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Exportação de gado em pé: problema ou oportunidade?

De tempos em tempos surge aqui no BeefPoint a discussão sobre os benefícios ou prejuízos da exportação de gado vivo para o Brasil. Desta forma separei alguns dados que nos ajudam a entender um pouco como está a evolução deste tipo de negociação, bastante criticada por uns e elogiada por outros, mas que com certeza veio para ficar e deve ser acompanhada de perto.

Esta semana noticiamos o agendamento de um embarque de animais vivos do Pará para o Egito. São 16 mil animais que serão embarcados no porto de Vila do Conde em um navio da empresa australiana Wellard. “Os negócios que resultam em benefício para os produtores do Pará são bem vindos e têm todo o apoio do governo”, garantiu o secretário de Estado de Agricultura Hildegardo Nunes.

De tempos em tempos surge aqui no BeefPoint a discussão sobre os benefícios ou prejuízos da exportação de gado vivo para o Brasil.

Na maioria das vezes produtores avaliam que esta é uma boa oportunidade, já que ajuda no escoamento da produção e o navio se apresenta como mais um concorrente no mercado. Este pensamento pode ser encontrado em comentários como o do José Manuel de Mesquita: “Ainda bem que não conseguiram bloquear este tipo de operação, apesar de terem tentado. Atualmente é a única forma de escapar dos grandes “monopólios de abate”. Que tal tipo de comercialização seja incentivado, protegido e difundido, quem sabe assim as coisas mudam por aqui”.

Por outro lado, existem muitos que pensam diferente, essas opiniões convergem para a questão do bom desenvolvimento do setor. Os argumentos são que esta modalidade de exportação traz poucos ganhos para o setor e para o Brasil, já que gera empregos em outros países e couro e miúdos também são processados no exterior.

Desta forma separei alguns dados que nos ajudam a entender um pouco como está a evolução deste tipo de negociação, bastante criticada por uns e elogiada por outros, mas que com certeza veio para ficar e deve ser acompanhada de perto.

Se fizermos uma comparação com o número de animais abatidos do IBGE ( janeiro a setembro), temos que o volume de gado exportado vivo ainda é pequeno e representa algo em torno de 2% ou 3% de tudo o que foi abatido no Brasil durante os 3 primeiros trimestres de 2010 (22.055.512 de cabeças). Mas o crescimento deste tipo de operação tem sido interessante – em 2010 o volume cresceu 24%.

Vale lembrar que até o momento a influência da exportação de boi em pé tem sido bastante regional, com a maioria dos embarques acontecendo no Pará. O que temos que avaliar é se esse crescimento é uma tendência, apenas um pequeno nicho de mercado ou uma oportunidade momentânea.

Gráfico 1. Exportações brasileiras de gado em pé

Gráfico 2. Evolução das exportações de gado em pé em 2010

Gráfico 3. Origem das exportações de gado em pé em 2010

Gráfico 4. Destino das exportações brasileiras de bovinos vivos em 2010

28 Comments

  1. Marcio Dolewczynski de Araujo disse:

    Caro André,
    Muito oportuno esse seu comentário.
    A exportação de gado em pé é a salvação da pecuária paraense.
    Só para exemplificar, nas ultimas duas semanas, quando houve a mudança na taxa de câmbio na Venezuela, o preço da arroba no Sul/Sudeste do Pará despencou. De aproximadamente R$ 90,00/@ do boi antes da mudança, os frigorificos agora só ofertam R$ 82,00 pelo produto e, pasmem, R$ 80,00 pela vaca.
    Por isso, quando se fala em bloquear as exportações de gado vivo paraense todo o setor produtivo deve se posicionar. Que esse crescimento seja vigoroso e duradouro pois o nosso produto tem todas as caracteristicas necessárias para concorrer na Venezuela, no Líbano ou no Egito.
    Saudações.

  2. ANTENOR DE AMORIM NOGUEIRA disse:

    Caro André,

    Esta discução já foi parar até no Congresso Nacional, aonde este assunto foi amplamente debatido, e onde todos os interessados puderam fazer suas colocações.

    Eu como Presidente do Forúm Nacional de Pecuária de Corte da CNA, fiz parte desta discução, a convite da comissão de Agricultura da Câmara e naquela opurtunidade fiz a seguinte declaração:

    “Se as indústrias frigoríficas do Estado do Pará, são os maiores interessados na proibição da exportação de animais em pé, porque eles não pagam ao produtor o que o importador esta pagando? É só pagar o preço justo que o produtor não vai exportar. Outra coisa, esta proibição seria uma interferência do Estado num assunto privado, fazendo que se formasse uma reserva de mercado”.

