Compare o preço do boi nos principais países produtores
12 de setembro de 2011
Leilões Oficiais -Shoppings na Expoinel 2011
12 de setembro de 2011

Exportação de carne suína e bovina tenta diminuir dependência da Rússia

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Camardelli, a queda nos embarques para a Rússia nesses últimos dois meses, foi por conta da sazonalidade natural do país, dado ao período de férias e não com o embargo. "Não estamos sofrendo muito com essa proibição, até porque contamos com muitas plantas habilitadas a exportar para lá em outros estados", afirmou Camardelli.

Nos primeiros oito meses deste ano, o setor de carnes brasileiro manteve o ritmo das exportações, e registrou alta nos valores obtidos e ligeira queda nos volumes. O crescimento das exportações de carne suína para Hong Kong e Ucrânia compensou as perdas geradas pelo embargo russo. Já no setor de bovinos, a expectativa ainda gira em torno da retomada dos embarques à Rússia, reduzidos nos últimos meses dado o período de férias.

O setor de carnes do Brasil, que viveu nos últimos dois meses a expectativa de reabertura do mercado russo aos frigoríficos do País, após o embargo às unidades dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, parece adaptado a atual realidade. Na suinocultura, o crescimento das vendas para a Ucrânia e Hong Kong foi o divisor de águas. De janeiro a agosto, em comparação aos oito primeiros meses de 2010, a queda nas exportações de carne suína foi de 3,41%, passando de 361 mil toneladas em 2010, para 348 mil este ano. A receita, no entanto, cresceu 7,43% no período, com um faturamento de US$ 951,21 milhões, ante os US$ 885 milhões em 2010.

“O fato é que estamos conseguindo exportar quase o mesmo volume sem a Rússia. Hong Kong tem sido um excelente mercado, com o segundo mês de grande crescimento consecutivo, a Ucrânia também teve um desempenho bastante satisfatório”, disse Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

No acumulado do ano, os embarques para o país da eurásia recuaram 20,5%, passando de US$ 453 milhões, vistos no mesmo período do ano passado, para pouco mais de US$ 360 milhões de janeiro a agosto deste ano. Já Hong Kong foi responsável por um crescimento superior a 50% neste período. E a Ucrânia acumulou alta de 45%. “Felizmente, o crescimento das exportações para Hong Kong e Ucrânia compensaram as perdas na Rússia. O Brasil reduziu a dependência do mercado russo de maneira significativa”, comemorou Camargo Neto.

Ele também reiterou que as relações com o mercado sul-africano seguem complicadas. Já com o Japão, que realizou uma missão técnica ao País na semana passada, a expectativa é de que a resposta chegue em dois meses.

Mais distante dos problemas russos, a bovinocultura brasileira segue na expectativa de crescer até 15% este ano, em relação aos valores exportados. De janeiro a agosto de 2011 o setor obteve US$ 3,46 bilhões, alta de 3,29% ante o mesmo período de 2010. Entretanto diferente dos suínos a Rússia permanece na lista preferencial dos embarques, visto que o embargo não atingiu o setor como aconteceu com os porcos.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Camardelli, a queda nos embarques para a Rússia nesses últimos dois meses, foi por conta da sazonalidade natural do país, dado ao período de férias e não com o embargo. “Não estamos sofrendo muito com essa proibição, até porque contamos com muitas plantas habilitadas a exportar para lá em outros estados”, disse o executivo ao DCI, enquanto se preparava para embarcar para Moscou para participar de um evento voltado ao setor.

Apesar do crescimento dos embarques para o Irã, segundo maior mercado para bovinos brasileiros, a Rússia segue com folga como maior importadora da proteína. Em termos de faturamento, a Rússia fechou os primeiros oito meses do ano com US$ 798 milhões, à frente do o Irã, com US$ 511 milhões, Hong Kong, com US$ 408 milhões, Egito, com US$ 244 milhões, e Venezuela, com US$ 172 milhões. “A Rússia seguirá seguramente como líder na importação de bovinos do Brasil. Em setembro as vendas para eles devem retornar aos índices normais”, analisou Camardelli.

O presidente da Abiec reiterou que a missão para a Malásia deve ocorrer este mês. “Vamos escolher uma planta para que sirva como modelo padrão para exportar para a Malásia”, disse. “E com a missão pretendemos estreitar a relação com eles, ampliando também os volumes”, finalizou.

Comentário BeefPoint: No caso da carne suína, a dependência em relação a Rússia diminuiu principalmente pela abertura do mercado de Hong-Kong. O principal desafio da carne bovina é a competitividade dos preços brasileiros, reduzida pela forte valorização do Real esse ano. No entanto, nas últimas semanas, o Real vem se desvalorizando frente ao dólar, o que dá novo ânimo as exportações.

A matéria é do Jornal DCI, adaptada e resumida pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress