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EUA recebem críticas sobre testes de EEB

O animal que apresentou, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), um resultado não-definitivo no teste para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) durante os ensaios imunohistoquímicos (IHC) feitos no Laboratório Nacional de Serviços Veterinários do USDA, em Ames, Iowa, tem hoje “pelo menos 12 anos de idade” e não entrou na cadeia de alimentos humanos e animais, informou o veterinário chefe do USDA, John Clifford. A carcaça do animal foi destruída após amostras de tecido cerebral terem sido extraídas.

Entretanto, o caso destaca a desorganização dos esforços anti-EEB da agência. No caso que foi identificado em junho, as amostras de cinco animais suspeitos foram misturadas no laboratório de Ames e congeladas, tornando o teste menos confiável. Adicionalmente, dois testes IHC nas amostras foram considerados negativos, quando, na verdade, o animal estava infectado.

Neste caso, o animal morreu em abril, mas o USDA recebeu amostras de Ames na semana passada. De acordo com Clifford, o veterinário simplesmente esqueceu de mandar a amostra até este mês. O veterinário também usou conservantes no cérebro, o que, em abril, ainda era um procedimento correto, segundo Clifford. Em junho, o USDA mudou os procedimentos, eliminando o uso de conservantes ou congelamento de amostras de cérebro. Os conservantes tornam o teste rápido, amplamente usado como ferramenta de triagem, e o teste Western Blot, visto por muitos como prova definitiva do diagnóstico da doença, inúteis.

O senador Tom Harkin, de Iowa, reagiu negativamente a esta notícia. “O anúncio de hoje deixa claro que o USDA precisa fazer mais para demonstrar que está seguindo protocolos claros e cientificamente válidos em seu programa de vigilância contra EEB.

O atraso coloca em dúvida o nível de confiança que é tão crítico para a demanda dos consumidores por carne bovina e para a reabertura de mercados fechados para as exportações de carne bovina dos EUA. Revelações recentes de passos errados no programa de testes de EEB ameaçam desnecessariamente colocando em dúvida a confiança no USDA e na segurança da carne bovina”.

O USDA deverá realizar mais testes IHCs em diferentes pedaços do cérebro e mandou outras amostras para o laboratório de Weybridge, Inglaterra, para ter um teste adicional feito por outro laboratório usando o método IHC. Ele espera que os resultados saiam na semana que vem. O resultado não-definitivo é um jargão para suspeito positivo; o USDA não permite que os laboratórios usem a palavra “positivo” na hora de divulgar os resultados dos testes.

Porta-vozes da Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos Estados Unidos (National Cattlemen’s Beef Association – NCBA), Instituto Americano de Carnes (American Meat Institute – AMI) e Associação de Animais Domésticos de Kansas (Kansas Livestock Association) enfatizaram que o sistema de segurança do USDA e da indústria de carne bovina dos EUA para detectar a EEB e evitar sua disseminação está trabalhando e que este animal nunca representou qualquer ameaça à saúde humana ou animal.

Entretanto, o co-autor do Mad Cow USA, John Stauber, disse que este caso torna necessário “seguir os passos dos países da União Européia (UE), do Japão e de outros países, instituindo uma barreira completa ao uso de proteínas animais em rações, e nós precisamos de milhões de testes seguros em bovinos antes do consumo. Qualquer falha nesses dois passos é inadequada para pôr um fim na disseminação da doença entre animais e humanos”.

Fonte: MeatingPlace.com (por Pete Hisey), adaptado por Equipe BeefPoint

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