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Expansão de 4G favorece agricultura de precisão

A falta de conectividade ainda é uma realidade em vastas áreas rurais do país. Para resolver esse problema, oito empresas dos segmentos de máquinas e equipamentos agrícolas, de tecnologia e de telecomunicações se uniram – CNH Industrial, Jacto, AGCO, Trimble, Climate FieldView, Solinftec, Nokia e TIM. O objetivo era lançar o ConectarAgro, movimento para promover a expansão da cobertura de internet móvel no campo.

Assim, foi estruturada uma solução de conectividade simples, acessível e que segue um conceito aberto de padrão global, o que permite as mais diversas aplicações em larga escala. “A conectividade habilita uma série de inovações que aumentam a competitividade dos produtores do agronegócio”, diz Alexandre Dal Forno, head de IoT (internet das coisas) e produtos corporativos da TIM.

A TIM é a responsável pela oferta da rede e a tecnologia adotada é 4G na frequência de 700 Mhz (Mega-Hertz), faixa que foi liberada após o desligamento do sinal analógico de TV aberta e possui longo alcance. A operadora desenvolve projetos sob medida.

Para os produtores rurais, o investimento para ter conectividade varia entre os valores equivalentes a um quarto até meia saca de soja por hectare, dependendo da topografia da região, mais a contratação dos planos de dados que seguem preços iguais aos praticados nos centros urbanos. No país, a média de produção é de 50 sacas de soja por hectare, ou seja, o aporte para implementação do 4G é pequeno diante dos benefícios.

Até o momento, a área coberta no campo por meio dessa iniciativa é de 1,6 milhão de hectares ou 16 mil quilômetros quadrados, o que corresponde a mais de dez vezes a área da cidade de São Paulo (1,5 mil quilômetros quadrados). As empresas atendidas até agora são as grandes do agronegócio: Amaggi, em suas produções de soja e milho em alguns municípios do Mato Grosso; a Jalles Machado, do setor sucroenergético, em Goianésia (GO); a SLC Agrícola, nas suas operações de soja e algodão que ficam no Oeste da Bahia e no Sul do Maranhão e a Adecoagro, em sua usina de açúcar e etanol em Ivinhema, no Mato Grosso do Sul.

Essas companhias já tinham máquinas e equipamentos robustos e de ponta, mas não estavam se beneficiando de todos os recursos de automação, de captação de informações, monitoramento on-line e de soluções mais inteligentes por falta de internet móvel. Por exemplo, em muitos casos, era preciso retirar dados de um trator ou colheitadeira em um pen drive para ler posteriormente.

A partir de agora, os pequenos e médios produtores também serão contemplados, o que será feito por meio de cooperativas e sindicatos rurais. “A nossa meta é atingir 5 milhões de hectares com cobertura 4G até o fim do ano. O desafio é enorme, pois temos pouco tempo, mas no nosso pipeline há diversos produtores interessados e próximos de fechar”, destaca Dal Forno.

Em breve, o ConectarAgro irá se tornar uma associação sem fins lucrativos e outras companhias poderão participar. A internet móvel abre espaço para soluções que otimizam o uso de máquinas. Além disso, favorece o desenvolvimento da internet das coisas (IoT).

Entre as novidades, a Jacto lançou um pulverizador automotriz chamado Uniport 4530 que tem um sistema de direcionamento e controle de pulverização via GPS. Outra tecnologia embarcada permite gravar e repetir a execução das atividades, incluindo a velocidade do trabalho e parâmetros da pulverização. “Este é um exemplo de como as tecnologias podem gerar ganho de eficiência operacional”, diz Cristiano Pontelli, gerente de negócios da Otmis, marca da Jacto de agricultura de precisão.

Os tratores da linha Puma da marca Case IH da multinacional italiana CNH Industrial podem ser integrados a plataformas que puxam dados de performance e desempenho das próprias máquinas e das atividades executadas. “O produtor pode acompanhar on-line o status das máquinas, parâmetros como temperatura, consumo de combustível, desgaste das peças e, desta forma, planejar paradas e manutenções”, explica Renato Coutinho, especialista em telecomunicações da CNH Industrial.

Fonte: Valor Econômico.

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