    Sendo assim a CNA está atenta e preparada para defender o produtor em qualquer situação.

    Abraço
    Antenor Nogueira

  3. Erik Stein Bernardes disse:

    Caro André, como vai?
    Acho muito interessante e oportuna a discussão sobre a exportação de gado em pé, principalmente com o volume crescendo a taxas altas, como relatado em seu texto.

    Entretanto, apesar de considerar a concorrência um fator fundamental para o bom andamento de qualquer mercado, penso que as viagens que o gado enfrenta vivo ao ser exportado de navio são um tanto cruéis e ferem conceitos de bem-estar animal, o que não foi sequer citado no artigo.

    Qual sua opinião sobre isso?

    Abraços,

    Erik Bernardes

  4. Ronaldo Zechlinski de Oliveira disse:

    A exportação de gado em pé é um direito do produtor de vender a quem melhor paga. A velha e tradicional “Lei da oferta e da procura”, não está escrita ou regulamentada ,porém todos obedecem.
    Uma visão errada é que o frigrorifico não ganha ou gera impostos e trabalho, por este motivo exportar gado em pé seria desfavorável a ecomonia de setor.
    Porém é evidente que o segimento portuário também gera recursos, uma coisa compensa a outra.
    Aqui em Rio Grande -RS uma batalhão de pessoas são envolvidas (e lucram) com a exportação de gado em pé.
    Circula dinheiro e oxigena a ecomonia da cidade.
    Que sejam benvindos os navios.

  5. Rafael Henrique Ruzzon Scarpetta disse:

    Considero a exportação de gado em pe, uma exelente oportunidade para desenvolvimento da região, vamos comparar a exportação com a compra de gado do Acre e de Minas para venda em regiões de maior valor dos bezerros, muita gente ganhou dinheiro com isso, enquanto valia a pena trazer gado de longe, e isso foi fazendo o gado da região se valorizar cada vez mais. E eh o que vai acontecer com o gado brasileiro, os importadores comprarão, o gado vai subindo de preço, ate valorizar a ponto de ficar inviável comprar em pe, para nos produtores eh exelente, pois eh o que queremos, a valorização cada vez maior do nosso produto.

  6. Aloisio Otávio C. de Brito disse:

    Eu queria entender se o número total de cabeças exportadas apresentado foi transportada através do modal fluvial e se este número esta composto de animais para abate em sua totalidade ou existem um percentual de cabeças que foram exportadas para recomposição de rebanho ou para melhoramento genético? Porque é importante analisar que 92% do volume exportado foi para a Venezuela, a qual está muito próxima de nossas fronteiras e isso poderia alterar interpretações econômicas quanto o custo benefício do tipo de modal logístico utilizado, já que o valor agregado de um animal para criação poderia ser diferente de um animal para abate. Portanto, essas questões poderiam influenciar nas expectativas e previsões de estabilidade nesse tipo de modalidade de comércio. Desculpe pela minha interpretação, mas posso não ter compreendido o texto ou estar pouco informado sobre esses assuntos. Obrigado pelo texto apresentado e possíveis esclarecimentos.

  7. Aloisio Otávio C. de Brito disse:

    Se os 92% do total exportado para a Venezuela for para aumentar crescimento do rebanho daquele País, no futuro ele poderá se tornar um concorrente e não um consumidor em potencial, e isso influenciaria nas expectativas da estabilidade desse tipo de mercado na região do Pará.

  8. Maurício Pompéia Fraga Filho disse:

    Mauricio Pompéia Fraga, Fazenda Porangaí, Xinguara, Estado do Pará.

