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Fala Carlão: Pecuaristas falam sobre a pecuária que vem por aí

O Carlão da Publique, do programa Fala Carlão! participou do evento Encontro Estratégico BeefPoint: Pecuária no Longo Prazo, realizado em março desse ano. O evento faz parte do Aliança AgroTalento, que é um grupo de mastermind, e reuniu diversos profissionais da pecuária para discutir o tema: pecuária de longo prazo.

Durante o evento Carlão entrevistou uma série de participantes, entre eles, Antonio Chaker El-Memari, da Inttegra – Instituto de Métricas Agropecuárias.

“A principal mensagem é que a gestão de uma fazenda precisa levar em consideração cinco dimensões: dominar finanças, dominar operação, conseguir inspirar pessoas, fazer uma gestão funcional, ou seja, trabalhar para bater metas, e, por último, criar uma cultura organizacional, ou seja, fazer um jeito que o modelo de negócios da fazenda funcione sem o dono.”

“A principal mensagem é que a gestão de uma fazenda precisa levar em consideração cinco dimensões: dominar finanças, dominar a operação, conseguir inspirar pessoas, fazer com que a gestão funcione, e criar uma cultura organizacional.” (Antonio Chaker El-Memari)

Em seguida, ele entrevistou Leonardo Alencar, do frigorífico Minerva.

“Vale lembrar que a gente trabalha em um setor carente de informações e acaba tendo muita simetria, decisões tomadas com muito pouca informação, muito superficial. A gente sempre focou muito em ter sistemas, ter informações, todas disponíveis no mercado, e ter pessoas preparadas para analisar aquelas informações e para consumir aquelas informações para poder tomar a melhor decisão possível no mercado.”

“Então, a gente busca dados públicos, a gente tem pesquisas nossas. Quanto mais informação, melhor para poder tomar melhores decisões, mais rápidas, inclusive, e também para treinar o pessoal para tomar a melhor decisão possível. Esse tem sido nosso trabalho no Minerva.”

“Esse é um modelo, essa gestão de risco, que veio de fora, dos EUA, que têm muito mais informação, é muito mais transparente, de empresas que têm bastante essa gestão de risco, um CEO que vem com essa experiência pessoal dele, trouxe isso lá nos primórdios da empresa. A empresa sempre teve foco no mercado futuro, por exemplo, e isso exigia que tivesse uma área de informações, análise de mercado.”

“Quanto mais informação, melhor para poder tomar melhores decisões, mais rápidas, inclusive, e também para treinar o pessoal para tomar a melhor decisão possível. Esse tem sido nosso trabalho no Minerva.” (Leonardo Alencar)

O próximo entrevistado foi Fernão Villela Zancaner.

“A pecuária tem um futuro muito grande e a gente acha que tecnificar e ter gestão é o futuro da lucratividade e da atividade.”

Sobre a pecuária estar dando mais lucro que cana de açúcar, “quando a gente pensa na margem, a margem da pecuária é maior do que a margem de cana. Então, o que está faltando em pecuária é aumentar o investimento, para poder ter uma rentabilidade maior por hectare.”

“A margem da pecuária é maior que a margem da cana, então, o que está faltando na pecuária é aumentar o investimento, para poder ter uma rentabilidade maior por hectare.” (Fernão Villela Zancaner)

Em seguida, Carlão entrevistou o professor Pedro de Felício.

Quando questionado em que estágio estamos com a carne brasileira hoje, o professor disse: “É difícil falar em estágio hoje, porque depende do aspecto que você considera. Acho que se é a pecuária de zebu, de gado zebu indiano, nós estamos em um nível muito bom, mas precisava generalizar, precisava ser para todo mundo. Toda pecuária precisava comprar touro ou sêmen que melhorasse os rebanhos, porque tem muita gente que acaba usando touro piorador, ao invés de melhorador. Para você ter essa pecuária estendida para todo o Brasil. Mas acho que falta um pouco de extensão rural.”

Quando Carlão afirma que a nutrição é mal feita em mais de 50% do rebanho, o professor diz que “o pessoal usa o pasto e, na época que não tem pasto, deixa perder peso. Mas onde você vê que tem uma grande evolução e, mesmo assim, em média está evoluindo muito, é justamente porque está unindo genética, com manejo e alimentação.”

“Acho que na pecuária de zebu indiano estamos em um nível muito bom, mas precisava generalizar, ser para todo mundo. Toda a pecuária precisava comprar touro, sêmen, que melhorasse os rebanhos. Acho que falta um pouco do trabalho de extensão rural”. (Pedro de Felício).

Em seguida, Carlão entrevistou Rogério Goulart.

“A ideia é pensar fora da caixa. A gente fica muito preso dentro da fazenda e esquece de pensar um pouco fora. A ideia é essa: vamos pensar coisas fora da fazenda que impactam no negócio. A gente não pode negar a tecnologia, ela já existe. A carne artificial, produzida em laboratório, nos EUA, ja é realidade, já é vendida no Whole Foods, como hambúrguer, como nuggets. Então, o americano já come carne artificial com sabor de frango, de carne bovina, então, quer dizer, já não é mais futuro, é a realidade. Acredito que vai ter impacto na nossa realidade, sim, dentro de 10, 15 anos, e está tudo andando tão rápido. Acredito que tem que ficar de olho nisso.”

“A carne artificial, produzida em laboratório, nos EUA, ja é realidade, já é vendida no Whole Foods, como hambúrguer, como nuggets. ]Acredito que vai ter impacto na nossa realidade, sim, dentro de 10, 15 anos, e está tudo andando tão rápido. Acredito que tem que ficar de olho nisso.” (Rogério Goulart)

Carlão entrevistou o empresário e pecuarista Rodrigo Bonilha Botelho, de Mato Grosso do Sul.

“[O evento] é enriquecedor de forma imensurável. A gente sai transbordando de informação, é uma partilha de dupla via. É algo que a gente sai renovado e estimulado a sair da zona de conforto e fazer diferente.”

“A gente sai transbordando de informação e estimulado a sair da zona de conforto e fazer diferente.” (Rodrigo Bonilha Botelho)

Carlão entrevistou o CEO do BeefPoint e do AgroTalento, Miguel Cavalcanti.

Sobre essas tendências para o futuro, como carne artificial, soja produzida em laboratório, “acredito que a gente tem que estar de olho aberto para tecnologias, mudanças de comportamento e grandes mudanças que estão acontecendo na sociedade que parecem longe demais. A gente não é acostumado a perceber esse tipo de tendência, de mudança, na velocidade em que ela acontece, porque ela começa devagar e depois dá um chicote. Isso aconteceu com muitos setores da economia, com música, com hotel, com táxi, com software, com muitos negócios e quem estava no setor não conseguiu prever”, disse ele.

“Ao mesmo tempo, que isso não pode ser uma fonte de nervosismo que piora nossa capacidade de decisão. A gente precisa isolar isso e fazer as coisas que precisa fazer. Hoje, 70% do tempo aqui foi sobre processo, negócio e gente.”

“Acredito que a gente tem que estar de olho aberto para tecnologias, mudanças de comportamento e grandes mudanças que estão acontecendo na sociedade que parecem longe demais. Ao mesmo tempo, que isso não pode ser uma fonte de nervosismo que piora nossa capacidade de decisão.” (Miguel Cavalcanti)

 

Fonte: Programa Fala Carlão!, adaptado pela Equipe BeefPoint.

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