Mercados Futuros – 26/12/07
26 de dezembro de 2007
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28 de dezembro de 2007

Exportadores para a UE começam a ser escolhidos

O Ministério da Agricultura (Mapa) começa a definir, hoje, os critérios para a escolha dos 300 produtores de bovinos brasileiros que estarão aptos a exportar à União Européia em 2008.

Reportagem do jornal Correio do Povo informou que o Ministério da Agricultura (Mapa) começa a definir, hoje, os critérios para a escolha dos 300 produtores de bovinos brasileiros que estarão aptos a exportar à União Européia em 2008.

Apesar do superintendente do Mapa/RS, Francisco Signor, lutar para incluir o maior número de gaúchos na lista, apenas 400 mil das 13 milhões de cabeças do RS estão no novo Sisbov. “Essa é uma situação excludente”, admitiu.

Outra preocupação dele é quanto à utilização do critério da quantidade, que penalizaria pequenas e médias propriedades. “São produtores que lidam com genética muito superior. Só que a tendência é que sejam priorizados os grandes empreendimentos como os do Centro-Oeste”, comentou.

O responsável pelo Sisbov no Rio Grande do Sul, Roberto Schroder, explicou que a partir do dia 1º de janeiro todas as propriedades exportadoras terão que ter o certificado Eras. Caso a solicitação seja feita após 31 de dezembro, os animais terão que passar 90 dias dentro da propriedade antes de serem enviados aos frigoríficos com destino à União Européia. “É como se estivessem sendo incluídos de novo”, disse.

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  1. José Leonardo Montes disse:

    E o que vai ser de quem não for escolhido para exportar para a União Européia, vejo nesse caminho uma turbulência sem meio de resolver, pois seria injusto fazer com que os produtores aderissem ao novo sisbov e ficassem de fora, ninguém sabe o que faz mais.

  2. Otavio Cesar Bucci disse:

    Isto é uma barbaridade, o Mapa não deveria aceitar isto.

    Vamos ver agora aqueles que disseram que o Sisbov estava morto como vão se posicionar? Ou será que vão querer estar entre os escolhidos?

  3. Osvaldo Del Grossi disse:

    A polêmica do Sisbov, provocou ira na maioria das pessoas que relacionaram cartas (68 até hoje) no artigo “Porque não vou aderir ao novo Sisbov”, do Sr. Humberto Tavares.

    Eu particularmente aderi na última hora porque tenho cria, recria e engorda e meus animais estão todos brincados.

    Mas se continuarem com este tal formulario “B”… e eu vendendo meus animais ao mesmo preço que os não rastreados, desisto.

    Estou vendo que os europeus terão que produzir carne sintética.

    E pra finalizar, esta proteção para os grandes empreendimentos foi a gota d´água.

  4. Perinácio Saylon de Andrade Lima disse:

    Esta é mais uma “guerra de mercado”, disfarçada de barreira fitossanitária, a que o Governo Federal se rendeu, sacrificando, no altar da insensatez, os milhares de pequenos e médios produtores.

    O risco que se corre é matar a “galinha dos ovos de ouro” – os produtores – que não suportam mais os pesados encargos e invenções sem a devida cobertura de custos. Pimenta no olho do outro é refresco!

  5. Ernesto Coser Netto disse:

    O que todos tem que ter em mente, é que não receberão nada a mais por seu boi rastreado. Claro, se a oferta deste produto for maior que a procura.

    E somente esta regra é quem regula o mercado, toda empresa tem por objetivo lucrar. A fazenda, o frigorifico, a padadaria, a usina,etc. Tentando comprar (ou produzir) o mais mais barato possivel e vender o mais caro possivel.

    Rastreabilidade é um certificado de qualidade, não é para todos, é para quem tem condições de se qualificar. Rastreabilidade é passaporte de carne, nem todo mundo tem condição de ter um passaporte.

    Concluindo, logo entendemos que rastreabildade só vai pagar a mais, quando faltar este animal rastreado. E portanto ao invés de torcermos para facilitar a rastreabilidade, temos que pedir, para que cada vez ela fique mais rígida. Pois assim, os que conseguirem se adequar, terão maiores garantias de receber algo a mais pelo seu animal rastreado.

  6. Fabio Salinet disse:

    Como pode ser?