    André,
    O argumento dos frigoríficos, e só deles, de que a exportação de gado em pé deve ser proibida, por inibir a criação de empregos é, no mínimo, ridícula e indica a inexistência de um argumento convincente, pois a pecuária gera milhares de empregos a mais que a induatria frigorífica, razão pela qual não devemos criar reserva de mercado para a industria.
    Por analógia não deveriamos exportar os minérios de Carajas, mas sómente produtos industrializados já prontos para o consumo, como automóveis, geladeiras etc…. etc…

    Abraços

  9. André Camargo disse:

    Olá Erik Stein Bernardes,

    Realmente a questão de bem-estar animal é muito importante quando se trata de exportação de animais vivos e é bastante discutida, principalmente em países que tradicionalmente realizam este tipo de operação, e este também é um dos argumentos dos que são contra a exportação de gado em pé. Sinceramente acredito que não deve ser uma viagem das mais agradáveis.

    mas estes conceitos vem sendo trabalhados e estudados para adotar técnicas que diminuam o estresse dos animais durante o transporte. Até mesmo porque a finalidade da operação é o abate dos animais no destino, assim ninguém gostaria que a taxa de mortalidade aumentasse ou que os animais perdessem muito peso.

    Não conheço as intalações do navio, mas já ouvi de pessoas que trabalham na exportação que os animais são muito bem tratados e alguns até chegam a engordar durante a viagem.

    Forte abraço,

    André Camargo

  10. André Camargo disse:

    Olá Aloisio Otávio C. de Brito,

    suas colocações fazem todo o sentido. Este números se referem à exportação via marítima e a grande maioria dos animais é destinada ao abate.

    Na Venezuela, principal importador, a produção pecuária não consegue atender a demanda por carne da população, por isso o grande volume de importação. Apesar disso mundança na taxa cambial do país tem influenciado essas operações e já começam a surtir efeitos.

  11. Humberto de Freitas Tavares disse:

    O Erik está correto, e o Brasil precisa ser proativo nesta questão.

    Um bom ponto de partida seriam normas como as da Australia:

    Version 2.2 Australian Standards for the Export of Livestock
    http://www.daff.gov.au/animal-plant-health/welfare/export-trade/v2-1

    Com a palavra o prof. Mateus Paranhos.

  12. LEONARDO SAMPAIO VIEIRA disse:

    Boa tarde, André!!

    Obrigado por colocar este artigo!!
    Fiz o comentario no artigo de ontem por que estou vivendo essa realidade aqui em nossa região! Fiz parte da compra de animais que a empresa Wellard esta levando para o Egito. Está bem claro que o unico interessado em barrar o mercado do boi em pé são as industrias frigorificas, por que sempre foram acostumados a trabalharem sem concorrencia, massacrando historicamente o produtor. Tenho um exemplo simples; enquanto estavamos comprando animais para exportação, a @ do boi estava em torno de R$ 87,00 aqui em Altamira-PA, quando encerramos a compra, a @ despencou para R$ 77,00 mesmo com a oferta em baixa. Então, considero que a solução da pecuaria paraense é esta oportunidade de mercado!!

    Abraço!

  13. Fabio Martins Guerra Nunes Dias disse:

    Decidimos que vamos viver em uma sociedade de livre mercado, assim não tem o que restringir. Qualquer medida neste sentido criará reservas de mercado e todos sabemos que estas proteções, ainda que temporárias, não são o correto incentivo para o mercado se desenvolver.

    Se o importador pode pagar mais vamos vender para quem paga mais. Mantendo atencao sobre os desafios ambientais (no porto) e de bem estar animal (na viagem). Mas nunca restringindo o direito dos produtores de exportar seus produtos.

    Se for diferente disso teremos de discutir a possibilidade de restringir exportacoes de soja, algodão, milho e até de minério. Certamente isso não é razoável.

    Finalmente sugiro discutirmos urgente os tributos sobre exportacao de couros. Essa aberração (tributação exportação) cria reserva de mercado para os processadores de couro brasileiros, transferindo renda diretamente dos pecuaristas para a industria de couros. Isso não funciona.

  14. MURILLO FERREIRA disse:

    Olá André,

    Muito interessante sua matéria. Mas notei que você não tocou no melhor da venda do gado em pé. A diferença de preço paga pelo “navio” e pelos frigoríficos não é grande, o grande diferencial é o gado ser pesado na fazenda e com um bom rendimento. Todos nós produtores sabemos o quanto sofremos com a falta de rendimento de nossas boiadas nas balanças dos frigoríficos. Chegando a ter que pagar pessoas para vigiarem o abate e no caso de Goiás até pagar uma balança da FAEG. Isso é um absurdo, ter que pagar para não ser lesado. Penso que todo o comércio de gado bovino para abate deveria ser em cima do peso da fazenda(peso vivo). Dessa forma teríamos uma relação mais transparente.

