. Ao mesmo tempo, as importações brasileiras continuaram praticamente inalteradas.

O relatório estima que cerca de um terço das exportações globais agro-alimentares são feitas por cadeias globais de valor e atravessam fronteiras pelo menos duas vezes, com a matéria-prima inicialmente exportada para ser processada e esta, por sua vez, ser reexportada.

Nesse cenário, o Brasil continua com participação abaixo da média global nas cadeias de valor de produtos agrícolas e alimentos – significativamente abaixo de Gana, por exemplo. A maior parte do comércio brasileiro no setor é bilateral.

Conforme a FAO, participar das cadeias globais de valor permite a pequenos produtores reforçar sua produção e sua renda. Na média, e no curto prazo, um aumento de 10% nas cadeias de valor agrícolas poderá resultar em uma alta de 1,2% na produtividade do trabalho graças à difusão melhorada de tecnologias e conhecimento.

Um risco, contudo, é a emergência de cadeias globais de valor com requerimentos rígidos de qualidade dos alimentos e de segurança acabar por marginalizar pequenos produtores. A FAO destaca também a utilização de tecnologias digitais, que podem ajudar os mercados agrícolas a funcionar melhor.

Fonte: Valor Econômico.

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