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EUA: saiba as 5 principais oportunidades de exportação de carne para 2013, além da América do Sul e Oriente Médio

Após um ano de desafios – destacados pela pior seca em mais de meio século -, a indústria de carnes vermelhas dos Estados Unidos (bovina, suína e de cordeiro) está focando 2013 como um ano de grandes oportunidades para aumentar o valor que suas exportações agrícolas trazem à cadeia produtiva.

Após um ano de desafios – destacados pela pior seca em mais de meio século -, a indústria de carnes vermelhas dos Estados Unidos (bovina, suína e de cordeiro) está focando 2013 como um ano de grandes oportunidades para aumentar o valor que suas exportações agrícolas trazem aos exportadores, processadores, produtores e para a indústria agrícola americana.

O impacto da seca de 2012 – que continua em 2013 – não pode ser minimizado. Um número estimado de 80% de terras agrícolas dos Estados Unidos foram afetadas, de acordo com relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção de milho caiu quase 13% com relação à safra de 2011-12 e foi a menor desde 2003-04, com menores rendimentos desde 1995-96. A produção de soja caiu 2,5%, com rendimentos caindo em 6%.

A falta de alimentos para o gado e os altos custos contribuíram para o aumento do abate do rebanho e a redução na disponibilidade de produtos.

Diante desse cenário, os mercados internacionais tiveram peso em 2012 em ternos de retornar valor à cadeia de produção de carnes vermelhas. As estatísticas nos primeiros 11 meses de 2012 mostram que as exportações de carne bovina caíram 11% em volume, apesar do valor ter alcançado seu recorde.

À medida que os Estados Unidos continuam explorando novos nichos de mercado e expandindo o espectro dos produtos de carnes vermelhas dos Estados Unidos vendidos internacionalmente, é gratificante ver que os valores das exportações por cabeça para a carne bovina e suína americana registraram altas: US$ 56,12 por cabeça para suínos e US$ 214,64 para bovinos.

Então, com a seca de 2012 e os resultados globais econômicos ruins como cenário, quais as previsões para 2013? A Federação Nacional de Exportadores de Carne dos Estados Unidos (USMEF) precisa avaliar não somente as condições do mercado doméstico, mas os fatores econômicos, indústrias e políticas em cada um dos mercados internacionais.

Com os dados até de novembro, a USMEF projeta que as exportações para 2012 alcançarão 1,13 milhão de toneladas no valor de US$ 5,5 bilhões, registrando novo recorde. Para 2013, previmos exportações de 1,24 milhão de toneladas no valor de US$ 6,2 bilhões – aumentos de mais de 9% em volume e 13% em valor com relação a 2012 e registrando novos recordes para os dois.

Existem vários fatores que influenciam nas projeções de exportações anuais. A seguir estão as 5 maiores oportunidades de mercado identificadas pela USMEF para 2013:

01 – Japão

Maior acesso da carne bovina ao Japão. O Ministério de Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão (MHLW) está nos estágios finais para aprovar o maior acesso à carne bovina dos Estados Unidos – do atual limite de 20 meses de idade para 30 meses. Esta mudança deverá ser finalizada na primeira metade de 2013 e pode fornece um impulso às exportações de carne bovina dos Estados Unidos.

Em 2000, as exportações dos Estados Unidos ao Japão alcançavam 524.224 toneladas no valor de US$ 1,77 bilhão – representando 43% em volume e 50% em valor de todas as exportações de carne bovina dos Estados Unidos nesse ano. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos forneceram 53% das importações de carne bovina do Japão.

É interessante notar que a maioria do volume perdido nas vendas de carne bovina americana ao Japão não foi preenchida por outras nações exportadoras de carne bovina que vendem principalmente carne de animais criados a pasto, de modo que o espaço no mercado japonês (as importações em 2012 de todos os fornecedores será de aproximadamente 575.000 toneladas, comparado com 857.715 toneladas em 2000) é uma oportunidade para os Estados Unidos retomarem as vendas perdidas ao mercado de maior margem do mundo.

02 – China/Hong Kong

Mesmo sem acesso à China, as vendas de carne bovina para a região (incluindo Vietnã) viram um firme crescimento e deverão aumentar no futuro. Enquanto o mercado global de carne bovina estabilizou em 2012, as exportações a essa região aumentaram 20%, para quase 500.000 toneladas e isso não inclui os crescentes volumes de búfalo da Índia ao Vietnã.

A USMEF projeta sólidos volumes de exportação à China em 2013, apesar de as tendências de preços – particularmente após o Ano Novo Chinês em fevereiro – dever ser um indicador importante.

03 – México

O país que já é o maior mercado em termos de volume para a carne suína dos Estados Unidos, não mostra sinais de perder seu apetite para esse produto. O crescimento das exportações americanas de carne suína ao México excedeu a tendência da indústria do ano passado. Essa tendência deverá continuar em 2013, à medida que os mexicanos buscam mais proteína de alta qualidade e a preços acessíveis para alimentar a crescente população e a crescente classe média.

A previsão para exportações de carne bovina ao México é mais reservada devido aos altos preços que são um problema em um mercado sensível aos custos, como o mexicano. O México continua sendo o principal destino das exportações dos Estados Unidos de carne bovina em termos de volume, mas será difícil obter crescimento porque as condições de mercado mantêm os preços altos e o produto escasso, incluindo a oferta doméstica de carne bovina do México.

04 – Coreia do Sul

O mercado coreano foi fraco para todas as importações de carne bovina em 2012, devido a uma combinação de recessão econômica e uma recuperação nos rebanhos domésticos coreanos após a epidemia de febre aftosa em 2011 ter criado condições desafiadoras.

A produção doméstica de carne bovina e suína da Coreia deverá se estabilizar em 2013 e o segundo ano do acordo de livre comércio entre Estados Unidos e Coreia deverá trazer mais reduções de tarifas que aumentarão as oportunidades para exportações. Mesmo com as condições desafiadoras em 2012, a Coreia continuou sendo o quarto mercado para as exportações de carne bovina dos Estados Unidos quando medidas em valor (quinto em volume).

05 – Taiwan

Essa nação tem sido um parceiro comercial para a indústria de carne bovina e suína dos Estados Unidos, mas as controvérsias referentes ao uso do hormônio promotor de crescimento (ractopamina) interromperam as exportações durante grande parte de 2012. Com a adoção por Taiwan do resíduo máximo permitido pelo Codex Alimentarius para ractopamina na carne bovina doméstica e importada, as exportações de carne bovina dos Estados Unidos retornaram ao ponto onde estavam em 2011, quando Taiwan era o sexto mercado para a carne bovina americana.

A controvérsia não foi resolvida para a carne suína, no entanto. Embora a adoção do limite por Taiwan tenha sido um passo positivo para a carne bovina, ainda é necessária uma ação similar para a carne suína.

Existem outras oportunidades para o crescimento das exportações de carne vermelha dos Estados Unidos neste ano, como por exemplo, vendas de carne bovina para América Central e do Sul, Oriente Médio, entre outras.

O texto é do presidente da USMEF, Philip Seng, traduzido e adaptado pela Equipe BeefPoint.

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