    Abraços

  15. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezado André,

    Pois é… impressionante como surgem argumentos “contra qualquer” coisa que beneficie o já combalido criador… Transporte prejudicial ao “Bem-estar-animal”… Isso não é problema de quem vende, e sim de quem compra, e da eventual autoridade sanitária do país exportador/importador…

    Ao aparecer para o criador, a oportunidade de comercializar seus produtos com novos mercados, os “monopólios de abate” sempre encontram vozes dispostas a defender a reserva de “seu mercado”…

    Afinal somente os criadores tem obrigações com o País… e dentre elas encontram-se as de:

    1 – Fornecer animais para abate nas plantas dos Monopólios, afinal eles dão empregos e, em contrapartida, somente eles (monopólios) se sentem no direito de exportar algum produto.

    2 – Prover os Curtumes com bons couros, que em sua grande maioria serão exportados… sem que tenham ganho algum pela entrega de tal produto…

    3 – Fornecer animais controlados, conviver com a insanidade do tal “sisbov”, garantir a sanidade necessária para atender aos requisitos dos exportadores… Novamente sem a contrapartida do “justo pagamento” pelo produto entregue.

    4 – Aceitar passivamente que investimentos sejam realizados no exterior com recursos do BNDES, onde são garantidos a continuidade de empresas e empregos estrangeiros… sem que tenham as mesmas possibilidade de obtenção de tais empréstimos em igualdade de condições.

    5 – Aprender de uma vez por todas, que a atividade de produzir animais, não tem custo algum… a natureza se encarrega disso, não é necessário contratar trabalhadores, comprar maquinas, implementos, medicamentos e minerais para o manejo do Rebanho… Forragem? A natureza também se encarrega disso, limpando a terra, tombando, gradeando, semeando, fazendo cercas, currais etc… Aprender ainda que, nada do que possa fazer movimenta a economia… Afinal, riqueza válida somente é a gerada pelo “Monopólio de Abate” e seus refinados apadrinhados intelectuais.

    6 -Entender ainda que: manda quem pode, e obedece quem tem juízo… Afinal, o tamanho do esquema que está sendo montado há algum tempo, por grupos de grande poder político e econômico, não deixa margem para contestações… Desejam ser os Reis da Proteína Animal no planeta, não importando, quantos criadores ficarão pelo caminho… Enquanto isso eles e seus discípulos, continuarão a freqüentar as “Bocas Livres” em Bruxelas ou vizinhança… sempre brindando ao sabor de um bom vinho “Valduga Reserva Especial”.

    E nós simples mortais, insistindo com essa bobagem democrática de querer escolher a quem vender o fruto de nosso próprio trabalho…

  16. Igor Vaz disse:

    É a mesma coisa que alguns “desentendido” do assunto contestanto a exportaçao de grão não-beneficiados ao invés de oleo de soja e farelo pois não agrega valor. Se o mercado quer comprar gado em pé então vamos vender gado em pé. Se busca carne processada, vendemos também. Nao podemos ter uma idéia fixa e pensamento unilateral tratando-se de oportunidades de negócios. A exportação de gado em pé só tende a trazer beneficios pois teoricamente forçaria o frigorifico a pagar melhor pelo animal.

  17. Taulni Francisco Santos da Rosa disse:

    Este é um assunto muito polêmico, pois, se levarmos em conta a visão de cadeia, não agregar valor a um produto, faz com que menos empregos sejam gerados aqui no Brasil. Gerando menos empregos, o consumo diminui. Outro item que chamo a atenção é: Os importadores de gado vivo vão conseguir absorver toda a produção se não houver frigorífico para abater? Essa é uma eterna queda de braço que sempre quem acaba perdendo é o elo mais fraco da cadeia.

    Precisamos aprender a pensar em cadeia, quantos empregos o “navio” gera no Brasil? Quanto paga de impostos? Pensando em cadeia o produtor deve sentar com as indústrias, fixar seu custo de produção e negociar o melhor valor para a @.

    Aqui no RS o “navio” como popularmente é chamado o gado vendido para exportação, prega que: Os animais devem ser inteiros e possuírem 300 kg vivo, aí eles compram por 3 meses, depois mudam querem castrados com 400Kg, e os produtores vão ficando com os animais e acabam vendendo por pouco mais que nada.

    Mas bem, como disse no início esse é um assunto muito polêmico, precisamos nos UNIR e trabalhar para manter CADEIA FORTE.

