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EUA: veja como os consumidores podem modificar o sistema de produção de carne bovina

A indústria pecuária dos Estados Unidos precisa mudar a forma como produz carne bovina se quiser se manter competitiva no que se tornou uma “nação da carne moída”, de acordo com o economista do Rabobank Food and Agribusiness Research and Advisory Group, Don Close.

Em um relatório, Close disse que os produtores continuam focando demais na produção de bifes de qualidade, enquanto os consumidores preocupados com os custos estão mudando para outras proteínas e comendo mais carne bovina moída na forma de hambúrgueres, molhos e tacos, em casa e em restaurantes de fast food. O relatório foi divulgado na véspera da abertura da convenção anual da Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina (NCBA), em Nashville.

“A indústria está, essencialmente, produzindo um produto de classificação extraordinariamente alta para os consumidores que desejam comprar uma commodity”, escreveu Close. “Mais de 60% do consumo de carne bovina dos Estados Unidos é do produto moído. Se a indústria pecuária dos Estados Unidos continuar produzindo carne moída em uma estrutura melhor adaptada a cortes de ponta, o resultado será uma contínua erosão da participação de mercado”.

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Close disse que o consumo anual de carne bovina nos Estados Unidos caiu do pico de pouco menos de 43 quilos por pessoa nos anos 70, quando o rebanho bovino do país alcançou o pico de cerca de 134 milhões de cabeças, para cerca de 24,5 quilos no ano passado, quando o rebanho caiu para 87,8 milhões, o mais baixo em mais de 60 anos. Embora a qualidade e a conveniência sejam importantes, Close disse que o custo “é provavelmente o principal direcionador do contínuo declínio”.

“Embora a demanda por carne bovina tenha se mantido razoavelmente bem apesar dos maiores aumentos nos preços com relação a fontes alternativas de proteínas, a mudança nos gostos e preferências estão fazendo com que os compradores escolham itens com preços mais competitivos quando compram carne bovina”, afirma Close.

Close disse que se a indústria se tornar mais eficiente e competitiva, precisará determinar o “uso final” de bovinos jovens o mais cedo possível e, então, manejar os animais especificamente para essa meta, com diferentes programas de alimentação. Ele recomenda criar entre um terço e metade dos animais, para produção de carne moída.

“Indicações precoces do uso final e manejo de animais choice/prime e select de uma maneira consistente com seu melhor uso final são chaves para a indústria pecuária dos Estados Unidos desenvolver um futuro sustentável de longo prazo”, relatou Close.

Comentário BeefPoint: devido a redução do rebanho e aumento dos preços do gado de reposição nos EUA, os confinadores têm trabalhado para aumentar o peso de abate. Isso, juntamente com outros fatores, ajudou a aumentar muito a quantidade de carcaças com padrão Choice (e Prime também) nos EUA, que são os dois padrões de mais alta qualidade. Por outro lado, o cenário descrito acima é uma ótima notícia para o Brasil, que nesse momento tenta acessar o mercado americano, justamente com carne magra para ser usada em blends de carne moída.

Fonte: www.agri-pulse.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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