    Rastreei minha propriedade para entrar no ERAS e realmente entrei ao ERAS mais pobre, pensando que iria ganhar um pouquinho, e com certeza não vou habilitar minha propriedade para Eurepgap ou outro, pois produzo por ano somente 400 cabeças e não vou ser escolhido pelo MAPA para vender aos europeus que vão passar fome, pois quero ver de onde irão comprar carne barata para comer.

  7. William J A P Sousa disse:

    Espero que este problema seja resolvido o mais breve, pois está causando mais alarde que propriamente resultados práticos.

    Bom fim de ano.

  8. Otavio Cesar Bucci disse:

    Acho que perdido por um, perdido por mil.

    O governo deveria tomar uma atitude drástica com esta situação, pois certificar a pecuária tudo bem, sou a favor, mas isto está passando do limite, e a carne inglesa com aftosa, isto a União Européia não está vendo.

    Sou a favor da certificaçao porque é um ganho de qualidade e é uma ferramenta de gestão para os pecuaristas que sabem produzir, e não é nenhum bicho de sete cabeças para estes pecuaristas, mas selecionar propriedades é um absurdo.

    Vou ficar de olho para ver se as fazendas do pessoal que mete o pau no Sisbov vai estar entre as selecionadas.

  9. Luiz Fernando Azambuja Jr. disse:

    Nós pecuaristas devíamos olhar mais para o mercado internacional e não só para a “cerca do fundo”, a seca, o carrapato, existe toda uma complexidade envolvendo o nosso agronegócio.

    Nosso problema não está “dentro da fazenda”, tá lá fora. O que vai acontecer com o mercado de carne no Brasil? Vai sobrar carne? O preço do boi irá despencar?

    Nada disso foi analizado quando se desprezou o Sisbov, muitos até o boicotaram. O cliente é que escolhe o que quer comprar, o mercado brasileiro não tem pedigree de impor nada. Até porque nossa carne não tem valor agregado (ainda não tiveram a idéia de contratar um Marketeiro para “mostrar” a nossa carne verdadeira na Europa).

    Se perdermos parte do mercado europeu, quem irá absorver o maior rebanho mundial. Alguém encomendou uma pesquisa nestes moldes? Não!

    Estamos mal representados !

  10. Marcio Cristiano Aparecido da Rocha disse:

    Duas perguntas me intrigam: quais os critérios que serão utilizados para esta seleção e de onde os europeus tirarão o resto da carne que consomem?

  11. Humberto de Freitas Tavares disse:

    O deputado Ronaldo Caiado mostrou em 13 de dezembro que apenas 3,6% de nossa carne precisa efetivamente da rastreabilidade nos moldes definidos pelo Sisbov. Esta carne pode ser facilmente direcionada para outros mercados.

    O terrorismo com números não vai mais afetar os pecuaristas bem informados.

    Para quem tem dúvidas, segue o link com a gravação da audiência publica na Câmara Federal

    http://imagem.camara.gov.br/internet/audio/Resultado.asp?txtCodigo=00011351

    Segue também a transcrição de parte da intervenção do deputado.

    “(..) Não vamos deixar nada debaixo do tapete. Custe o que custar. Vamos lancetar o tumor, vamos oxigenar, vamos criar um clima de assepsia, porque o que está montado é uma farsa. O sistema é uma farsa. O sistema é uma fraude. Essa é a realidade. Vejam os senhores. Vejam bem. E aí nós vamos ter que interrogar duramente o Ministério da Agricultura. Qual é a função do Ministério da Agricultura? Tem que ser duramente interrogada aqui. Vejam bem. Dados oficiais. O consumo interno… o brasileiro consome 6,507 milhões de toneladas de equivalente-carcaça por ano. Os brasileiros. Nós exportamos 2, 1 milhões de toneladas de equivalente-carcaça por ano. A União Européia importa 528 mil toneladas de equivalente-carcaça por ano. Menos de 10% do que nós consumimos internamente. Mas desses 528 mil, 208 mil são industrializadas. Então não precisam de rastreabilidade. É carne cozida. In natura (eles importam) 328 mil toneladas. Isso significa… o que é que a União Européia importa? Apenas 3,6% da produção nacional. Agora, me disse o dr. Nelmon (chefe do DIPOA, n.t.), os outros países também promovem importação se nós estivermos cumprindo as mesmas regras da União Européia. História da carochinha, doutor. Vou contar a V. Exa., sabemos muito bem a verdade. Rastreabilidade não garante controle sanitário (…)”

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