  18. JOÃO AUGUSTO DE AVELAR disse:

    Esse tipo de venda poderá atrair outros paises, principalmente aqueles, onde a religião afeta o modo de abater os animais. Assim, a exportação de animais vivos, hoje restrita a 4 paises, poderá atrair outros. Além disso, esse sistema está mostrando a preocupação que o Brasil está tendo no que diz respeito os aspectos sanitários e a qualidade de nosso rebanho. O melhor propagandista de um produto ou serviço é o comprador.
    Abraços, João Avelar

  19. Daisy Maria Macedo Sasaki Homrich disse:

    Srs. criadores e profissionais relacionados ao tema, a importância da peocupação com o BEA (Bem Estar Animal) vem crescendo em níveis consideráveis em todo o mundo.
    Creio que se o produtor brasileiro continuar fechando os olhos para esse fato, em breve perderão mais mercado, aumentando o prejuízo.
    Quem não estiver disposto a considerar o animal como um ser senciente, aconselho plantar soja ou outro vegetal.

  20. renato morbin disse:

    A discussão é antiga, eu mesmo ja debati sobre isso a tempos atrás.
    ( https://beefpoint.com.br/?noticiaID=44693&actA=7&areaID=15&secaoID=166 ).
    As perguntas são simples:
    1-É justo uma empresa que investe muitos milhões de reais na construção de uma planta frigorífico e da emprego centenas de pessoas e paga alguns milhões em impostos concorrer com alguém que tem subsídios, isto é não paga um centavo de impostos ? Porque não se cria uma taxa de exportação baseada nos encargos internos para que assim haja uma competição igual ?
    2- É mais interessante para o Brasil, ou mesmo para o estado do Para exportar o boi vivo e perder além dos empregos gerados (diretos e indiretos) os impostos, o couro, miúdos e com ele toda a cadeia produtiva (curtumes, setor calçadista, etc) ? Não seria mais interessante para o estado trocar o subsídio dado a impostos na exportação do boi em pé por um incentivo a instalação de um polo de indústrias calçadistas e de produtos de origem animal ? Fazendo uma comparação, é mais interessante exportar commodities ou produtos manufaturados e processados ?
    A discussão é antiga, cada um tenta puxar a sardinha para a sua brasa, mas o triste é que continua o sentimento de inimizade entre os frigoríficos e os pecuaristas e ai todos perdem.
    Vejo sempre uma grande maioria de pecuaristas comentarem alguns artigos e citarem o JBS como JBNDS. ainda bem que ele, Marfrig, Minerva e tantos outros existem.
    Acho que este é um sentimento errado e que todos temos que torcer para toda a cadeia ser forte, desde o criador, recriador, invernista e frigoríficos.
    Para os que tem boa memória, é só voltar a 20 anos atras e lembrar que no Para praticamente não haviam frigoríficos e os seus bois só podiam ser abatidos em outros estados, tendo as vezes que fazer viagens de 2000 km até Goias.
    E vamos ao debate….só pedimos igualdade de condições.

  21. João Inácio Marques da Silva disse:

    E quando a indústria trazia gado em pé do Uruguai para abater no RS em 2009??
    Isso ninguém se lembra??

  22. EDUARDO PICCOLI MACHADO disse:

    Realmente são dois pesos e duas medidas. Quando o pecuarista vende para a exportação em pé, os frigoríficos reclamam. Mas quando o boi está mais barato no Uruguay que no RS, os frigoríficos importam e forçam a baixa.
    Quando eles compram o boi no Uruguay é a peso vivo. E os fazendeiros de lá adoram. Do lado de cá da fronteira só querem comprar somente a rendimento. E nós choramos.
    A exportação de gado em pé ainda vai gerar muitos debates. Niguém está na atividade para perder ou fazer caridade
    Sou da opinião de que precisamos de uma indústria forte, mas forte não quer dizer grande, nem monopolizada. Precisamos é de regras claras e transparentes na comercialização, que enquanto não houverem cada um vai procurar o que melhor convém.

  23. DIRCEU REMOR disse:

    Para o pecuarista do Para o boi do navio como comentamos aqui foi o que deichou os preços mais atraentes com uma diferença de Sao Paulo de dez reais por aroba sem o boi do navio ficamos na mão dos frigoricos não que falte boi para os frigorificos tem boi para todos temos que procurar o que é melhor e o melhor no momento sem dúvida é boi vivo está vendendo o boi na balança .

  24. Rodrigo Ferreira da Silva disse:

    Na minha opinião o mercado se auto ajusta, ou seja certamente haverá uma queda na renda das idustrias frigoríficas e consequentemente desemprego, porém enquanto produtores devemos democratizar as vendas para manter as duas oportunidades de venda e não focar tanto na exportação de vivos a ponto de liquidar com as industrias frigoríficas, pois desta forma acabaremos com a concorrência e o comprador novamente ditará os preços.
    Portanto devemos diminuir mas não sessar as vendas as industrias frigoríficas dando a elas a oportunidade de ser ajustada pelo mercado.

    Porém esta é uma preocupação a curto prazo. E a longo prazo será que não devemos nos preocuparmo?????? Será que não estamos dando munição para um futuro concorrente em potencial no mercado internacional de carnes????????????Uma vez que este gado poderá ser mutiplicado em terras estrangeiras.
    Penso que o governo deve criar medidas protecionistas, como a exportação só de machos e fêmeas castrados. Isto é exportar somente produtos acabados.

  25. Clayton Carneiro Carvalho disse:

    A exportação de gaso em pé x frigoríficos é polêmico, entretanto na minha opinião este processo não é um problema, é uma oportunidade, como a maioria dos colegas postaram. participei desde o inicio das exportções, quando o Libano era o principal importador e naquela época a @ passava de 35,00 R$ para os 45,00 R$ em seis meses, logo depois veio a venezuela com acordos bilaterais com o Brasil para importação de gado para amenizar a demanda por esta proteína naquele pais. A partir dai a valorização da @ teve um crescimento exponencial alcançando os patamares atuais. A venezuela mesmo importando gado em pé também importa carne bovina congelada.

    com relação ao bem-estar dos bovinos exportados, tive a oportunidade de prestar serviços a algumas exportadoras de boi em pé e acompanhar os animais durante viagens nos navios e posso assegurar que o manejo pré-embarque é o fator que mais influencia o estado de stress dos animais, independentemente que sejam bois para abate imediato, vacas e novilhas girolando ou vacas e novilhas bubalinas para recria e reprodução. Já no navio raramente a mortalidade excede os 1% do total de animais embarcados em cada navio, pois o interesse é que os animais embarcados cheguem vivos ao destino, e logo, os bovinos embarcados tem um aconpanhamento 24hs dentro do navio, água a disposiçao alimentaçao balanceada
    e sim a maioria chegam com o peso de embarque, outros ganham peso e alguns perdem peso.

    Portanto vale ressaltar que a exportação de bovinos e bubalinos vivos são dependentes de cambio, valor da @, distância maritima, e da estabilidade politica dos governos dos paises importadores.

    Uma ultima observação, houve também exportações de bubalinos vivos do estado do Amapá para o Líbano.

    grato.

  26. Amanda de Sousa Matos disse:

    Caro André,
    Excelente artigo, e como na maioria dos assuntos polêmicos, devemos ver os dois lados, porém, infelizmente, os frigoríficos acabam ditando o preço que mais lhe convém, enquanto o pecuarista fica de mãos atadas, tendo que aceitar o que o mercado oferece.
    A venda de animais vivos tornou-se uma opção ao pecuarista em escolher o melhor consumidor de seu produto, grando concorrência, e concorrência gera melhorias. Portanto, a venda de animais vivos será bem-vinda para aquecer o mercado.

    Abraço,

  27. Pedro Barbosa disse:

    Somos Despachante Aduaneiro Federal, estabelecido na 2A RF a mais de vinte anos e, tivemos uma luz no fim do tunel a partir de 2002/2003 com a exportação de gado em pé, pois como somos um estado exportador e, a Castanha do Pará/Pimenta do Reino/Palmito e até a madeira, estava a cada ano caindo a sua exportação, então com o aparacimento da exportação do gado em pé,, primeiramente para o Libano e, depois foi aberto o mercado da Venezuela, e agora o Egito, Só temos é que agradecer a esta oportunidade, pois foi e é uma excelente oportunidade, onde emprega milhares de pessoas, direta e indiretamente. Hoje o Gado em Pé é um dos maiores seguimentos que temos em nosso estado do Pará. Precisamos continuar, rezemos para que se abra mais mercado para o Gado em Pé, que não prejudica ninguem e, sim so fortalece a economia do Brasil.

  28. Moacir Reis disse:

    Boa tarde alguem sabe se ja iniciou esse mercado no mato grosso do sul?
    Tenho interesse com grande volume.

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